Em casa mais calma, sai do banho vendo Atílio deitado em nossa cama, respirei fundo e caminhei para perto dele, toquei os rosto dele e disse o que me afligia e confesso que estava com medo da resposta, mas olhei para ele e fiz a pergunta:
— Quem estava atrás de mim hoje, tem haver com o julgamento da tal Aurora, A chacal, a mesma que ajudou a prender quando estava infiltrado? Dormiu com ela?
Atílio virou o rosto lentamente em direção a Cristina, seus olhos carregavam uma mistura de exaustão e preocupação. Ele demorou alguns segundos antes de responder, como se estivesse buscando as palavras certas ou, talvez, a coragem para falar o que realmente aconteceu. O silêncio entre vocês era pesado, como se o ar tivesse sido sugado do ambiente. Ele suspirou, sentando-se na cama e passando as mãos pelo rosto, claramente desgastado.
— Cristina, eu nunca menti para você, e não vou começar agora. — ele olhou diretamente nos seus olhos, a seriedade estampada em sua expressão. — Sim, sua perseguição tem a ver com o julgamento. Aurora é perigosa, e eu sabia que, uma vez presa, haveria riscos. Bruce, o nome dele é Bruce, não conseguimos capturar ele ainda, e está envolvido. Ele quer vingança.Por que a mulher que ele protegia, a mãe da Aurora, morreu na operação, e ele sabe quem eu sou.
Cristiane sentiu seu coração acelerar, já temendo a resposta para a segunda parte da pergunta, mas Atílio continuou.
— Quanto a Aurora... — ele hesitou, os olhos desviando por um breve momento, e então voltou a encará-la, firme. — Eu não dormi com ela. Quando estava infiltrado, fiz o que era necessário para ganhar a confiança dela e da organização, mas nunca passei desse limite. Eu sabia que cruzar essa linha poderia colocar tudo a perder. Meu foco sempre foi o caso, e nunca a envolvi em nada íntimo. Nem com ela nem com ninguém, só cheguei até ela quando ganhei a confiança de Morin, a mãe dela. El Capo, como Morin era chamada, uma senhora que nunca levantou suspeita, mas ela era quem fazia a linha de frente. Miorin, ela sim, tentou, é claro, mas eu... resisti.
Você respirou aliviada, mas ainda havia uma pontada de desconfiança, algo que você não conseguia simplesmente ignorar.
— Aurora, por que ela ainda parece tão... obcecada por você?
Atílio suspirou novamente, como se o peso de tudo estivesse prestes a esmagá-lo. Ele levantou-se da cama e começou a caminhar pelo quarto, pensativo.
— Aurora não aceita a derrota, Cristina. Ela viu o que eu fiz como uma traição pessoal. A mãe dela morreu, Bruce entrou em contato com ela via advogados, e contou coisas para ela, no dia que meu pai veio e falamos sobre a conversa, nos ajudou com o nome do delator, ela sabe quem sou eu, e Bruce recebeu a ordem de acabar comigo, por conta da morte de Morin. Não foi só o fato de eu ter ajudado a prender a organização. Para ela, foi o ego ferido. Na mente dela, eu a enganei, manipulei, usei a mãe dela para chegar até ela. E agora ela quer vingança. E isso pode incluir você, nossa família... — ele parou, voltando a te encarar, seus olhos agora carregados de preocupação e carinho. — Eu não vou deixar isso acontecer.
Você o olhou, sentindo o turbilhão de emoções dentro de si. Parte de você queria acreditar em cada palavra, mas outra parte temia o perigo que rondava sua vida.
— Como vamos lidar com isso, Atílio? Eu não quero viver com medo.
Ele se aproximou de você e segurou suas mãos com firmeza.
— Nós vamos enfrentar isso juntos, como sempre fizemos. Eu prometo que vou proteger você, nossa família. Aurora pode ser perigosa, mas eu sou mais esperto. Já a derrotei uma vez, e vou fazer de novo.
Atílio sentou ao lado dela e segurou a mão de Cristina, ela respirou fundo naquele momento era tudo confuso para ela, o dia foi exaustivo demais.
— Vamos dormir, eu preciso descansar assim como você! — falou sentindo o corpo doer, não só pelo dia, mas pela adrenalina e pelo amor que fez com ele.
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Um resgate do amor - Concluída
Fiksi PenggemarUm amor, um evento traumático será que um amor poderá superar isso tudo?