Desgosto

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De manhã, acordo cedo; Woo Jun já não estava mais na cama; meu corpo dói, estou cheio de hematomas por toda a parte e tudo piora quando percebo que estou nu na parte de baixo, a sensação gosmenta no meio das minhas pernas já me dizia tudo... Woo Jun me estuprou...
Eu provavelmente não senti nada pois estava inconsciente quando ele começou, por causa de seus socos contínuos em minha cabeça que fizeram com que eu desmaiasse, dando pra ele a chance de se aliviar sem meus apelos para parar o atrapalhando.
Infelizmente, eu tinha pequenos lapsos de memória, onde eu via o rosto nojento dele sorrindo e mordendo os lábios enquanto fazia a ação.
Lágrimas começam a escorrer de meus olhos e eu começo a chorar, me sentindo culpado por ele ter feito isso e ao mesmo tempo me sentindo inútil por não ter força o suficiente para o impedir.
Me levanto e suspiro tentando não ser sensível ou demonstrar algo do tipo, infelizmente Woo Jun é daqueles homens que quando percebe o sofrimento e fragilidade, entende que é o momento perfeito para iludir e aproveitar das pessoas e que usa sua força para usar e abusar das pessoas quando bem querer

Infelizmente, eu não consegui perceber isso quando nos conhecemos...

Ele era daqueles garotos que sempre estavam arrumando encrenca na escola ou em qualquer lugar público que estava, eu estava apaixonado demais para perceber que estava defendendo um monstro. Uma vez ele quase matou um menino estrangulado por um motivo tão idiota, e eu  o defendi, dizendo que ele não era capaz de fazer isso com uma criança de 8 anos por causa de uma bola de futebol que quebrou um pertence dele que eu nem lembro mais qual era. Agora sinto na pele o que aquele garoto sentiu, as mãos grandes apertando o pescoço constantemente até a visão ficar turva, os olhos começando a revirar e as lágrimas caindo, se debatendo tentando se defender e falhando miseravelmente.

Suspiro. Vou até o banheiro e olho para o espelho, eu estava destruído, tanto por dentro quanto por fora, tinha cortes pelos meus lábios e uma grande ferida roxa em minha bochecha direita, sem contar o enorme chupão no meu pescoço, eram coisas que eu não podia esconder com maquiagem. Eu lavo o rosto e tomo banho, me pergunto se posso contar isso pra minha amiga...
Após um tempo eu me arrumo para o trabalho, enquanto o nojento do Woo Jun estava na sala assistindo filme; pego a chave do meu carro, a minha mochila e dirijo até a faculdade.

[...]

Ao chegar lá, minha amiga já nota algo estranho em mim e veio me perguntar:

– Ei Nam, você está bem? — eu olho pra ela com uma grande vontade de chorar e digo:

– Eu estou sim... Só estou meio cansado... Eu não dormi direito hoje a noite... — ajeito o cachecol em meu pescoço.

– Ah, entendo... Você deve ter ficado ansioso por hoje, certo?

– ... Sim...

– Ou... Foi por causa que não conseguia parar de pensar no Lee Yeon, hein? — coro com a pergunta dela.

– O Que isso amiga?! Calma são 12:50 de uma terça-feira. — comento rindo.

– E está fazendo muito calor, por que você está usando um cachecol?

– A-ah é que-. — ela se aproxima de mim e agarra o meu cachecol, ela vê os chupões e os hematomas roxos no meu pescoço e fica em choque. – E-eu tenho alergia ao sol, é isso!

Aoi está petrificada, seus olhares estão chocados com o que viram suas mãos tremem e ela aponta para uma mordida alí.

– Isso... foi o Woo Jun que fez?... — eu suspiro e concordo com a cabeça e meus olhos inundam novamente. Ela me leva pra um lugar mais calmo e me abraça. – Eu vou matar aquele desgraçado...

Eu não parava de soluçar, chorando feito uma criança e para piorar a situação, Lee Yeon, que estava passeando por aí, percebeu o movimento e percebeu que eu estava chorando.

– Com licença, por que o senhor Yuu está chorando? — pegunta ele curioso e querendo ajudar.

– Olha Yeon, Nam está passando por um momento difícil que eu não posso te contar, sabe, ninguém é de ferro, e mesmo se fosse, todos nós temos limites que quando são ultrapassados nos fazem explodir. — ela faz carinho em meus cabelos.

– Oh, perdão, eu entendo que temos limites... — ele tira um pequeno lenço preto de seu bolso, e entrega para Aoi. – Aqui, pegue meu lenço, não sei o que ele está passando mas de qualquer forma quero o ajudar.

– ...

– ... Obrigado... Senhor Yeon... — agradeço enquanto assouo o nariz.

– ... Por nada...

[...]

Um tempo depois, começou a chover e eu não tinha trago guarda-chuva suspiro derotado. De repente, Lee Yeon aparece com um guarda-chuva nas mãos, com aquele sorriso gentil.

– Olá, você quer que eu te dê carona até a sua residência? — eu até aceitaria sua carona, mas infelizmente tenho um monstro ciumento em casa.

– Não precisa, eu vou com o meu carro, obrigado pela proposta, mas hoje não.

– Olha, sem querer ser inconveniente, mas o estacionamento está longe e está caindo uma chuva pesada, você vai se molhar se for sem um guarda-chuva.

– Ah... Tem razão... Desculpe por antes.

– O que é isso? Não precisa se desculpar, você não está nos seus melhores dias, então não ligo se for rude. — eu não pude conter um risinho frouxo de meus lábios. – Então isso é um sim?

– Vamos lá então. — ele me acompanha até o meu carro e só vai até o seu automóvel quando se certifica que eu estou seguro em meu banco.

– Tchau, senhor Yuu. — ele dá um aceno pra mim.

– Tchau, senhor Yeon! — dou um sorriso e retribuo o aceno dele.

[...]

Ao chegar em casa eu me deparo com Woo Jun me esperando, e pela expressão em seu rosto, ele não está nada contente com alguma coisa.

– Oi.- — ele atropela a minha fala.

– Porque chegou tarde em casa? — ele segurava uma faca de cozinha na mão.

– Eu não cheguei tarde em casa, eu sempre chego nesse horário.

– Você vai continuar mentindo pra mim? Você está 5 minutos atrasado, onde você estava que demorou 5 minutos para voltar? — o de cabelos escuros me encurrala enquanto me bombardeia com perguntas.

– Estava tendo um trânsito pesado por causa da chuva, os policiais mandaram pegar um caminho mais longo para evitar que aconteça um acidente por deslizamento de terra.

– Para de mentir pra mim!

Sflap!

– Por que você não consegue me ouvir?! E porque caralhos você não consegue resolver as coisas sem apelar para a violência, seu merda?!

– Por que é assim que você aprende seu bastardo inútil! — quando ele foi avançar novamente, pela primeira vez eu consegui desviar, pulei da janela e caí na rua, enquanto eu corria na chuva, ele me perseguia com uma faca na mão.

Eu vou te encontrar, Nam Yuu...

Lessons of Affection (BL)Onde histórias criam vida. Descubra agora