O Chamado do Imitador: Um Crime à Porta

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Acordei com o som irritante de um telefone tocando ao meu lado, maldito seja quem estiver me ligando uma hora dessas, tirando-me bruscamente do meu sono. Pisquei os olhos várias vezes, tentando me situar, mas tudo o que vi ao redor era o mesmo quarto genérico de hotel, o terceiro ou quarto da semana? Eu já tinha perdido a conta. O cheiro de madeira encerada misturado ao ar-condicionado saturado de poeira me trouxe de volta à realidade...

mais uma noite interrompida, mais um lugar. O telefone ainda insistia, e por um momento, me perguntei se deveria ignorar. Mas, como sempre, minha curiosidade venceu.

Passei a mão no rosto, tentando afastar os últimos resquícios de sono, e estiquei o braço até o aparelho. O toque já havia parado quando consegui pegar o maldito telefone, mas a sensação de inquietação permaneceu. Esse era o preço que eu pagava pelo meu trabalho - noites mal dormidas, dias correndo atrás de uma nova manchete e hotéis que nunca tinham nada de especial, além do fato de me manterem à distância de tudo e todos.

Ainda sinto meu corpo dolorido, esse trabalho está me matando aos poucos... Além do cansaço fisicamente e Mentalmente. Ainda tenho que lidar com esses pesadelos malditos! Às vezes só queria um pouco de paz... Só pelo menos um dia...

Ainda com uma certa preguiça, tento unir minhas forças para poder sentar, logo ficando na beira da cama, deslizei meu dedo na tela do celular, errando o primeiro desbloqueio, suspiro, tento novamente dessa vez conseguindo.

Deslizo para baixo para ver quem era a notificação, já reconhecendo pelo contato, minha assistente... Alícia... Deve ser algo do trabalho, mas, Droga! Custava ligar de manhã?... Agora tanto faz, apenas leio a mensagem enviada recentemente.

"Tyler, desculpe o horário, mas... Talvez você queria vê, aparentemente... É sobre outro crime que uma das suspeitas seja o 'imitador' e parece que foi próximo ao hotel a qual disse que iria passar dois dias... Mandei mais informações pelo e-mail!"

Meus olhos fixam na palavra "imitador" já pensando o que pode vir a seguir... Não vou mentir que nunca tive um certo fascínio por esse assassino... Algo nele chama minha atenção... Talvez o jeito a qual ele mostra como se tudo isso... Como se a cena do crime, na verdade, seja um tipo de "arte", a qual ele admira e tenta recriar para poder sentir o mesmo sentimento que o assassino a qual ele admirou sentiu... Ao menos é o que ele parece mostrar em seus crimes.

Bom, sem muito tempo a perder, eu já me levanto rapidamente indo em direção da mesa a qual estava meu notebook... As vezes fico preocupado comigo mesmo, nunca entendi o porquê de todos os casos de crimes, só o dele que ganhe minha atenção... Talvez seja pelas poucas informações o tornando alguém a qual chama uma certa curiosidade, pelo menos para entender seu real motivo por trás de tantos assassinatos.

Sento-me na cadeira logo abrindo meu notebook, vejo a tela iniciar enquanto eu batia meu pé repetidamente no chão, só mostrando mais um traço de ansiedade que ele me causava...

O computador liga, em minutos já estava em meu e-mail, já vendo a caixa piscando com a nova mensagem de Alícia, entro logo clico no link já entrando diretamente a uma manchete...

"O Toque do Imitador: Mais uma Vítima Encontrada com Sinais Perturbadores" Deslizo com o mouse a tela enquanto lia, como sempre, as fotos eram só de um corpo já coberto sendo levado...

Suspiro, parece que esses sites nem se esforçam para ir atrás de boas imagens, por isso eu existo afinal... Sempre consigo uma boa foto de qualidade.

Volto a atenção ao tema do assunto, dessa vez parece que ele não "recriou" um assassinato recente... Não... É um bem antigo, afinal, pelo que diz no site.

"Uma mulher de 26 anos foi uma vítima de um novo assassinato, segundo as autoridades, a cena lembra de um crime bem antigo, pelas evidências, foi uma cópia do famoso assasino Viserys Carled, conhecido também como o 'Semeador do silêncio', antes de sua morte ele matava suas vítimas com veneno, para assim poder retirar o sangue e fazer cortes: pelo pescoço, pulsos, joelhos e tornozelos.

Fazendo assim para que ele coloque flores, especificamente brancas, para assim colocar acima dos cortes, demonstrando a pureza saindo de sua vítima."

Meus olhos fixos na tela do laptop, onde a manchete sobre o assassino aparecia em negrito. Meus dedos roçaram o mouse, enquanto minha mente estava em outro mundo, deveria ser o excesso de sono mau dormindo, tentando mergulhar nos detalhes do caso. Lentamente, levo a mão ao queixo, sinto meus dedos tocando levemente a barba por fazer. O gesto era quase inconsciente, um reflexo. Meus olhos pausam em outra linha do artigo.

"A vítima foi vista por um dos funcionários do hotel, segundo ele, foi devolver o celular da moça que havia se esquecido no balcão da recepção após ter pagado mais algumas horas para poder ficar no hotel."

"Ele disse que foi algo medonho de se ver, a mulher estava deitada em sua cama, cercada por flores Brancas como tulipas, orquídeas Brancas e rosas Brancas. Chegando mais perto ele vê os cortes espalhados por todo o corpo da vítima e flores acima de cada corte e também que o assassino teria arrancado os olhos e colocado flores por lá e também em sua boca. De imediato as autoridades foram acionadas e agora estão investigando o caso e atrás de novas pistas, mas já está como o principal suspeito que seria o famoso assassino 'imitador', ainda não há muitas provas além do seu jeito único de sempre deixar sua marca após uma recriar um crime. Afinal o antigo assasino, nunca deixaria vários tipos de flores e muito menos colocar nos olhos e bocas, mostrando uma diferença pequena entre os dois casos."

Descendo os olhos pude ver a mensagem com a localização do crime, meu primeiro impulso foi verificar o mapa. Sorte. Não era longe. Na verdade, ficava a poucas ruas do apartamento onde estou hospedado por esses dias. Salvei o endereço automaticamente, ainda sentindo o peso do sono que me envolvia como um cobertor pesado.

Acordar no meio da noite nunca é fácil, especialmente quando sua mente está tão exausta quanto seu corpo. Mas, por alguma razão, a ideia de que o crime havia acontecido tão perto não me deixava descansar completamente. Eu poderia ir agora, mas o cansaço me venceu. amanhã estaria lá cedo. Fechei o laptop com um suspiro, tentando não pensar demais no fato de que algo tão sombrio tinha ocorrido praticamente do lado de onde eu dormia.

Logo solto o bocejo, nossa como meu corpo está tão exausto... Me levanto lentamente, já sentindo novamente a preguiça me dominar aos poucos, deixo o celular na mesa mesmo... Vou andando em direção a cama e a única coisa que faço é só me jogar e dormi de coque jeito, afinal a noite parece passar rápido quando vou dormir... é melhor guarda pelo menos oq sobrou de energia para amanhã e se eu tiver sorte poderei achar novas pistas que envolva o "imitador".

𝙎𝙤𝙢𝙗𝙧𝙖𝙨 𝙙𝙖 𝙞𝙣𝙫𝙚𝙨𝙩𝙞𝙜𝙖çã𝙤Onde histórias criam vida. Descubra agora