Prólogo

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...🚔...

A noite estava viva e vibrante, uma sinfonia de sons e cores que se mesclavam em um espetáculo hipnotizante. A boate pulsava sob as luzes vermelhas e azuis, que cortavam a escuridão em ritmos erráticos, sincronizados com a batida grave da música eletrônica que reverberava pelas paredes. O ar era denso, impregnado com o cheiro de álcool, perfume caro e fumaça de cigarro, uma combinação decadente que fazia Jimin se sentir em casa. Ele adorava aquele ambiente, a energia crua que vibrava ao seu redor. Era como se cada batida de música ecoasse seu próprio coração, e ele estava preparado para aproveitar cada momento.

Do seu posto no segundo andar reservado, Jimin tinha uma visão completa do caos abaixo: corpos se apertando na pista de dança, desejos alimentados por mentiras e prazer fugaz em cada movimento. Os rostos se iluminavam em expressões de euforia, enquanto as luzes piscavam rapidamente, criando sombras que dançavam de forma hipnótica. Ali, tudo era intenso e passageiro, exatamente como ele gostava. Era uma noite típica em Hades, mas Jimin sabia que a verdadeira festa era sempre aquela que acontecia nos bastidores.

A boate Hades era seu império, um reino onde ele reinava absoluto. Não havia canto ou segredo naquele lugar que escapasse dele. Ele conhecia cada canto, cada sussurro, cada olhar furtivo entre clientes e funcionários. Ele sabia quem eram os seguranças brutamontes que protegiam a entrada, os bartenders que misturavam as melhores bebidas e os clientes VIPs que enchiam os bolsos da casa. Cada um deles tinha seu papel no grande espetáculo que Jimin orquestrava com maestria. Naquele mundo, ele não precisava fingir ser quem não era. Ali, ele era Park Jimin: dono, mestre do jogo, e alguém que jamais perdia e acima de tudo um caçador do mais perigoso jogo que estava prestes a começar.

Enquanto observava a cena com desinteresse, um pequeno sorriso de satisfação se formou em seus lábios. Um cliente bêbado sendo arrastado para fora pela segurança, uma garota insistindo para um dos seguranças que merecia entrar na área VIP - era a mesma rotina de sempre. Os dramas e os triunfos das almas perdidas eram familiares, quase reconfortantes. Ele tinha certeza de que já havia visto aquele cliente sendo expulso várias vezes antes. Jimin passava a língua pelos lábios, sentindo a leve queimação do uísque ainda recente, e acenou para um garçom para que trouxesse outro.

Enquanto esperava, ele se perdeu por um momento na observação das pessoas que dançavam, rindo e se entregando àquela atmosfera intoxicante. Era fascinante, na verdade, como eles se deixavam levar pela música, esquecendo-se de tudo o que os aguardava do lado de fora, suas responsabilidades, suas tristezas, suas vidas normais. Para muitos, aquela boate era um refúgio, e para Jimin, um cenário perfeito onde poderia acontecer de tudo e Hades seria apenas um palco.

Mas Park Jimin sabia muito bem o que devia fazer naquela noite escura e envolvente. Ele estava inclinado na barra, seu corpo relaxado enquanto girava a dose de uísque em seu copo, brincando com os cubos de gelo que tilintavam suavemente. Os pensamentos dançavam em sua mente, uma mistura de tédio e antecipação. Quem seria seu próximo alvo? A adrenalina de um novo jogo o fascinava, e, por um momento, ele se pegou se perguntando se, pelo menos, seu alvo poderia ser "bonito" o suficiente para apimentar a noite.

- É você... - ele exclamou em um tom brincalhão, apontando para um homem de terno ajustado que estava conversando em um grupo próximo. Riu para si mesmo, sentindo-se um pouco lunático, mas a noite já havia se transformado em um jogo de sedução e conquista. - Ou você! - ele disse, mirando um outro homem que dançava sozinho, seu corpo se movendo em perfeita harmonia com a música.

Park levou o copo aos lábios, tomando um gole razoável de sua bebida. Fechou os olhos com força, permitindo que o sabor amargo do uísque dominasse sua boca, aquecendo-o por dentro. Era um prazer conhecido, quase reconfortante, uma forma de se preparar para o que estava por vir. Naquele lugar, cada gole era um convite à diversão, e ele estava determinado a aproveitar ao máximo.

- Chefe. - Uma voz familiar soou atrás de Jimin, cortando seu devaneio. Ele reconheceu o tom do seu segurança, uma presença constante e confiável em meio ao caos da boate. - Ele chegou.

Jimin abriu os olhos lentamente, uma pequena centelha de expectativa acendendo-se em seu peito. Ele se virou com um sorriso de canto, a esperança ainda pairando sobre a possibilidade de sua nova "vítima" ser exatamente o que ele queria.

- Mostre-me - respondeu, sua voz baixa e cheia de curiosidade. A emoção de um novo desafio estava prestes a se desenrolar diante dele.

Seu segurança fez um gesto discreto, e Jimin seguiu o movimento do braço até o homem que se destacava em meio à multidão. O rosto do recém-chegado era sério, sua expressão fechada e quase impenetrável, como se estivesse em um estado de contemplação. A postura era totalmente reta, exalando uma confiança que não passava despercebida. Os cabelos levemente bagunçados caíam sobre a testa, enquanto seus lábios, em um tom avermelhado, pareciam convidativos e promissores.

Park Jimin se empolgou ao perceber o quanto o menino era lindo. O calor subiu pelo seu corpo, uma mistura de desejo e fascínio. Ele não conseguia tirar os olhos daquele desconhecido, que parecia um enigma a ser desvendado. O homem estava cercado por amigos, mas havia algo na maneira como ele se movia, como se estivesse distante, como se o barulho e a festa não o tocassem completamente.

- Que delícia... - Jimin murmurou, passando a língua entre os lábios, saboreando a cena que se desenrolava diante dele. O menino desfilava pela boate com uma elegância natural, a leveza dos movimentos contrastando com a rigidez de seu olhar. Era uma visão hipnotizante, e Jimin se sentiu irresistivelmente atraído por aquele mistério que exalava uma aura de fragilidade e força ao mesmo tempo.

Com cada passo que o homem dava, Jimin sentia a excitação crescer dentro de si. A ideia de seduzi-lo, de levá-lo para um jogo de prazer e manipulação, começou a preencher sua mente como uma promessa irresistível. Era a oportunidade perfeita para se distrair, para quebrar a monotonia de sua rotina habitual. E, com a música vibrando ao fundo e a bebida escorrendo por suas veias, ele estava mais do que pronto para embarcar nesse novo jogo.

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Continua
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Fruto Proibido - (Jikook)Onde histórias criam vida. Descubra agora