5. Vamos brincar perto da usina

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Desculpem a demora, às vezes a inspiração voa e é preciso esperar que ela volte.

Comentem o que estão achando e espero que gostem <3

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As duas mulheres, embora estivessem em lugares geograficamente diferentes, se encontravam envoltas no mesmo clima, o desejo pairava no ar que parecia rarefeito.

Os pensamentos de Diana estavam um turbilhão, não sabia porque tinha proposto aquilo, parecia loucura conversar tão intimamente assim por telefone com a amiga, mas por outro lado, amigas deviam conversar assim, né? Podia ser normal e só ela que não tinha quase nenhuma amiga, não estava tão atualizada.

"Diana, você ainda está aí?"

A voz da morena a trouxe de volta não ao quarto de hotel que ela estava hospedada, não ao banheiro em que estava trancada, porque seu inconsciente dizia que Hugo chegaria a qualquer instante e a pegaria no flagra. Ela sentia como se estivesse fazendo algo proibido, mesmo que o outro lado do seu cérebro sinalizasse que aquilo não tinha nada demais.

Mas a voz carregada de desejo da Fátima levou Diana como se ela fosse transportada pelas conexões cibernéticas, diretamente para o quarto da pianista, como se de olhos fechados Diana pudesse ver nitidamente a amiga, recém saída do banho, "Será que a pele estava molhada? Além da sua parte íntima que ela já tinha dito que sim."

"Sim Fátima, estou" ela tentou parecer calma, coisa que definitivamente não estava.

"Imaginou alguém te tocando?"

O "sim" da morena fez Diana pensar que ela estava com Robson na cabeça, e ela não sabia o porquê isso trazia tanto incômodo, afinal ele era o marido dela.

"Você está vestida?"

"Não, estou completamente nua"

As pernas da loira tremeram nesse momento e ela teve que se sentar na poltrona que tinha em frente ao espelho da pia do banheiro.

"Passa a mão no pescoço, desce até seu seio..." Diana continuava a falar com dificuldade e na pausa que fez ouviu o primeiro gemido que Fátima soltou através do telefone.

Foi o suficiente para a outra mulher cruzar as pernas sentindo que agora era ela que começava a ficar molhada.

"Aperta seus peitos..."

"Estou apertando Diana"

Fátima não podia ver e nem saber, mas Diana nessa altura já havia colocado a ligação no viva voz para ter as duas mãos livres e apertar seus próprios seios, enquanto ouvia a música que eram os gemidos dengosos de sua vizinha.

Fátima por sua vez estava imersa em sua própria experiência, sentir seu corpo assim depois de tanto tempo, sentir prazer e se dar prazer, mas o mais surpreendente foi o quanto tocar seu próprio corpo com desejo a fez se sentir gostosa de uma forma que há anos ela não sentia.

E Diana escultou a voz fraca da amiga do outro da linha dizer

"Nossa, como estou me sentindo gostosa assim"

"Você é, você é a mulher mais gostosa que já vi, Fátima, seus seios, sua cintura..."

Fátima apalpava, arranhava, cada parte de seu corpo que a amiga falava, imaginando as mãos da loira em si, imaginando sua boca lambendo toda parte citada.

"Queria te ver assim", Diana deixou escapar de seus pensamentos, mas sinceramente já não se preocupava com o que não dizer, estava tomada de desejo, e quando tocou sua intimidade por dentro da calcinha, pediu que a outra mulher também o fizesse, sem dizer que ela não só ajudaria a amiga, mas estava completamente vivendo isso com ela.

"Ain Diana, que delícia isso"
Foi o que a morena falou assim que circulou seu clitóris com os dedos como sua vizinha tinha pedido.

Os gemidos eram altos e Diana estava adorando, eram como músicas para seus ouvidos.

"Isso Fátima, goza pra mim"

Ao ouvir isso a pianista só conseguia imaginar como seria ter a loira a tocando assim, pedindo essas coisas em seu ouvido, e sem dizer mais nada ela enfiou um dedo dentro de si, o gemido que soltou até fez com que Fátima ficasse com vergonha da vizinha ouvir, mas ela já não tinha controle e Diana percebeu que não faltava muito para a outra mulher alcançar o êxtase total, porque ela mesma já não conseguia pensar em mais nada a não ser se tocar imaginando sua vizinha em sua cama, sendo dela, dentro dela, junto dela.

A forma que Fatima rebolava em seus dedos já era quase um suplício, os gemidos quase guturais, até que ela sentiu o orgasmo mais profundo e libertador chegar e não pôde pensar antes de dizer entre seus gemidos e gozo o nome da mulher que desejou durante todo esse tempo estar nos braços, no reflexo dos olhos verdes, na língua macia, nos dedos longos...

"Eu quero você Diana"

Quando ouviu isso, do outro lado da linha, a loira que já estava completamente embevecida de prazer, desligou o celular para que Fátima não a ouvisse gemer como precisava gemer até enfim desfalecer naquela poltrona no banheiro do hotel.

Após se recuperar, Fátima pegou o telefone caído entre os travesseiros

"Alô, Diana? Você tá aí?"

Mas não tinha mais ninguém, ela ficaria com a dúvida se a linha tinha caído, se a amiga desligou, até quando ela ouviu, e o mais importante

"Será que ela ouviu eu gemer que queria ela?"

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As horas passaram e as duas foram fazer suas coisas, tentando não pensar no ocorrido, o medo que de alguma forma algo mudasse na amizade delas era partilhado pelas duas. E embora nenhuma tomasse a iniciativa de mandar uma mensagem, as duas também esperavam ansiosas e a cada notificação uma euforia vinha seguida da decepção de não ser da pessoa esperada.

.......
"Fátima... Fátima"

"Oi Robson", a morena respondeu depois de um tempo perceber que o marido se dirigia a ela.

"O que aconteceu? Nunca te vi tão dispersa assim, nem mesmo tocou no jantar.

"Ah é que só essas folhas, não me abrem o apetite Robson, você sabe o que eu queria mesmo? Jantar no restaurante da Viola, naquele dia no jantar de noivado o prato que comi tava tão gostoso, fico com água na boca só de lembrar"

"Pois você nem me lembre desse dia, da vergonha que você me fez passar diante do dono de tudo isso aqui"

"Só porque eu bebi um pouquinho" ela disse se levantando da mesa, e já saindo para não terminar de ouvir aquela conversa, quando sentiu a mão de seu marido em sua cintura a abraçar por trás

"Bebeu um pouquinho Fátima? Você sabe que quando você bebe perde o controle, fora o tanto de calorias que tem um copo de champanhe"

"Eu prometo que vou me controlar e não beber assim mais" ela se soltou e virou de frente pra ele, fazendo um sinal de cruz sobre os lábios com os dedos, Robson então a enlaçou pela cintura novamente.

"Sabe o que eu lembrei também? Aquela vez no Rio, que você bebeu e ficou toda felizinha, lá na casa de praia da minha prima, lembra?"

Ela lembrava daqueles momentos felizes que pareciam ser em outra vida, uma vida que ele não se preocupava em quantas calorias tinha uma garrafa de vinho tinto e sim que a noite seria memorável, mas quando olhou novamente seu prato de rúcula intocado e o dele com salmão, ela lembrou que agora não o reconhecia mais, que aquele Robson que a mimava com tudo que ela queria, e dizia que ela estava linda, aquele Robson tinha se perdido no meio do caminho até aqui. E que talvez ela não conseguisse o encontrar mais, e talvez ela nem quisesse.

Sentiu os lábios dele nos seus, como reflexo ela se soltou sem ser brusca.

"O que foi? Você tá sempre querendo e hoje que eu tô querendo você vai me rejeitar?" Ele falou fazendo aquela cara de cachorro pidão.

"Não tô rejeitando você, é só que hoje foi um dia muito cansativo e eu não estou com vontade, quem sabe outro dia" ela disse depositando um selinho em seus lábios e correndo para o quarto para ver se Diana tinha mandado alguma mensagem e ela não ouviu a notificação enquanto ouvia Robson falar.

Mergulhando no AmorOnde histórias criam vida. Descubra agora