Capítulo 2: O Convite
Nos dias que se seguiram, Jisung não pôde deixar de pensar em Minho. O encontro no corredor daquele dia ainda martelava em sua mente, e cada vez que ele passava pelo apartamento do vizinho, o impulso de olhar para a porta se tornava mais forte. Ele sabia que aquilo não era normal, mas também não conseguia negar a atração que sentia por Minho.
A rotina de Jisung seguia normalmente. Ele acordava, ia para a cafeteria onde trabalhava e, depois de um longo dia, voltava para o seu pequeno apartamento. Mas havia algo em seu comportamento que estava mudando. Ele estava mais atento aos detalhes, mais atento aos sons do prédio. E, no fundo, sabia que tudo isso estava relacionado a Minho.
Foi numa tarde chuvosa de quinta-feira que o destino decidiu intervir novamente.
Jisung estava no balcão da cafeteria, preparando mais um café, quando sentiu o celular vibrar no bolso. Ele olhou, esperando ser uma mensagem qualquer, mas se surpreendeu ao ver o nome de Minho brilhando na tela, suspeitando, pois ele nunca havia sequer conversado com o mesmo.
"Preciso conversar. Posso te encontrar?"
O coração de Jisung bateu mais rápido. O que Minho queria? Jisung hesitou por um instante, seus dedos quase trêmulos enquanto digita uma resposta.
"Onde?"
Minho respondeu rapidamente: "Na minha casa. Agora."
Jisung olhou ao redor da cafeteria. Estava quase no fim de seu turno e sabia que, em breve, poderia ir para casa. Mas o convite de Minho parecia pesar mais do que qualquer outro compromisso.
Quando seu turno finalmente terminou, ele caminhou em direção ao prédio. Seus passos ecoavam pelos corredores vazios enquanto subia os degraus até o quinto andar. Chegou à porta de Minho, sentindo o peso de sua decisão. Ao levantar a mão para bater, o coração parecia querer saltar pela garganta.
O som da campainha ecoou pela pequena entrada, e logo a porta se abriu com um deslizar suave. Minho estava ali, vestido com um terno escuro, que contrastava com o ambiente modesto do corredor. Seu olhar estava firme, como se esperasse por ele.
- Jisung - disse Minho, o tom de sua voz grave e controlada. - Entre.
Jisung hesitou por um segundo, mas ao ver o olhar insistente de Minho, não conseguiu resistir. Ele entrou.
O apartamento de Minho era luxuoso, mas ao mesmo tempo, imponente e minimalista. Havia uma frieza no ambiente, uma sensação de que o lugar não era realmente dele. O que mais surpreendeu Jisung, no entanto, foi o silêncio absoluto. Não havia música, não havia sons de cidade vindos da janela. Apenas o som da respiração de ambos.
Minho o conduziu até o sofá e, antes que Jisung pudesse se sentar, o mafioso já começou a falar.
- Eu não costumo me abrir com ninguém. Não faço amizades. E você... você é só um vizinho. Mas há algo em você que me fez perceber que não posso ignorar. Eu... não posso continuar sem saber se posso confiar em você, e você também não deve ter muita confiança em mim, eu não sou um dos mais confiáveis.
Jisung franziu a testa. O que ele estava dizendo? Ele tinha certeza de que Minho estava brincando com ele. Mas o olhar nos olhos de Minho era sério demais.
- Do que você está falando? - perguntou Jisung, sua voz um pouco tremida.
Minho suspirou profundamente, caminhando até a janela, onde seus olhos se fixaram na vista distante da cidade.
- Você não sabe quem eu sou, Jisung. E é melhor que continue assim. Mas... há algo que preciso de você. Algo que não posso fazer sozinho.
Jisung engoliu em seco. O que Minho queria dele? A cada palavra dita, sua mente ficava mais confusa, seu corpo mais tenso. Ele sentia que algo muito maior estava prestes a acontecer, e talvez ele já estivesse em muito fundo para sair.
- O que você quer de mim? - Jisung finalmente perguntou, sua voz mais firme.
Minho o olhou por um instante, como se pesasse suas palavras. Então, ele deu um passo em direção a Jisung.
- Eu não posso te explicar tudo. Mas, por enquanto, eu só preciso que você me ajude. Não é nada grave. Apenas... uma pequena ajuda. - Minho fez uma pausa e seus olhos pareciam brilhar com um segredo. - Preciso que você me ajude a esconder algo.
Jisung congelou. A última coisa que queria era se envolver em algo perigoso, mas a maneira como Minho o olhava... Havia uma necessidade em seus olhos. Uma confiança que Jisung nunca tinha visto antes.
- E por que eu? - Jisung questionou. - Por que eu, se você tem toda essa... - ele hesitou - influência?
Minho se aproximou, suas mãos agora tensas ao lado do corpo. Jisung podia sentir o calor de sua proximidade.
- Porque você é o único que pode fazer isso. E porque... - Minho hesitou, mas o olhar que lançou para Jisung dizia mais do que palavras. - Porque eu confio em você, eu sinto que eu posso confiar, você traz um sentimento de calma e tranquilidade, o que não tem sido muito visto nos últimos tempos da minha vida.
Por um momento, Jisung sentiu algo quebrar dentro de si. Era como se uma porta tivesse sido aberta, e ele estivesse vendo Minho de uma maneira completamente diferente. Havia algo de profundo, talvez até desesperado, em sua expressão.
- Isso é loucura. - Jisung tentou manter a compostura, mas sua voz vacilava. - Você está pedindo demais, Minho.
Minho deu um passo à frente. Seus olhos estavam intensos, o rosto sério.
- Eu não pediria se não fosse essencial. - Ele levantou a mão, tocando levemente o braço de Jisung. - Eu só preciso que você confie em mim, Jisung, só faz o trabalho de confiar em mim.
Jisung respirou fundo, seu coração batendo forte. Ele sabia que estava prestes a entrar em um jogo que não entendia. Mas, por algum motivo, ele queria fazer isso. Queria seguir Minho.
Ele olhou para o homem à sua frente, sentindo que, talvez, estivesse prestes a mudar tudo.
- E se eu disser que não posso? - Jisung perguntou, mas seu tom de voz já indicava que, na verdade, ele sabia a resposta.
Minho se inclinou, seu rosto muito próximo do de Jisung. Ele sussurrou:
- Você vai me ajudar. Porque, no fundo, você sabe que não pode me ignorar, ou vai sobrar pro seu lado, Jisung.
O silêncio tomou conta da sala por um instante. E, antes que Jisung pudesse protestar ou pensar em mais alguma coisa, Minho se afastou e caminhou até a porta.
- Pensa nisso - disse, antes de sair, deixando Jisung sozinho com seus pensamentos. - Vai pro seu apartamento, me deixa sozinho novamente, e vê se pensa com sabedoria. -
Jisung sai do apartamento de Minho e total silêncio, ainda confuso com tudo isso, mas sabendo que no fundo, isso pode ser algo interessante de certo modo.
- Continua... -
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Acompanhem o próximo capítulo pessoallll, bjos, espero que gostem DIVOS, talvez eu faça hyunlix nessa fic tbm
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Entre Sombras e Suspiros - Minsung
FanfictionLee know e Han Jisung são vizinhos desconhecidos, porém isso vira um romance inesperado. Lee know é um mafioso poderoso, e Han é apenas um trabalhador comum, a improvável aproximação dos dois acontece de forma espontânea e demorada.