Conhecendo a Pequena

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— Boa noite! Senhora Ana, um homem usando uma capa deixou esse cesto aqui comigo, dizendo que era uma encomenda e que este era o endereço — disse a funcionária, carregando a cesta com muito cuidado.

— Boa noite, Luciana! Ele disse algo mais para você? — perguntou Ana, curiosa, olhando para o cesto que a funcionária segurava.

— Não deu tempo. Ele simplesmente deixou o cesto na porta e saiu correndo. Até tentei ir atrás, mas não consegui, a chuva estava muito forte na hora — respondeu Luciana, com um olhar apreensivo.

— Tudo bem, deixe-me ver a cesta — pediu Ana, com um sorriso gentil.

Luciana delicadamente colocou o cesto sobre a mesa do escritório para que a diretora pudesse ver com seus próprios olhos o que havia dentro.

Ao abrir o cesto, Ana se deparou com um belo par de olhos azuis, que a olhavam com certo espanto, como se não entendessem o que estava acontecendo ao redor. Embora muito pequena, a bebê parecia esperta, tentando descobrir o mundo com sua visão limitada de recém-nascida.

Ana ficou surpresa ao ver a bebê enrolada em um cobertor cor-de-rosa. A pequena começou a chorar intensamente, como se estivesse insatisfeita por ainda estar naquele lugar. Comovida pelo choro, Ana pegou a bebê nos braços para lhe dar a atenção que precisava.

— Pequenina, você tem os olhinhos mais lindos que eu já vi. Não precisa chorar, vamos cuidar de você muito bem — disse Ana, balançando a pequena no colo. — Luciana, veja se há alguma informação no cesto — pediu, chamando a atenção da funcionária, que admirava o quanto o bebê era fofo.

— Pode deixar, senhora — respondeu Luciana rapidamente.

Mexendo na cesta com cuidado, Luciana encontrou um papel dobrado. Assim que o achou, entregou-o à diretora.

— Aqui está, Senhora! Só encontrei este papel dobrado e mais nada — disse, ansiosa.

Ana pegou o papel enquanto continuava a embalar a bebê, que já começava a parar de chorar. Ao abrir, leu o que estava escrito: apenas a data de hoje e uma corrente em formato de coração.

"DATA DE NASCIMENTO: 20 de abril de 1998, às 9h45 da manhã."

Surpresa por se tratar de uma recém-nascida, Ana ficou preocupada com o bem-estar da pequena, sem saber em que condições havia nascido e se alguém havia cuidado dela adequadamente.

— A senhora quer que eu cuide dela? — perguntou Luciana, com um sorriso gentil.

— Obrigada, mas não será necessário. Eu mesma faço questão de cuidar dela — respondeu Ana, olhando para o bebê, que ainda resmungava um pouco no colo, aparentando fome.

— Certo, se precisar de mim, estarei cuidando das outras crianças. É só chamar — informou Luciana, saindo da sala da diretoria.

Assim que Luciana saiu, Ana levou a bebê até a enfermaria para que fosse examinada. Ao chegar lá, procurou pela Dra. Mônica.

— Boa noite, Dra. Mônica! Esta pequenina foi deixada aqui agora à noite. Pelas informações que recebi, ela nasceu hoje. Poderia examiná-la para termos certeza de que está tudo bem? — perguntou Ana, com um olhar de preocupação enquanto balançava suavemente a bebê em seus braços.

— Boa noite, Ana. Claro que posso. Vamos verificar o peso, o tamanho e fazer os exames necessários — respondeu Mônica, observando a bebê nos braços de Ana.

Mônica pegou a pequena dos braços de Ana e a colocou na cama para examiná-la. Tirou as roupinhas e iniciou os procedimentos.

Após realizar os exames, constatou que a bebê estava saudável e não precisava de cuidados adicionais.

— Ana, a bebê está bem, mas seria bom deixá-la no berçário — sugeriu a Dra. Mônica, com um olhar cuidadoso — Ela pesa 2,955 kg, mede 42 cm e, por enquanto, só precisa encher essa barriguinha de leite — completou, sorrindo ao notar a expressão inquieta da pequena, que começava a se remexer, prestes a chorar mais uma vez por causa da fome.

— Fico feliz que esteja bem! Tão pequena e indefesa... Como alguém tem coragem de abandonar um ser tão frágil assim? — questionou Ana, balançando a cabeça.

— Provavelmente alguém que não tem condições de criá-la ou uma jovem despreparada para ser mãe. É difícil entender, e talvez nunca saibamos — respondeu Mônica, com um sorriso acolhedor. — Vou passar a quantidade de leite necessária — Informou, entregando o bebê de volta a Ana.

Destino De MadsonOnde histórias criam vida. Descubra agora