𝙎𝙤𝙢𝙗𝙧𝙖𝙨 𝙙𝙖 𝙞𝙣𝙫𝙚𝙨𝙩𝙞𝙜𝙖çã𝙤

𝙊𝙡𝙝𝙤𝙨 𝙣𝙖 𝙚𝙨𝙘𝙪𝙧𝙞𝙙ã𝙤

Estava imerso na escuridão densa na floresta, minha respiração estava irregular, meus olhos fixos nas tulipas brancas muchas e secas, a qual cercava  aquele corpo ensanguentado manchando as tulipas brancas...

Os olhos daquela mulher pareciam encarar a minha alma... Ainda de joelhos, olho para a minha mão que estava fechada, e quando decido abrir vejo pétalas cairem no chão brancas com manchas de sangue... Sinto uma sensação estranha, ainda mais aquele olhar que não parecia ser o único a me encarar naquela escuridão.

Minha mente parecia vaga naquele momento, aquele lugar silencioso dando para escutar somente o som da minha respiração. Ainda sinto o incômodo de alguém está me observando, mas não é ela... Não... Tem mais alguém aqui.

Eu posso sentir sua presença... Isso me trás um pouco de pânico, odeio essa sensação. Quando pisco meus olhos o corpo desaparece do meu campo de vista, a única coisa que está ali são as flores desgastadas com pequenas manchas de sangue e amassadas indicando que realmente havia um corpo ali.

Levanto minha cabeça, eu posso ver algo... Atrás de uma das árvores, uma figura de alguém?... Não, parece mais uma fumaça preta, mas pela distância e a escuridão não consigo ver muito além, mas logo escuto algo estranho atrás de mim.

Foi como se o som cortasse o ar ao meu redor, e, num reflexo, meu corpo se virou, tentando identificar a origem do barulho. Mas ao fazer isso, algo aconteceu — uma mudança abrupta. O ar ao meu redor se transformou, e a escuridão que antes dominava o lugar se desfez, como se uma cortina tivesse sido levantada.

Não estou mais ajoelhado sobre as tulipas muchas... A única coisa que sei agora, que eu estou deitado, viro minha cabeça lentamente ainda perdido, agora vejo várias flores brancas, agora mais vivas do que as anteriores, elas me cercavam... Abaixo a minha cabeça lentamente ainda com um pouco de dificuldade, posso ver, meu corpo com cortes e acima deles várias flores brancas manchadas pelo meu sangue...

Sinto minha respiração fraca, uma sensação estranha, olho para cima me deparando com aquela figura medonha me encarando, sinto ele tocar meu rosto com uma de suas mãos, era tão frio... Logo ele se aproxima com uma pequena faca, a mão a qual estava em minha bochecha, sobe lentamente até meu olho, abrindo a minha pálpebra enquanto ele se aproximava com a faca. Eu posso sentir o pânico dentro de mim, quero gritar, fugir... Mas meu corpo está totalmente congelado, então a única coisa que consigo fazer é só observa e sentir a agonia dentro de mim, enquanto a faca a qual segurava, estava centímetros de distância do meu globo ocular.

Então em um baque alto eu acordei.

Me sentindo em completo desespero, olho ao redor vendo que estava novamente no quarto do hotel... Sinto meu coração acelerado, enquanto tentando recuperar minha respiração, percebo que eu estava soando feito um animal. Olho para o lado desesperado vendo a luz que sai da janela.

Merda... Só foi mais um pesadelo.

Ainda sentindo a adrenalina do desespero, com um pouco de esforço coloco minhas pernas para fora da cama, posso sentir o chão frio tocar em meu pé dando um leve arrepio na espinha, virando meu corpo lentamente até me sentar na beira, enquanto ouvia o barulho do rangido da cama

Eu olho para o chão, ainda processando o que acabei de sonhar... Subo minha mão em direção ao meu olho, a qual quase foi arrancado no meu próprio pesadelo, ainda posso sentir o ambiente pesado, aquilo foi medonho...

Junto todas minhas forças para me levantar da cama, solto o suspiro, ainda me sentindo cansado, ando em silêncio em direção ao banheiro do quarto, empurro levemente com a mão a porta entre aberta do banheiro enquanto bocejava.

Paro em frente ao espelho do banheiro, encaro o meu reflexo. Meus olhos, fundos e avermelhados, pareciam janelas para um turbilhão de emoções que mal conseguia processar. A noite anterior havia sido muito cansativa por ter acordado logo em plena madrugada, e o pesadelo a qual tive ainda está preso em minha mente, cenas específicas estão me atormentando.