Humano (Stiles x Vingadores)

Vôo (3)

Me sentei no meu assento no avião esperando os motores pegarem a então decolagem. Já faz dois dias que levei o tiro e ainda dói muito, mas não posso tomar mais remédios até chegar em Nova York. Acho que leva umas quatro horas ou mais para chegar lá. Scott, Lydia e o resto do bando se despediram de mim antes de eu ir para o aeroporto. Ouvi dizer que meu pai tem agido normalmente, como se eu nunca tivesse existido. Como se ele não tivesse atirado no próprio filho.

Me sentei perto da janela e dois homens de negócios sentaram-se ao meu lado conversando sobre "a próxima grande coisa" que é a empresa deles. Conforme o avião começa a se mover, meus olhos lentamente começam a se desviar, me enviando para um abismo negro.

Acordei com um sobressalto quando o avião entrou em turbulência. Coloquei meu cinto de segurança quando a luz acima piscou. Esfreguei os meus olhos e chequei meu telefone. O horário marcava 15:24, já faz umas três horas desde que partimos.

Suspiro e olho pela janela, para todas as cidades e campos que eu podia ver de cima. Duas comissárias de bordo passaram verificando cintos de segurança e coisas assim antes de irem se sentar. Os dois homens ao meu lado começaram a conversar mais uma vez, algo sobre seguro. Eu também podia ouvir os gritos distantes de uma criança chorando.

Falta apenas uma hora, Stiles. Uma hora.

"Estou feliz em anunciar que chegamos em Nova York. Por favor, leve toda a bagagem com você para fora do avião e esperamos que você tenha tido um ótimo voo."

A voz do interfone soou pelo avião enquanto eu pegava minha mochila e a bolsa esportiva que Mellisa me deu. A parte de segurança dos aeroportos me fez me sentir seguro, mas também nervoso. Eu nunca gostei da possibilidade de alguém simplesmente vasculhar sua bolsa em busca de drogas é estranho para mim. Não deveria ser, mas é.

Na verdade, eu nunca tinha saído da Califórnia antes, exceto por algumas viagens com meu pai e minha mãe quando eu era pequeno, mas elas pararam quando minha mãe parou...

Eu afasto meus pensamentos e saio do aeroporto o mais rápido que posso. Pego meu telefone e ligo para meu tio quando estou lá fora. Ele atende no segundo toque.

"Ei, amigo, você já saiu do aeroporto?"

"Sim, estou esperando aqui fora. Quer que eu pegue um táxi para a sua casa ou algo assim?" pergunto sem querer abusar das boas-vindas.

"Ah, não, não vou deixar você desperdiçar seu dinheiro, além disso, estou aqui." Nesse momento, vejo o carro do meu tio saindo da estrada.

"Ei!" O cumprimento com um grande sorriso.

"Olá, você pode colocar sua bolsa no Grinch e entrar." Phil diz sorrindo para mim. Eu rapidamente jogo minhas coisas no banco de trás e entro no banco do passageiro. Assim que entrei, ele começa a dirigir novamente.

"Então, me diga novamente por que você quis morar comigo um pouco em vez de treinar para ser um agente do FBI?" Phil me questionou alguns minutos depois de nossa viagem, após a conversa fiada de sempre.

"Bem, eu simplesmente não acho que o FBI e tudo isso seja realmente o que eu quero fazer. Eu só preciso de um tempo para colocar minha cabeça no lugar." Phil assentiu com a cabeça para minha resposta enquanto eu brincava com meus polegares.

"Então o que seu pai acha? Não tenho notícias dele há um tempo." Eu congelo, mas rapidamente me recomponho. Meu ombro parece ficar mais irritado a cada segundo.

"Uhh, bem-"

"Você não contou a ele, contou?" Ele toma meu silêncio como resposta e suspira. "Você voou pelo país e seu pai não sabe? Stiles!"

"Ele não se importa, ok?" murmuro, mas meu tio, claro, me ouve.

"Sim, ele se importa. Agora eu não sei o que aconteceu entre vocês dois, mas você precisa ligar para ele ou eu ligo." Meus olhos se arregalaram com isso. O pânico cresceu no meu peito.

"NÃO! Você não pode ligar para ele."

"Por quê? O que aconteceu de tão ruim?" Olho para baixo, evitando seu olhar.

"Bom, muita coisa tem acontecido ultimamente. Ele, um... ele, ficou bêbado e me machucou." Minha voz replicou a de um rato em vez de um humano. Phil não me ouviu direito e pediu para falar mais alto.

"Ele atirou em mim. No meu ombro. Alguns dias atrás."

Phil pisou no freio e olhou para mim como se eu fosse louco. Carros passavam zunindo por nós nas estradas movimentadas. Ele parecia não saber bem o que dizer.

"Você contou à polícia, eu presumo?" Eu olho para baixo. "Stiles? Você contou à polícia que seu pai atirou em você, certo?"

"Não, eu apenas fugi e fui para o hospital. Meus amigos então me ajudaram a chegar aqui. O meu pai não está trabalhando há dias e a culpa é minha que ele esteja assim. É tudo culpa minha. Eu o arrastei para algo maior do que eu jamais poderia imaginar e a consequência é que eu o perdi." Lágrimas perdidas rolaram pela minha bochecha enquanto eu olhava pra frente, mas piscando.

"Vamos sair daqui e depois podemos bater um papo e tomarmos uma bebida. Sim?" Eu aceno com a cabeça e Phil começa a dirigir novamente.

O que eu deveria dizer a ele? Que o sobrenatural existe? Então eu estaria apenas arrastando-o para isso como meu pai e eu não posso fazer isso. De novo não. Bati minha cabeça levemente contra a cabeceira do meu assento em frustração.