03

15 1 0
                                    

Meu pai está caído no chão com a cara toda arrebentada e um homem está apontando uma arma na direção da minha cabeça

Calliope: Acho que errei de casa

Dou um passo para trás e sinto minhas costas colidindo com alguma coisa GIGANTE

Xxx: amarra ela

O homem atrás de mim segura meus braços para trás enquanto eu me debato sem parar

Calliope: ME SOLTA PORRA! ME SOLTA

Xxx2: fica parada sua pestinha

Ele diz com raiva entre os dentes

Calliope: EU NÃO TENHO NADA HAVER COM AS MERDAS DESSE BÊBADO! ME SOLTA

Xxx: joga ela no quarto e deixa lá que depois a gente vê o que faz

O homem me joga no chão do meu quarto fazendo com que eu bata minha cabeça na beirada da cama, amarra meus pés também e coloca uma fita na minha boca.

Xxx2: se tentar alguma gracinha vou estourar tua cabeça

Minha visão está meio turva e estou me sentindo tonta.
Quando tomo consciência, já está escuro lá fora e por baixo da porta consigo perceber que a luz da cozinha está acesa e os homens ainda estão aqui.
Preciso pensar rápido.
Minha janela é emperrada, eu não vou conseguir sair por alí, a menos que....
Com bastante dificuldade pego o canivete que deixo de baixo do travesseiro e consigo soltar minhas mãos, depois desamarro meus pés e tiro a fita da boca. Tento ignorar o fato de estar me sentindo tão mal que posso desmaiar de novo a qualquer minuto.
Espero a voz dos homens estarem bem altas para quebrar o vidro

Xxx: O QUE FOI ISSO?! VAI OLHAR A GAROTA!

Calliope: Ai caralhooo!

Meus olhos lacrimejam quando faço um corte na perna com um pedaço de vidro que ficou na janela. Assim que estou do lado de fora me abaixo em baixo da janela e fico encolhida enquanto o homem tenta enxergar alguma coisa no escuro.

Xxx2: ELA FUGIU

Xxx: O QUE ESTÁ ESPERANDO? VAI ATRÁS DELA!

O tempo que ele leva para ir até a porta da frente é o suficiente para eu sair correndo mancando e sumir no meio das árvores.
Observo ele indo pelo lado contrário de onde estou e vou andando até a rua principal.

Calliope: Que dia merda! Eu tô fodida, eu tô MUITO fodida

Minha perna está doendo, eu devo estar com insolação do sol que peguei de manhã, passei o dia sem comer nada e deixei meu pai lá pra se ferrar com os caras. Eu posso me considerar morta.
Caminho até não aguentar mais e cair sentada em algum lugar que minha visão embaralhada não me permite ver.

- Calliope? O que aconteceu? Você está sangrando

É uma voz feminina que eu não sei identificar

- Vem cá eu vou te ajudar

Ela tenta me ajudar a levantar mas quase caí porque eu não tenho forças nem uma para ajudar ela a me levantar

- Espera, eu vou pedir ajuda. Não sai daí

Como se eu conseguisse me movimentar daqui.
Minha visão intercala entre ficar embaralhada e voltar ao normal. Por um segundo consigo ver o corte feio na minha perna e fico tão agoniada que sinto minha pressão despencar. Sou péssima pra ver sangue e machucado. Irônico, eu sei.

Calliope: Ai meu Deus que merda

Tento não parar de respirar por conta da dor que começo a sentir

- Eu disse, ela está toda machucada

Paranoid - JJ MaybankOnde histórias criam vida. Descubra agora