Mergulhando no Amor

4. Vai ver que não é nada disso...

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Narrador

A escuridão parcial a amedrontava, parecia um tempo chuvoso, num terreno aberto, ao longe uma construção em ruínas, bem antiga, medieval, um vento cortando, névoa pairando no ar, não conseguia ver tão claramente, havia um som ao fundo, seria piano?
Os pés e mãos iam tateando o caminho à frente, de repente ela toca em algo, ou alguém.

"Diana" escuta seu nome e então reconhece os olhos que parecem jabuticabas, ela ama jabuticaba, será que a figura à sua frente seria tão doce quanto a fruta madura, que explode na boca e derrama seu mel inundando as papilas, deixando sabor de quero mais, uma após a outra, até se fartar...

A loira chega mais perto, passa a língua nos lábios da outra mulher.

"O que você tá fazendo Diana?" sua voz não parece de reprovação, curiosidade talvez?

"Quero saber se você é tão doce quanto imagino Fátima"

A outra mulher se aproxima sem pudor

"Se você quer saber o sabor, tem que provar direito"

Então ela sente os lábios da mulher de cabelos ondulados capturar o seu lábio inferior em um chupão indecente, "ain" a loira deixa escapar um gemido de dor e prazer.

"Fátima, eu estou com fome"

"Você sabe que pode me devorar, se quiser!"

"Diana, Diana, acorda"

Ela acordou desnorteada

"Oi? Onde eu... Hugo? Que horas são"

"Ainda é de madrugada amor, acho que você estava tendo um pesadelo, estava resmungando baixinho atordoada"

"Nossa" ela passou a mão na testa sentindo o suor umedecer a palma da mão

"Realmente, era um sonho muito confuso"

"Deita aqui" Hugo puxou sua esposa para que ela repousasse sua cabeça em seu peito, a mão acariciava suas costas como se fosse uma criança que precisasse ninar até pegar no sono.

Uns minutos depois ela ouviu a voz intrigada de seu marido "você estava sonhando com a nossa vizinha Fátima?"

"Porque?" Ela tentou não transparecer preocupação.

"Porque acho que ouvi você dizer o nome dela"

"Eu não me lembro", mentiu tentando sair do assunto "melhor voltarmos a dormir"

"Vamos sim" ele disse depositando um beijo no topo de sua cabeça "melhor nem lembrar mesmo, porque deve ter sido um pesadelo, você estava gemendo e suando, só podia ser de medo"

Ela fingiu que já estava dormindo para não ter que responder, mas o resto da noite não conseguiu pegar mais no sono, em vez disso as imagens daquele sonho confuso desfilavam em sua cabeça.

E ela jurava que podia sentir o gosto ainda fresco de jabuticaba na boca.

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Pov Fátima

Dois dias se passaram sem que visse minha vizinha, soube que ela e Hugo tinham feito uma viagem, ela só havia me mandado uma mensagem dizendo que teria que acompanhar o marido, que por sua vez teria que acompanhar seu chefe, Mavi.

E embora nossa amizade fosse recente, esses dois dias sem ter sua presença ou ao menos conversarmos direito pelo telefone, me deixaram meio pra baixo.

Sem contar que Robson tinha intensificado suas cobranças com meu peso desde a tarde na piscina, ele dizia que ao me ver de biquíni percebeu mais ainda o quanto eu estava fora de forma, nisso dobrou a quantidade de exercícios e diminuiu minha comida, se é que isso era possível.