Cartas para o meu Yoongi | YK

é difícil...

Duas semanas após o funeral...

O sol mal se levantou quando Jeongguk saiu de casa, a manhã ainda envolta em uma névoa fria que parecia espelhar a tristeza em seu coração. Ele segurava um punhado de cartas, cada uma delas um desabafo silencioso, uma tentativa de se conectar com a memória de Yoongi. Caminhou lentamente pelo cemitério, o peso das palavras não ditas e das lembranças pressionando-o como um fardo insuportável.

Ao se aproximar do túmulo, a visão da lápide ainda o atingia como um soco no estômago. O nome de Yoongi gravado na pedra era um lembrete cruel de que ele não estava mais ali. Jeongguk parou, a respiração tremida enquanto observava as flores murchas que haviam sido deixadas por amigos e familiares. Não eram suficientes. Nada parecia suficiente para honrar a pessoa que ele amava e perdera.

Com as mãos trêmulas, ele colocou as cartas ao lado das flores. Cada uma representava um fragmento de seu amor, da dor que agora o consumia.

Sentou-se à beira do túmulo, a cabeça baixa, e deixou que as lágrimas escorressem livremente, sem a preocupação de ser visto. Era ali, naquele pequeno pedaço de terra, que ele se sentia mais perto de Yoongi, como se, de alguma forma, ainda pudesse ouvir sua voz.

— Desculpe por não ter conseguido salvar você— murmurou, as palavras saindo entre soluços. —Desculpe por não ser o namorado que você queria...

O vento sussurrou entre as árvores ao redor, como se respondesse a sua dor, e Jeongguk fechou os olhos, tentando imaginar como seria se Yoongi ainda estivesse ali. Se ele pudesse, falaria sobre o dia ensolarado que se aproximava, sobre os planos que haviam feito para o futuro, sobre a vida que agora parecia tão vazia sem ele.

Levou um momento para recuperar a compostura, mas quando se levantou, sentiu-se um pouco mais leve. Não que a dor tivesse desaparecido, mas a simples ação de escrever para Yoongi, de levar suas palavras até ali, fez com que a perda parecesse um pouco menos insuportável. Ele sabia que, mesmo em sua ausência, poderia continuar a honrá-lo. Assim, como um ritual, prometeu voltar, sempre com novas cartas, sempre carregando um pedaço de seu coração para aquele lugar onde ele se sentia mais próximo do seu falecido amor...