A escola..

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Haruki estava animado ao apresentar o colégio a Carl, mas logo percebeu que os alunos olhavam para o amigo com desdém. Carl, com seu jeito estranho e silencioso, não fazia questão de se enturmar, e isso parecia incomodar os outros.

Após a apresentação, Haruki decidiu ir ao banheiro, deixando Carl sozinho por alguns minutos. Quando voltou, ficou paralisado ao ver um grupo de alunos assustadores cercando Carl. Eles riam, empurrando-o e fazendo comentários maldosos.

Haruki hesitou. Ele tinha um poder que poderia usar para defender Carl, mas temia as consequências. Se usasse seu poder, poderia chamar ainda mais a atenção e se colocar em perigo. Mas a cena diante dele era insuportável.

Com um impulso de coragem, Haruki se aproximou, mas a voz interna de dúvida quase o deteve.

— Ei! O que vocês estão fazendo? — gritou, tentando parecer mais confiante do que se sentia.Os alunos se viraram, surpresa no olhar, e Haruki podia sentir a tensão no ar. Um dos mais altos, com um sorriso sarcástico, disse:

— Olha só, o garoto que se acha o herói. Ele não pertence aqui.

A adrenalina corria nas veias de Haruki. Ele olhou para Carl, que estava encolhido, e decidiu que não poderia deixar seu amigo passar por isso.— Saia do caminho, ou você vai se arrepender — disse, tentando usar seu poder apenas como uma ameaça.

Mas a voz que saiu de sua boca soou mais hesitante do que pretendia. O grupo começou a rir, mas Haruki sentiu uma centelha de determinação. Ele respirou fundo e, em um momento de clareza, decidiu que proteger Carl era mais importante do que qualquer medo.

— Eu não vou deixar vocês machucarem ele! — gritou, sua energia começando a se concentrar.

Os alunos, percebendo que Haruki estava sério, hesitaram. A tensão se tornava palpável, e ele percebeu que tinha que agir antes que fosse tarde demais.Com um movimento rápido, Haruki liberou uma onda de energia, fazendo os alunos recuarem. Eles estavam surpresos e confusos, mas a mensagem estava clara: Haruki não estava disposto a deixar Carl ser intimidado.

— Vamos! — ele disse a Carl, puxando-o para longe da situação, sentindo o coração disparar, mas aliviado por ter tomado a decisão certa.As luzes da escola se apagaram de repente, mergulhando o ambiente em escuridão. Haruki sentiu uma onda de energia pulsar dentro de si, como se algo o estivesse controlando. A adrenalina o envolveu, e ele percebeu que havia ultrapassado o limite. Os alunos, assustados, tentaram fugir, mas a energia de Haruki parecia tomar conta do espaço.

Em meio à confusão, ele começou a atacar, a fúria assumindo o controle. Os gritos ecoavam, e Haruki se sentia cada vez mais distante de si mesmo, como se estivesse observando tudo de longe, incapaz de parar.

Carl, aterrorizado, viu o que estava acontecendo e, mesmo com medo, decidiu confrontar Haruki.

— Haruki! Pare! Você não é assim! — gritou, tentando se aproximar.Haruki hesitou por um momento, mas a energia incontrolável continuava a guiá-lo. Carl, determinado, se lançou para frente, tentando segurar os braços de Haruki.

— Você precisa lutar contra isso! Não deixe que controle você!

A luta interna se intensificou. Haruki se debatia, enquanto Carl o segurava firmemente. As emoções de ambos estavam à flor da pele. Com um grito de esforço, Haruki finalmente conseguiu romper a influência, e a energia começou a se dissipar.

Ele caiu de joelhos, exausto e envergonhado, enquanto as luzes voltavam lentamente. Carl olhou ao redor e viu os outros alunos feridos e assustados, sendo ajudados por professores.

— Está tudo bem, Haruki — disse Carl, tentando acalmá-lo. — Você conseguiu.Os alunos foram levados à enfermaria, e logo a diretora Dona Helena chegou, com um olhar preocupado e autoritário.

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