QUATRO

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Skyler Samuels

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Skyler Samuels

Após conseguir me persuadir a ir no primeiro jogo que abria a temporada, Ivy não se deu por vencida e me convenceu a ir em uma festa pós o jogo. Eu não frequento essas festas, nunca. Mas, as vezes eu me dou o direito de ser apenas uma americana na flor da idade que aceita curtir uma noite cheia de inconsequência e álcool, apesar do álcool ser um tópico sensível para mim. Não bebo, nunca, em hipótese alguma. O álcool me lembra Ginny, minha mãe. Foi seu vício depois que o papai morreu, e ela até hoje é refém da bebida. Então eu evito o álcool e os lugares que cheiram a álcool, mas não posso fugir sempre das coisas que odeio nessa vida, até porque, são muitas. Quando o tal RB do time sai do vestiário, seu amigo quarteback o acompanha, e parece surpreso ao notar minha presença. Nunca falo com ele, até porque, os atletas não fazem parte do meu nicho. Eu os evito porque detesto drama e tudo que envolve eles, tem garotas chorando no corredor da irmandade. Eu já vi Ethan diversas vezes na biblioteca, e em algumas vezes, o peguei me encarando descaradamente, mas sempre finjo que não o vejo, porque esse cara é problema na certa. Conheço problema, porque sou um. A gente consegue enxergar pessoas quebradas quando temos vários caquinhos próprios pra catar durante toda vida por causa dos traumas do passado. Quando ouvi as garotas falando hoje no corredor sobre ele ser gay por não se interessar por nenhuma garota do campus, eu sabia que não era o caso, antes mesmo de Ivy acabar com a teoria delas, porque você sabe quando um cata gosta de garotas só pela maneira dele olhar para elas. É como o Kofler olha.

- Ethan, essa é Ivy e Skyler. - diz Noah, como se já não tivesse falado sobre Ivy e como se não soubesse que eu e Ethan nos conhecemos.

Eu compreendo que pelas boas maneiras, temos que passar por esse processo burocrático, mas eu já passo boa parte do meu dia assistindo a atuação de Ivy para suas apresentações teatrais, não preciso de mais uma encenação.

- Nos conhecemos da biblioteca.

Suas sobrancelhas se erguem sutilmente, pois parece que ele não esperava que eu dissesse isso porque parece que nem noto a presença dele. Mas é claro que sabemos que eu noto, porque na maioria das vezes, só tem nós  dois na biblioteca.

- É... Ahn, sempre nos vemos lá, apesar de nunca nos falarmos. - parece ansioso, e o encaro com os olhos entreabertos. - Claro, é porque lá é lugar de silêncio.

Sorrio achando graça da sua autojustificativa.

- É claro. - respondo, e logo em seguida pesco o celular do bolso do jeans, pois apitou avisando ser uma mensagem.

Normalmente é Justin que me manda mensagem nesse horário, me desejando boa noite e dizendo que me ama. Ao abrir a mensagem, confirmo meu raciocínio. Um sorriso genuíno escapa do meu rosto, e retribuo a mensagem de boa noite.

- Justin? - Ivy pergunta sorrindo, e confirmo com um leve aceno. - E então, vamos para a festa?

Reúno todo meu ânimo, e caminho rumo ao carro de Ivy.

- Vai ser legal! - ela promete.

- Uhul! - ironizo.

Ao entrarmos no carro, ela começa a cantarolar intencionalmente, e reviro os olhos porque sei o que ela pretende.

- O QB ficou de olho em você!

- É o que os homens fazem... Eles ficam de olho nas mulheres. - digo, sem ânimo algum.

- Mas Ethan não fica de olho em qualquer garota.

- Não crie fanfique nessa sua cabeça de vento! - dou um leve empurrãozinho com o dedo em sua cabeça. Ela ri, e então não volta a comentar sobre o assunto.

Quando chegamos festa, a poluição sonora começa a ganhar força e eu automaticamente me arrependo de ter aceito ir nessa festa.

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