Harry Potter, sua vida começa agora

Capítulo 7

Harry não estava realmente ansioso por essa conversa. Mas, ele pensou, isso era importante; eles estavam esperando um bebê, criando-o juntos, então Draco deveria saber sobre a criação de Harry. Apenas então, Harry acreditava, Draco seria capaz de entender, apreciar ou corrigir o estilo de paternidade de Harry. A verdade era que Harry estava com medo de estragar a vida de seu bebê.

Draco olhou para Harry, pacientemente tomando um estranho conceito de leite, arroz e açúcar, com ghee e cardamomo adicionados. Era chamado de Kheer, e era um prato indiano. Draco adorava. Harry, a princípio, estava cauteloso para experimentar. Era tão branco. Mas, era uma sobremesa, então o que poderia dar errado?

Ao contrário de Draco, Harry usou uma colher. E com o primeiro gosto, adorou. Quanto mais gelado, melhor, Harry aprendeu; o prato deveria ser resfriado de maneiras naturais, aparentemente. Ao contrário de outras sobremesas, o congelador a arruinava.

A doçura e o gosto exótico soltaram a língua de Harry. A expressão de Draco era estoica e não revelava nada. Harry ficou grato por Draco não estar olhando para ele com piedade também. Graças a Merlin. Mas, Harry estava preocupado. E se Draco não quisesse um pai danificado para seu bebê?

Draco sentiu-se quebrar quando ouviu sobre a infância de Harry. Era horrível. Nenhuma criança deveria ser tratada daquela maneira. As crianças eram preciosas.

Draco podia ver que Harry estava tentando não culpar ninguém, e até tentava amenizar o impacto de alguns dos abusos e negligências.

"Vou entender, Draco, se você não quiser alguém tão danificado quanto eu na vida de nosso filho. Eu queria te contar antes, mas não queria te incomodar quando você estava tão claramente exausto."

Draco o encarou impassível, e o coração de Harry quase se partiu com o medo da rejeição e das palavras raivosas. Harry visivelmente se encolheu diante do silêncio contínuo, antes que palavras raivosas viessem.

Elas não eram, no entanto, as palavras raivosas que Harry esperava.

"Quero ver as memórias, se você permitir, porque não confio em sua natureza Grifinória o suficiente para me contar sobre o que você realmente passou naquele inferno. E, a partir de amanhã, você vai consultar um curador mental. Alguém que não está lá para cantar e babar sobre o Garoto Que Sobreviveu, ou o Homem Que Viveu Novamente, ou seja lá o que diabos estão te chamando agora! E, acima de tudo isso, você vai me levar para o nosso quarto para que eu possa te abraçar!" Draco disparou, lágrimas de raiva escorrendo de seus olhos. Malditos hormônios!

Harry engoliu em seco, obedecendo.

Uma vez em seu quarto, Draco fez exatamente como disse que faria; ele se aconchegou com Harry.

"Harry, você não merecia nada disso. E, sinto muito por te machucar verbalmente durante toda a nossa infância. Eu realmente sinto. Saiba disso, porém: eu pessoalmente garanto que você não passará fome, em horários adequados. Eu nunca, jamais, vou te negligenciar quando você precisar de mim. Você sempre terá a mim. E, se eu for o problema, sempre há a Tia Andromeda, ou você pode ter um quarto e espaço só para você, onde possa desabafar sozinho, ou com seu curador, seus amigos, ou com a Molly Weasley, se for isso que você precisa.

"Nós vamos construir uma casa nova. Sim, eu quero uma casa nova, Harry. Será nossa. Seremos nós que faremos memórias lá. Você terá um lar que poderá decorar como quiser. Eu cuidarei da decoração - nisso não vou te obrigar, porque consigo imaginar nossa casa parecendo uma árvore de Natal se você for o responsável pela decoração."

Harry estava tremendo. Draco ficou surpreso até perceber que Potter estava rindo - uma risada completa.

Draco estava divertido e decidiu provocá-lo.