O sol se ergueu timidamente no horizonte, lançando uma luz dourada sobre as ruas de Calantria. Claire despertou com o suave tilintar de sinos distantes, um som que parecia emanar de algum templo oculto entre as brumas da cidade. O cheiro de algo delicioso pairava no ar, mas, ao abrir os olhos, ela viu que era apenas a promessa de um novo dia.
Sentada à mesa da cozinha, Claire olhou para a despensa quase vazia. A geladeira, ainda em transição, continha apenas algumas frutas e vegetais. A realidade da mudança começou a se estabelecer, e com ela, a sensação de que tudo ainda estava por vir. A manhã era silenciosa, e a única companhia era de sua mãe, Maya, que se movia pela cozinha com uma agilidade que Claire sempre admirara. Com uma xícara de café quente em mãos, Maya pareceu notar a inquietação da filha.
— Vamos precisar de mais coisas para comer, não acha? — disse Maya, quebrando o silêncio. — Eu estava pensando em irmos ao mercado esta manhã.
Claire concordou, embora a ideia de sair para o desconhecido a deixasse nervosa. Calantria era um mundo novo e intrigante, mas também assustador. No fundo, ela se perguntava como seria se adaptar a tudo aquilo, especialmente na escola onde logo teria que se matricular.
— O que você gostaria de comer? — continuou Maya, olhando para Claire com um sorriso encorajador.
— Um pão quentinho e algumas frutas, talvez? — Claire respondeu, um pouco hesitante.
— Então vamos fazer isso! — disse Maya, animada, enquanto começava a arrumar algumas coisas para a saída.
Assim que as duas se prepararam, um breve toque na porta chamou a atenção de Claire. Maya foi até lá e, ao abrir, revelou Theo Greystone, o vizinho que haviam conhecido na noite anterior. Ele tinha um sorriso amigável e uma energia vibrante que parecia iluminar o ambiente.
— Bom dia, senhoritas! Espero que estejam prontas para explorar Calantria — disse Theo, inclinando-se levemente em um gesto de saudação. — Se precisarem de companhia, ficaria feliz em ajudá-las.
Maya agradeceu o gesto, mas Claire sentiu uma mistura de alívio e nervosismo. Theo era simpático, mas o fato de ainda ser um desconhecido pesava em sua mente.
— Estamos indo ao mercado, mas não sabemos exatamente onde fica — admitiu Maya, um pouco envergonhada.
— É fácil! Eu posso levar vocês até lá. É só uma curta caminhada — Theo respondeu, com entusiasmo.
Claire hesitou. A ideia de andar pelas ruas desconhecidas de Calantria, mesmo com um guia, parecia um desafio. No entanto, a perspectiva de um pão fresco e a oportunidade de ver mais do lugar onde moravam a motivaram a concordar.
— Então vamos — disse Maya, pegando a bolsa e um pequeno caderno onde havia anotado algumas coisas. Claire a seguiu, mas sua mente ainda estava cheia de pensamentos inquietos.
Ao saírem, a luz do sol iluminava o caminho que levava ao mercado. As ruas estavam repletas de criaturas míticas, cada uma mais fascinante que a outra. Claire viu um grupo de elfos conversando animadamente em uma esquina, suas orelhas pontudas destacando-se contra a luz do dia. Havia também um gigante gentil que passava ao lado deles, olhando com curiosidade para os transeuntes menores. O ambiente vibrava com uma energia única, mas para Claire, tudo era um pouco avassalador.
— Você está bem? — perguntou Theo, notando a expressão pensativa de Claire.
— Sim, só... observando — respondeu ela, forçando um sorriso.
— Calantria pode ser um pouco intensa no início, mas você vai se acostumar. A maioria das criaturas aqui é amigável — ele afirmou, tentando confortá-la.
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A Dança das Sombras
AdventureEm um mundo escondido entre as brumas do tempo, onde criaturas míticas dançam nas sombras de suas lendas, uma jovem chamada Claire descobre que a realidade é mais sombria do que os contos que cresceu ouvindo. Quando ela se muda para Calantria, um re...