Helena Martins é uma piloto de vinte e cinco anos que sempre sonhou estar acima das nuvens, casar e ter dois filhos com quem havia decidido compartilhar sua vida.
Stefano Martinelli tinha tudo que qualquer pessoa gostaria de ter, milionário desde de...
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Helena Martins 💜 Meses antes...
A minha capacidade para arranjar homens que de alguma forma pudessem me dar um pé na bunda era grande, tudo estava acabado após uma bela traição.
- Eu avisei que ele não era flor que cheire.- Pela terceira vez ouço Isadora dizer.
- Infelizmente não tenho bola de cristal para saber quem irá me trair, Isa.- Resmugo ao deitar encima do meu braço no balcão da boate.
- Se você tivesse investido naquele vizinho gato que você sempre fala não estaria assim.- Minhas bochechas queimam.
- Para com isso, Isadora Gusmão.- Tampo minha cara com a mão livre.- Ele deve ter namorada.
- Imaginária? Porque ninguém vê aquele homem com ninguém, amiga.- Respondeu ao pegar uma bebida com o bar man.
- Ele é educado e muito cheiroso.- Confessei como quem não quer nada.
- Um momento, como sabe que ele é tudo isso se você morre de vergonha de falar com ele?- Sorrio.
- Acabamos nos encontrando no elevador semana passada, ele estava lindo de terno.- Senti algo estranho dentro de mim ao falar dele.
- Pessoalmente eu não sei, mas segundo as fotos do Google ele é perfeito.- Deu de ombros.
- Na verdade, mais que isso.- Pisquei um olho e ela caiu na gargalhada.- Ele é um gostoso.
Stefano Martinelli era o terror de todos os homens casados de nosso prédio e o causador dos meus sonhos eróticos, me sentia muito diferente em sua presença.
Ele mal olhava em meus olhos todas as vezes que nos encontrávamos na portaria, também havia reparado que ele não usava camisas de manga e sempre estava de gola alta.
- Perdão, moço.- Levanto o olhar para o homem que me segurava próximo ao banheiro.
- Está tudo bem?- Reconheço ser o causador das minhas calcinhas molhadas.
- Com você me segurando assim fica muito difícil ficar bem, não é?- Sorri, mas ele franziu o cenho.
- Desculpa, o que disse?- Passo os braços por seu pescoço.- Senhorita...
- Posso fazer uma pergunta, Sr. Martinelli?- Encaro seus olhos castanhos.
- Como você sabe o meu sobrenome?- Questiona.
- Por que você nunca olha em meus olhos quando nos encontramos?- Aliso sua barba.- Sabia que eu fico ansiosa para escutar a sua voz?
- Senhorita Martins...- O interrompi, coloquei um dedo sob seus lábios.
- Eu nunca falaria isso sóbria, então eu posso dizer tudo que eu quero agora?- Perguntei.
- O que você quer me dizer?- Arqueou a sua bela sobrancelha.
- Gostaria de dizer que eu acho você um escândalo de tão lindo, amo seu perfume e sinto vontade de beijar a sua boca.- Ele estava estático.
- Você tem namorado e ele nao vai gostar nada de saber que você está me dizendo isso.- De repente, sinto que seu corpo fica tenso.
- Aquele sem vergonha? Eu quero mais é que o pau dele não faça mais nada.- A cara de assustado de Stefano é hilária.
- Por que está dizendo isso?- Suspirei, não queria falar com ele sobre isso.
- Ele estava me traindo, agora eu estou aqui nessa boate com a minha melhor amiga e querendo te beijar.- Sinto as mãos dele em minha cintura.
- Não sei se eu sou a melhor pessoa pra isso, mia bella.- Cheguei perto dele, nada e nem ninguém importava agora.
- Você é comprometido?- Ele negou e eu me senti aliviada por isso.- Ótimo, então eu vou te beijar e por favor, não deixe o meu desejo por você acabar.
Não espero por sua resposta, ataco sua boca com uma vontade absurda de sentir o que há tempos desejava, seu beijo era delicado e arriscava dizer que parecia ser o primeiro dele.
Ele nos trocou de posição e eu senti a parede em minhas costas, sua mão agarrou meus cabelos e a outra desceu até minha cintura, soltei um gemido baixo contra seus lábios com o aperto.
- Eita, porra!- Escutei alguém dizer.- Tira uma foto que o nosso tio precisa ver isso.
- Helena? Puta merda, não acredito.- A voz de Isa era irreconhecível.
- O que vocês querem?- Reclamei ao virar o rosto e me deparar com quatro homens e a minha melhor amiga.
- Danadinha, finalmente pegando o monumento de homem que você gosta.- Isadora balançou as duas sobrancelhas de forma divertida.
- Claro, não posso perder a oportunidade de pegar esse homem.- Sinto que Stefano estava prestes a tirar as mãos de minha cintura.
- Nossos pais não vão acreditar nisso.- O flash da foto de um dos rapazes me deixa sem ver nada por alguns segundos.
- Smettila, fratello, non mettere in imbarazzo la ragazza.- Olhei para ele encantada.*
- È bellissima e ti sta bene.- O homem de roupas sociais que acredito ser o seu irmão, responde.*
- Obrigada, Sr. Martinelli.- Agradeci e me virei para o meu vizinho.- Não estou envergonhada.
- Você sabe falar italiano?- Perguntou.
- Não, mas eu entendi o elogio dele.- Respondo.
- Amiga, o padre também é lindo.- Minha amiga apontou para o homem ao seu lado.
- O que um padre está fazendo aqui?- Analisei o homem da cabeça aos pés.- Isso não é proibido?
- Proibido ou não, ele é um pecado.- Sem vergonha alguma, ela encarou o padre e sorriu.
- Vocês beberam demais.- O padre disse.- Ambas deveriam estar em casa.
- O senhor também.- Isadora e eu respondemos.
- A benção, padre?- Segurei uma risada ao ver a maluca estender a mão pra ele.
- Abençoe a menina, Luigi.- Stefano disse próximo ao meu ouvido fazendo meus pelos se arrepiarem.
- Não acho que seja um bom lugar para abençoar alguém, Stefano.- Reclamou.
- Não estou pedindo nada de mais e de qualquer forma um padre não pode se recusar a abençoar ninguém.- Dorinha devolveu no mesmo tom.
- Deus te abençoe, ragazza.- Ela sorriu, pulou em seu pescoço e o beijou na bochecha.
- Obrigada, mas você vai casar comigo.- Avisou me deixando sem entender nada.
- Tudo bem, hora de ir embora.- Me virei e beijei o meu vizinho.- Agora eu estou mais apaixonada por você, a gente se esbarra por aí.
Puxei Isadora para fora da boate e sem me conter dei pulinhos de alegria ao saber que tinha beijado o vizinho gostosão, minha melhor amiga dizia a todo momento que iria se casar com o padre e achei melhor deixá-la pensar que fosse verdade.
