Selly observou enquanto os paramédicos faziam o possível para ressuscitar Cassandra. O tempo parecia se arrastar, e cada segundo se tornava uma eternidade. O céu escurecia, refletindo a tempestade de emoções que se agitava dentro dela. O desespero e a impotência eram palpáveis, mas havia uma centelha de determinação dentro de Selly que não a deixava sucumbir.
“Por favor, mamãe,” ela sussurrou para si mesma, “volte para nós.”
Enquanto os paramédicos colocavam Cassandra em uma maca, Selly se aproximou lentamente, seus olhos fixos no rosto pálido da mãe. Um sentimento de urgência a envolvia, e ela se sentia dividida entre a vontade de correr até ela e a necessidade de ficar onde estava, como se seu corpo estivesse preso em uma batalha entre o medo e o amor.
Finalmente, quando Cassandra foi levada para o hospital, Selly acompanhou, determinada a estar ao lado de sua irmã e de sua mãe em seu último momento. A pressão do que estava acontecendo a envolvia como uma névoa espessa, mas, mesmo em meio à dor, ela se lembrou de como sua mãe sempre a encorajou a ser forte.
Assim que chegaram ao hospital, Selly se posicionou junto à porta da sala de emergência, seus olhos fixos na equipe médica que trabalhava freneticamente. Os batimentos do seu coração ecoavam em seus ouvidos, e ela se forçou a respirar fundo, tentando manter a calma.
As horas passaram, e o desespero se transformou em uma ansiedade insuportável. Sully havia se recuperado o suficiente para sentar em uma cadeira na sala de espera, olhando para o chão, perdida em pensamentos. Selly se aproximou dela e segurou sua mão.
“Sully, nós precisamos ser fortes,” disse Selly, sua voz tremendo levemente. “Mamãe precisa de nós agora.”
Sully olhou para a irmã, seus olhos cheios de lágrimas. “Eu não consigo… eu não consigo imaginar a vida sem ela,” respondeu, sua voz baixa e quebrada.
“Nem eu,” Selly concordou, “mas devemos nos lembrar de todas as coisas boas que vivemos com ela. Não podemos deixar que a tristeza a apague. Precisamos honrar a memória dela.”
Assim que as portas da sala de emergência se abriram, um médico saiu, e Selly sentiu seu coração parar. Ele tinha uma expressão grave no rosto, e isso fez com que ela segurasse a mão de Sully com mais força.
“Sinto muito,” começou o médico, sua voz suave, mas direta. “Fizemos o possível, mas não conseguimos salvar sua mãe.”
O mundo ao redor delas desmoronou em um instante. Sully caiu em um pranto incontrolável, enquanto Selly lutava contra as lágrimas. A realidade era implacável, e a dor da perda as envolvia como uma tempestade. Selly sabia que tinha que ser forte por ambas, mas a dor era insuportável.
“Mamãe…” Sully sussurrou entre soluços, enquanto Selly a puxava para perto, envolvendo-a em um abraço apertado.
“Eu estou aqui, Sully. Nós vamos superar isso juntas,” Selly prometeu, mesmo que sua própria dor fosse esmagadora.
Após a confirmação da morte de Cassandra, os preparativos para o velório começaram. Selly e Sully foram envolvidas por uma onda de apoio de amigos e familiares, mas nenhuma palavra ou gesto parecia aliviar o peso que sentiam.
No dia do velório, Selly fez questão de garantir que tudo fosse perfeito. Ela queria que a despedida de sua mãe fosse digna e que refletisse a vida amorosa que Cassandra havia vivido. As flores estavam dispostas cuidadosamente ao redor do caixão, e Selly se certificou de que cada detalhe fosse do jeito que sua mãe gostaria.
Quando chegou o momento da cerimônia, Selly se sentou ao lado de Sully, segurando sua mão. Olhando para o caixão, sua mente se encheu de memórias – risadas, conselhos, amor incondicional. Selly sabia que precisavam honrar essas memórias e levar a luz da mãe delas para o futuro.