Me desculpe.

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Era por volta das 19 horas da noite, estava com uma neblina incomodava quem chegasse perto do local. Fazia frio no dia; caso saísse sem um casaco, tremeria até voltar ao seu lar.

Uma garota de cabelos vermelhos cereja estava posicionada sobre um banco na praça, ela tremia, mas não se importava, seus olhos escarlate brilhavam sobre o local, sendo a única coisa que poderia ser enxergada no momento. Ela parecia que se abraçava, tentando se confortar por conta de algo que nem ela sabia o que era. A garota de cerejeira observava atentamente as folhas de uma árvore de Sakura que caíam sobre o chão, isso deixava um contraste sobre a névoa.
Ela perde o seu foco nas folhas rosadas assim que escuta barulhos de passo, ela direciona os seus olhares a uma garota de cabelos azuis que chegava perto dela; como se a conhecesse, mas ao mesmo tempo, sente que não conhece. Quando a ruiva observa a dragoa se aproximando, ela sente seu coração apertar, sentindo sua respiração pesar.

A de olhos azuis se senta ao lado da garota de olhos escarlate. Ela rapidamente retira uma blusa que havia em sua cintura, cobrindo a ruiva.

Você não deveria estar sem casaco por aqui.. Mon Amour... Inclusive, por que me chamou?..

A garota de cabelos azuis diz, chamando-a por um apelido carinhoso em francês, tentando confortar a ruiva, que não parecia feliz com isso.

Eu estou bem, obrigada.. eu queria te pedir desculpas, querida. ”

A ruiva responde, vindo dela não poderia ser algo bom, talvez ela tivesse errado em algo; mas da forma que ela diz, não parecia.

Desculpas pelo quê? ”

Vá na minha casa as onze horas dá noite, desculpe. ”

A ruiva entrega as chaves de casa da própria, entregando com cuidado sobre as mãos delicadas de Moon, que pareciam de porcelana. A garota de cerejeira de levanta, saindo lentamente do local, amassando as folhas rosas da árvore, partindo-as.

Por favor cumpra a promessa. ”

A de cabelos azuis diz com calma, em um tom baixo e melancólico, como se já soubesse o que estava por vir, ela se levanta e se vira, indo na direção contrária, tomando cuidado para não quebrar as pétalas de flor de cerejeira, sua árvore favorita, que representava todo o seu amor.




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Depois de alguns minutos, a ruiva chega em casa, ela rapidamente vai para seu quarto, se trancando no local, ela se senta em uma mesa e abre um pote com remédios, remédios antidepressivos. Aparentemente ela tomava na dose errada, fazendo com que não tivesse efeito.
A ruiva pega uma folha sulfite em branco, ela pega uma lapiseira e começa a escrever um recado para a sua amada.

Minha querida Moon, sinto muito por você ter que presenciar está cena, eu queria que você pudesse evitar cada passo que eu dou, para não se machucar com os meus erros, mas eu preciso disso. Não se preocupe comigo, eu estou descansando no momento; por favor, viva a sua vida e me esqueça, não quero que chore por mim, e caso não me tire de sua mente, pelo menos dance ao som de suas músicas, não quero lhe ver triste, quero que se divirta e dance sobre meu caixão.
Se tudo der certo você consegue outro alguém, alguém melhor do que eu! Eu não sou o suficiente pra você, e você sabe muito bem disso. Talvez com isso, você possa seguir em frente sem arrependimentos.
Por favor, quando ler isso, pegue as coisas que eu deixei para ti. Meu Nintendo 64, meus discos de vinil e seus casacos de seda que esqueceu na minha posse.
Espero que você não chore ao me ver, e sim se sinta livre.
Com amor, Cherry. ”

Ela proferiu as seguintes palavras, não deixando escapar algumas lágrimas que caíram sobre o papel, não chegou a manchar o texto, mas era perceptível que ela estava com medo no momento.
Cherry se levanta, indo até seu armário e pegando uma garrafa de vinho e uma taça que havia guardado para o momento, ela já esperava por isso a anos, ela finalmente se juntaria a todos que ela viu morrer. A todos que ela chorou e soluçou, mesmo que eles tenham pedido para que ela não chorasse.

Cherry serve o vinho na taça e da um gole, logo após isso ela toma todos os remédios antidepressivos que estavam no pote, junto com outro gole do vinho.

Cherry pega uma corda em uma caixa, ela sobe em uma cadeira e da um nó na corda, no teto. Ela coloca a corda sobre o seu pescoço e empurra a cadeira. Fazendo com que ela caísse no chão, fazendo um barulho alto, porém inaudível para os ouvidos de quem ousasse escutar. Cherry estava despedaçada, assim como as folhas de cerejeira que ela fazia questão de amassar quando caminhasse.



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As onze horas da noite, Moonkase chega no local, ela destranca a porta da frente e logo em seguida a porta do quarto de Cherry; se deparando com a cena esdrúxula que a ruiva fez questão em preparar. Barulhos de choro e soluços começam a ser escutados, Moonkase se vira, indo para a cozinha e retirando um facão de uma gaveta, ela volta para o quarto e corta a corda, o corpo da garota caí no chão.

Você me prometeu.. Mon Amour... Você me prometeu. ”

A voz saía trêmula, a garota de olhos azuis dava um beijo na testa da ruiva, a pegando no colo e deixando seu corpo morto sobre a cama.
A de cabelos azuis percebe uma caixa com coisas dentro, que estava em cima da cama.
Moon acende a luz, retirando o breu que havia no quarto. A dragoa coloca a caixa sobre a escrivaninha, lendo a carta; após alguns minutos, a folha se encharca com lágrimas da garota, seus olhos inchados não conseguia retirar seus olhares da folha, e da última coisa que ela leria vindo de sua amada.

Moonkase olha para dentro da caixa, encontrando o Nintendo 64 de Cherry, discos de vinis que Cherry tanto amava, e por fim, os seus suéteres que ela havia emprestado para a ruiva; Moon veste o suéter cinza, que ainda estava impregnado com o cheiro doce de sua querida ruivinha.

Moon pega o facão novamente, erguendo as mangas de seu casaco, fazendo cortes não muito aprofundados em seu pulso, querendo voltar aos abraços de sua tão amada Cherry. Porém é em vão, Moon tinha medo, diferente de Cherry.

A garota liga o telefone, ligando para os amigos próximos da garota, pra avisar a situação

em seu funeral, vou te entregar tantas flores de cerejeira que você se sentirá sufocada dentro do caixão.. mas.. ao invés de te entregar essas tão queridas flores, por que você não volta para mim? Ee segura em seus braços delicados novamente.. eu sinto sua falta Mon Amour, eu só queria você aqui! Eu não quero o seu Nintendo 64 para que eu jogue em seu porão escuro e úmido, eu quero você. Mas eu farei como você pediu, mas diferente, nós escutaremos música e dançaremos, juntas, no paraíso; eu queria tanto que você tivesse me amado o suficiente, e que eu pudesse ter lhe contado sobre o meu amor.. mas eu tinha medo, porém eu não terei agora. ”

Você não está sozinho!
Não cometa os mesmos erros que os personagens deste conto, eles são fictícios, você não.
Caso tenha pensamentos suicidas, ligue para o número:
188 - número de prevenção ao suicídio.
Eles farão o possível para te ajudar e confrontar os problemas, apenas prometa não cometer o ato, você importa!

Com amor, Cherry.Onde histórias criam vida. Descubra agora