Prólogo

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Era normal a jovem Kejira se sentir amaldiçoada, afinal tinha sido amaldiçoada com a pior coisa do mundo segundo ela.

Essa maldição era algo que ao ver dela deixava as pessoas vulneráveis, fracas, sensíveis, com desvaneio excessivo, imaginação fértil, problemas de visão, burrice e tudo de mal que se possa imaginar. E essa maldição era nada mais nada menos que o que tem por nome, o Amor.

Para muitos era algo legal e até gostavam desse sentimento, mas ela não. Era um cúmulo passar noites e noites em claro apenas pensando numa pessoa que se calhar nem sentia o mesmo por ela.

Mas ela já tinha se livrado dessa maldição, tinha aprendido muito bem a lição.

Faltavam alguns meses para ela se formar e ir para a universidade que tanto desejava, Harvard. Apesar da vida de delinquente e dependente química que levava, fez o que muitos desse grupo não fizeram, que era não desistir dos estudos. Saiu dos seus desvaneios assim que sentiu alguém a beliscando, levantou o olhar e viu que era sua amiga.

- Juro que se fosse outra pessoa eu já teria feito muito mais do que beliscar de volta. – falou rude e se levantou e foi até a janela

- Você tem que parar de ser assim Mazel. – a chamou pelo apelido

- Desculpa, eu não consigo ser “paz e amor” que nem você, Lunella. – falou num tom fofo forçado

- Tudo bem, você que sabe. – levantou as mãos em sinal de rendição e pegou a sua mochila – Bom, vamos para sala de matemática.

- Hoje não. – falou se preparando para saltar para árvore, já que a sala era no 2º andar

- Ontem também foi um “hoje não” e hoje também a mesma coisa? – perguntou incrédula

- Claro que sim. – disse com se fosse óbvio

- Ahh não, hoje você vai assistir a aula, sim. – correu até a janela não chegando a tempo a janela, viu sua amiga descer pela árvore até ao chão.

Quando Kejira chegou ao chão olhou para a sua amiga na janela e sussurrou um “Hasta la vista” e viu sua amiga fazer sinal de negação com a cabeça. Era uma tarde de sexta-feira, ela não ia deixar de aproveitar.

Chamou um táxi indicando o endereço da escola. Quando estava se aproximando do guarda fez uma cara de dor, pôs a mão na barriga e mancou um pouco.

- Senhorita Mazel está tudo bem? – perguntou o guarda se aproximando dela no intuito de a ajudar

- Se estivesse tudo bem eu não estaria morrendo de dor. – reclamou e soltou um gemido de dor

- O que está sentido?

- Pontadas na barriga. – respirou fundo

- Quer que eu chame um táxi? – ele perguntou a ajudando a sentar em sua cadeira

- Não precisa. – respirou fundo – Minha amiga já chamou.

- Por que ela não veio acompanhar você? – perguntou semicerrando os olhos

- Tocou para aula de matemática e ela está de recuperação.

- E qual é o nome dela? – perguntou desconfiado pois poucas alunas estavam de recuperação naquela escola

- A Rebecca. – disse e olhou para o portão vendo um táxi parar

- Ohh a senhorita Smith, ela está mesmo de recuperação e tem que ser rápida porque os testes de admissão para universidade se faz por estas alturas. – ele disse e ela concordou com a cabeça

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