Capítulo 2 - Sonho, Pesadelo ou Memória (parte 1)

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Acordo sentindo meu corpo ser puxado com força. Minha mente está enevoada, como se estivesse emergindo de um pesadelo. A visão é turva, e tudo o que vejo são paredes de pedra antigas e frias, como as de um castelo medieval, enquanto sou arrastada por corredores apertados. O som dos passos rápidos e ecoantes me rodeia, mas não consigo ver quem me segura.

Quero seguir, acompanhar a figura que me arrasta, movida pela necessidade de entender para onde estou sendo levada. Minha mente está desperta, cada passo calculado, mesmo sem ver o rosto de quem me conduz. Tento falar, mas guardo minhas palavras, focada em observar o que está ao meu redor. Preciso saber o que está acontecendo, e vou descobrir.

De repente, sou lançada para dentro de um salão imenso. As sombras consomem o teto, alto demais para eu ver. Ao redor, figuras indistintas formam um círculo, seus rostos ocultos nas trevas. Sinto um arrepio percorrer minha espinha, como se estivesse no meio de um julgamento, mas sem saber meu crime.

Uma das figuras se destaca, se aproxima lentamente. Sua voz é baixa, quase sussurrada, carregada de mistério:

— Quando chegar a hora, você entenderá o que precisa ser feito.

Tento perguntar o que isso significa, mas antes que eu possa processar as palavras, sou empurrada para dentro de um módulo de fuga. O som metálico da porta se fechando ressoa ao meu redor, e a vibração da nave se desprendendo do solo é a última coisa que sinto antes de tudo escurecer.

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Acordo de repente, meu coração dispara. Luzes suaves, artificiais, inundam o espaço à minha volta. A confusão toma conta de mim, e percebo que não estou mais naquele salão sombrio. Estou deitada em algum tipo de cama, em um ambiente estranho. Tento me mover, mas meu corpo está pesado, como se eu tivesse dormido por dias.

— Finalmente você acordou — uma voz feminina rompe o silêncio.

Viro a cabeça para a fonte da voz. Ao meu lado, uma mulher de estatura mediana me observa. Seus olhos castanhos claros brilham sob a luz, e sua expressão é uma mistura de alívio e tensão. Seu cabelo preto está preso de maneira prática, e há algo na maneira como se porta — segura, forte. Suas roupas reforçam essa impressão: um colete robusto, botas desgastadas e um semblante que carrega o peso de batalhas vividas.

— Onde estou? — As palavras saem automaticamente, e por um segundo me surpreendo ao notar que estou falando a língua dela. Como eu sei essa língua?

Ela arqueia uma sobrancelha, surpresa.

— Você fala a minha língua? Isso vai facilitar as coisas — comenta ela, tentando esconder a confusão no rosto. — Sou Riven, aliás. E você, como se chama?

O nome. Qual é o meu nome? Tento lembrar, mas minha mente é um vazio assustador. Levo a mão à cabeça, sentindo a pele fria da minha própria testa, como se isso pudesse trazer alguma lembrança de volta.

— Eu... não sei. Não consigo lembrar — admito, a frustração e o medo invadindo minhas palavras.

Riven estreita os olhos, avaliando-me com cuidado.

— Isso é um problema — murmura para si mesma, mas o suficiente para que eu ouça. — Parece que você perdeu a memória. Espero que seja algo temporário.
Ela cruza os braços, pensativa, antes de sugerir:
— Enquanto você não se lembra, que tal eu te chamar de Nyx? — Seus olhos buscam alguma resposta no meu rosto.

"Nyx". O nome soa estranho, mas ao mesmo tempo, tem algo... certo nele. Dou de ombros, não vendo outro caminho.

— Tudo bem, Nyx... acho que serve por enquanto.

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⏰ Última atualização: Oct 13 ⏰

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