Todo mundo sabe que uma coisa que eu sou é marrento. Dentro ou fora de campo, não tem pra ninguém. Sei do meu valor, sei do meu talento. Eu sou o cara. E é assim que eu gosto de viver — sempre por cima, sem me apegar a nada ou ninguém.
Mas aí, ela apareceu.
Melissa, com aqueles olhos verdes que parecem me encarar de uma forma que ninguém nunca fez.
Ela é amiga da Dhiovanna, minha irmã, e claro, ninguém sabe sobre nós.
Ninguém sabe que a gente ficou três vezes. E essa é a parte mais complicada — a gente se diverte, mas eu sei que a última coisa que posso fazer é deixar isso escapar.
Melissa não tem medo de mim, do meu jeito ou da minha fama. Pelo contrário, ela parece que se diverte jogando o mesmo jogo que eu. Mais uma coisa: ela é com certeza a minha versão feminina. Ela gosta de provocar, assim como eu. E isso mexe comigo.
Às vezes, ela me testa, me cutuca com uma fala ou um gesto, só pra ver até onde pode ir. E eu deixo. Porque, no fundo, eu gosto desse desafio. É como se ela fosse a única capaz de me tirar do sério, de me fazer querer algo mais... sem que eu admita.
É como se estivéssemos sempre disputando quem vai ceder primeiro, quem vai se apegar primeiro. Melissa é a única mulher que conseguiu me fazer perder o controle por alguns segundos, e isso é perigoso. Eu sei que não posso me apegar. Não quero. Mas, ao mesmo tempo, não consigo ficar longe.
Melissa é fogo, e eu sempre gostei de jogar com perigo. Mas até quando essa chama vai queimar sem queimar tudo ao nosso redor?