𝒞𝒶𝓅𝒾‌𝓉𝓊𝓁𝑜 𝐼𝒱

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"𝑃𝑜𝑑𝑒 𝑠𝑒 𝑒𝑛𝑐𝑜𝑛𝑡𝑟𝑎𝑟 𝑎 𝑓𝑒𝑙𝑖𝑐𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 𝑚𝑒𝑠𝑚𝑜 𝑛𝑎𝑠 ℎ𝑜𝑟𝑎𝑠 𝑚𝑎𝑖𝑠 𝑠𝑜𝑚𝑏𝑟𝑖𝑎𝑠, 𝑠𝑒 𝑎 𝑝𝑒𝑠𝑠𝑜𝑎 𝑠𝑒 𝑙𝑒𝑚𝑏𝑟𝑎𝑟 𝑑𝑒 𝑎𝑐𝑒𝑛𝑑𝑒𝑟 𝑎 𝑙𝑢𝑧."

• 𝐴𝑙𝑣𝑜 𝐷𝑢𝑚𝑏𝑙𝑒𝑑𝑜𝑟𝑒

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Na manhã daquele dia, os primeiros raios de sol entravam pela janela, banhando o quarto em uma luz suave e dourada. Akane despertou lentamente, seus olhos se ajustando à claridade enquanto ela olhava para o lado e via Sana, que a abraçava com força, como se estivesse tentando proteger um sonho precioso. O calor do corpo da jovem humana era um contraste intrigante com a frieza que Akane carregava dentro de si, uma sensação que a deixava inquieta. Com um gesto hesitante, Akane levantou a mão e acariciou o rosto de Sana, seus dedos deslizando suavemente pelos cabelos escuros da garota. Cada movimento era carregado de uma ternura inesperada, algo que ela nunca havia experimentado antes. Era como se, ao tocar Sana, Akane estivesse redescobrindo uma parte esquecida de si mesma. Mas essa nova sensação vinha acompanhada de um peso: ela estava se tornando mais humana, mais vulnerável, e tudo isso por causa daquela que agora ocupava seus pensamentos e sonhos.
O quarto era um refúgio tranquilo, mas dentro de Akane, uma tempestade de emoções rugia. Em um instante, ela se via como uma demoníaca cheia de desprezo pelos humanos. No entanto, ao olhar para Sana dormindo serenamente, essa aversão começava a se dissolver em algo mais suave. A presença da jovem parecia ter o poder de derreter as barreiras que Akane havia construído ao longo dos anos. Após alguns momentos perdidos em pensamentos, Akane decidiu que precisava sair da cama antes que seus sentimentos a dominassem completamente. Com cuidado quase furtivo, ela deslizou para fora dos lençóis macios, tentando não acordar Sana. Assim que conseguiu se afastar da cama e ficar em pé ao lado dela, os olhos de Sana se abriram lentamente. A expressão sonolenta logo se transformou em curiosidade quando ela avistou Akane.

— Vai aonde? - perguntou Sana com a voz ainda embargada pelo sono, mas seus olhos brilhavam com uma expectativa ingênua.

— Ver uns amigos - respondeu Akane com frieza na voz, tentando esconder o turbilhão de emoções que fervilhava dentro dela. A resposta saiu como um escudo contra a vulnerabilidade que sentia diante da jovem; mesmo assim, no fundo de seu ser, uma parte dela desejava permanecer ali e aproveitar aquele momento tranquilo ao lado de Sana.

— Precisa mesmo ir agora? Eu queria te fazer mais perguntas e também queria te apresentar para alguém.

— Que pergunta você quer fazer?

— Tira a camisa.

— Como?

— Você disse ontem que seus pai lhe torturou fisicamente, então deve ter ficado cicatriz.

— Quer ver minhas cicatrizes ou me ver nua?

— Os dois, talvez... - Sana morde o lábio inferior.

— A cada dia que passa você se supera.

— Tira logo.

— Está bem, calma, já estou tirando.

Akane começou a tirar o casaco com um gesto tranquilo, seus dedos deslizando pelo tecido, enquanto ela o afastava de seus ombros. A peça caiu suavemente ao chão, revelando uma blusa que se ajustava perfeitamente ao seu corpo. Ela hesitou por um momento, como se estivesse ponderando sobre a vulnerabilidade que estava prestes a expor. Com um movimento mais deliberado, começou a retirar a camisa, suas mãos trabalhando lentamente para desabotoá-la. Cada botão que se soltava parecia amplificar a expectativa no ar. Quando finalmente a camisa foi removida, o que se revelou foi um corpo tonificado e musculoso, cada curva e definição refletindo anos de dedicação e treinamento. Os músculos de Akane eram evidentes, esculpidos com precisão, como se cada fibra tivesse sido moldada. A pele dela brilhava sob a luz suave do ambiente, criando um contraste hipnotizante.
Quando Sana viu o corpo de Akane, um desejo intenso brotou dentro dela, uma vontade quase irresistível de sentir aquela força contra a sua. O coração da jovem acelerou ao imaginar o calor do corpo da mulher contra o seu.
No entanto, essa sensação foi abruptamente interrompida quando Akane se virou. O que Sana viu em seguida fez seu coração apertar: cicatrizes de queimaduras cruzavam as costas e os braços da mulher como marcas indeléveis de dor. Cada cicatriz tinha traços profundos que formavam um mapa de sofrimento e superação. A beleza do corpo de Akane agora estava entrelaçada com a tristeza das feridas que carregava. Sana deu um passo à frente, sua aproximação era cautelosa, como se cada movimento pudesse quebrar o delicado equilíbrio entre elas. Com as mãos trêmulas, ela começou a tocar suavemente as cicatrizes de Akane. Seus dedos exploravam cada linha irregular na pele da mulher com uma ternura quase reverente. O toque era leve, mas carregado de empatia; Sana queria entender não apenas as marcas físicas, mas também as emoções que habitavam aquele corpo.
Akane fechou os olhos ao sentir o toque suave da garota percorrendo suas cicatrizes. Uma onda de arrepios percorreu seu corpo em resposta à delicadeza daquele contato. Era uma sensação estranha, ao mesmo tempo dolorosa e reconfortante, como se cada carícia estivesse não apenas reconhecendo sua dor, mas também oferecendo um espaço seguro para sua vulnerabilidade. Naquele momento íntimo, o mundo ao redor delas desapareceu; havia apenas o toque gentil de Sana e a conexão profunda que começava a florescer entre duas almas marcadas por suas próprias batalhas.

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⏰ Última atualização: Oct 22 ⏰

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