𝐋𝐎𝐕𝐄 & 𝐁𝐋𝐎𝐎𝐃 ❘ Quando Carlisle Cullen encontrou Nyssa à beira da morte, ela era apenas uma jovem ladra de rua, sem família, amigos ou qualquer expectativa de futuro. Vivendo de pequenos furtos e tentando sobreviver nas sombras, ela não tinh...
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CAPÍTULO DOIS: .✦ ❝ATO UM: DÚVIDAS E MEDOS.❞
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Nyssa ainda se sentia desnorteada com sua nova realidade. A transformação, os instintos ferozes, tudo era um redemoinho confuso que parecia não se encaixar na sua mente.
Após sua primeira caçada com Carlisle, o gosto metálico do sangue de animal ainda estava presente na sua boca, desagradável e estranho, mas ainda assim a satisfazia. Fazia aquela sede irritante e insuportável se acalmar por um tempo. Ela lutara contra os instintos, contra o desejo de atacar algo maior, algo humano. Mas, por mais que resistisse, seus sentidos apurados deixaram claro que não seria fácil evitar essa fome que a consumia.
Carlisle, havia dito que aquilo melhoraria com o tempo, que a escolha por uma alimentação menos violenta a ajudaria a manter seu controle e humanidade. Ela, por outro lado, não tinha tanta certeza se queria manter essa humanidade que já não lhe pertencia.
O Cullen a acompanhara durante toda a caçada, sem pressioná-la, apenas guiando-a, aconselhando-a sobre a escolha dos animais como fonte de alimentação. "É o melhor caminho para nós", ele havia dito, os olhos brilhando com uma espécie de esperança estranha.
Ela não se importava com os humanos como Carlisle, mas, por algum motivo inexplicável, confiava nele. Talvez fosse a bondade sincera que ele carregava, uma coisa que Nyssa jamais conhecera em seus anos de miséria humana.
O vampiro havia sido gentil. Ele lhe dera algumas roupas que trouxera da cidade, a conduziu até um quarto modesto, mas muito superior a qualquer lugar que ela tivera como humana, e então a deixara sozinha.
Ao ficar sozinha no pequeno quarto que ele preparara para ela, Nyssa observou os detalhes simples, porém confortáveis. Para uma garota que crescera nas ruas, aquela cabana parecia um palácio.
Tocando os móveis rústicos, no canto do quarto ela notou algo que a fez parar. Um espelho. Nyssa congelou. Por um momento, ela sentiu o medo subir por sua espinha. Espelhos sempre foram cruéis com ela, desde pequena, mostrando a verdade nua e crua de quem ela era ─ uma garota suja e faminta, sempre assustada, de roupas em trapos e rosto coberto de fuligem. Esse era o reflexo que sempre vira antes. Ela odiava aquele reflexo, a forma como seus olhos se fixavam nas cicatrizes e na sujeira que pareciam jamais sumir.
