ᴛᴇᴍᴘᴇsᴛᴀᴅᴇs.
A chuva cai lentamente, sem pressa.
Meu pulmão, já sem ar, hesita em continuar a sua própria função.
Ao meu redor vejo uma densa escuridão se formar. Tudo vem a tona novamente.
Por que isso de novo? Ouso perguntar mesmo já sabendo a resposta.
- Você é o culpado - Ela diz, sem repensar. A voz ecoa em minha mente por horas, não há previsão para parar.A tempestade chegou.
Minha mão tremula é levada novamente a lâmina, minha ultima tentativa de desabafo.
Numa sincronia perfeita sinto a pele rasgar lentamente e as linhas confusas dos pensamentos se fazem em meu pulso.
Mais escuridão. Mais dificuldade de respirar. Mais culpa.
Por quê continuo fazendo isso?
Por quê não consigo parar?
Meu desejo de melhorar se esvai, assim como a chuva caindo de meus olhos.
Assim como o sangue escorrendo de meus braços."Feridas eternas para sentimentos momentâneos"
Mas, o que fazer quando a dor é tao grande que já não se pode suportar?
Eu apenas a deixo transbordar.
Esvazia-se de mim como a água das chuvas.
Chega a superficie da terra e se desfaz, dissipa-se no chão, como o sangue.
Após a tempestade, as nuvens se movem lentamente, como a confusão em meu coração.O único problema é que o Sol nunca chega até minha alma.
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Textos para pessoas desgastadas.
PoetryApenas alguns textos que escrevi em tempos vagos, sinto muito caso alguém se identifique.