Minho, um louco, rockeiro e obcecado com Han Jisung; que faria qualquer coisa, QUALQUER coisa, para ter ele somente para si.
Han, um pobre vocalista que é famoso demais pro próprio bem, e tem uma paixonite platônica por Lee Minho, o cara que toca gu...
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_ Minho, sabe quem tá voltando? _ Felix me pergunta com su voz em duvida. Parece que não queria me fazer essa pergunta.
_ Não... Quem?
Felix hesita por um momento, olhando para o lado como se procurasse as palavras certas. Eu já percebo que a resposta não vai me agradar.
_Han Jisung. _ Ele diz, enfim, quase num sussurro.
Minha cabeça gira por um segundo. O nome dele traz de volta memórias que eu achava que já tinha enterrado. A última vez que ouvi falar de Han Jisung, ele estava fugindo de tudo o que aconteceu entre nós, tentando escapar da bagunça que sua vida havia se tornado.
_Ele vai voltar pra Coreia? _ Pergunto, surpreso. Uma mistura de ansiedade e desconforto começa a crescer dentro de mim. Eu achava que ele nunca mais ia querer voltar.
_Sim... E parece que ele não tá muito feliz com isso. _ Felix dá um gole em sua bebida, observando minha reação. _ Eu sei que vocês dois têm um passado complicado, mas achei que deveria te avisar. Não queria que você soubesse por outra pessoa.
Eu me apoio no balcão, tentando processar a notícia. Jisung voltando significa que velhas feridas podem ser reabertas. Ele sempre foi... algo a mais pra mim, algo que eu nunca consegui entender completamente. O que tínhamos era confuso, intenso, e quando ele foi embora, tudo desmoronou de um jeito que eu não estava preparado.
_Mas por que ele tá voltando? _ Eu pergunto, mais para mim mesmo do que para Felix.
_Não sei todos os detalhes, mas parece que a família dele decidiu voltar. Jisung não teve muita escolha. _ Felix responde, observando-me com cuidado, como se estivesse esperando minha reação explodir a qualquer momento.
Fico em silêncio, tentando processar a ideia de reencontrá-lo depois de tanto tempo. Eu não sabia o que sentia por ele agora, mas a volta dele com certeza ia bagunçar minha vida mais do que já está.
Eu ainda estava tentando digerir a notícia, sentindo como se uma bomba tivesse sido lançada no meio da minha cabeça. Han Jisung, depois de três anos, voltando para a Coreia? Eu nunca imaginei que o veria de novo. A última vez que nos falamos, as coisas terminaram de uma forma tão amarga e indefinida que eu me forcei a seguir em frente. Mas, agora, era como se tudo estivesse prestes a voltar à tona.
Felix continuava me observando, claramente notando meu desconforto. Ele sabia o quanto Jisung significava para mim, mesmo que eu nunca tivesse falado abertamente sobre isso. Era evidente que, de alguma forma, ele sempre soube. Felix sabia ler as pessoas de uma maneira que eu nunca consegui.
_ Você não precisa se preocupar tanto, sabe? _ Felix quebrou o silêncio, tentando aliviar a tensão. _ Não é como se ele fosse querer revirar o passado... Acho que ele só quer continuar a vida dele, assim como você.
Eu revirei os olhos, tentando afastar o nó que estava se formando no meu estômago. _ Continuar a vida? A gente nunca conseguiu "continuar", Felix. _ Minha voz saiu mais amarga do que eu pretendia. _ Quando ele foi embora, ele simplesmente fugiu. Deixou tudo pra trás, como se o que aconteceu entre a gente não importasse.
_ Minho, vocês eram dois jovens lidando com coisas complicadas. Eu lembro bem daquela época. Era um caos completo pra todos nós. _ Felix suspirou, parecendo relutante em se meter mais nessa conversa. _ Mas, talvez agora as coisas sejam diferentes. Vocês cresceram.
_Cresceram? _ Eu soltei uma risada seca, sem humor. _ Três anos não são suficientes pra curar certas feridas, Felix.
Ele me encarou por um momento, como se estivesse tentando decidir se continuava ou não. Mas, por fim, ele deu de ombros. _ Bom, o Jisung não é a única pessoa com quem você precisa lidar. A vida já tá cheia de complicações sem isso. Mas... você vai ter que encarar isso de frente quando ele chegar, não tem como evitar.
Felix estava certo. Mesmo que eu quisesse fingir que nada disso estava acontecendo, a volta de Jisung significava que mais cedo ou mais tarde eu teria que encarar ele, e tudo o que ficou mal resolvido. E só a ideia de ver Jisung de novo fazia meu estômago se revirar. Raiva, ansiedade, e uma pontada de algo que eu não conseguia descrever.
_ Você sabe quando ele volta? _ Perguntei, minha voz saindo mais calma do que eu esperava.
_ Acho que na próxima semana. _ Felix respondeu, observando-me de forma cautelosa. _ Ele deve estar chegando com a família. Mas, olha, se você quiser que eu vá com você quando se encontrar com ele... ou até mesmo pra dar uma volta antes que ele chegue, me avisa, ok?
Balancei a cabeça em sinal de compreensão, mas não consegui responder de imediato. Eu precisava de tempo pra digerir isso tudo. O simples fato de imaginar o rosto dele, depois de tanto tempo, já era suficiente para trazer à tona sentimentos que eu tinha enterrado profundamente.
A festa ao nosso redor continuava a todo vapor. Hyunjin já estava cercado por mais gente, rindo alto e distribuindo piadas. Era como se o mundo estivesse se divertindo, enquanto dentro de mim, tudo desmoronava lentamente.
Eu não queria pensar nisso agora. Não queria pensar em Jisung, na confusão que ele deixou na minha vida. Mas, claro, meus pensamentos não obedeciam. E quanto mais eu tentava afastá-los, mais forte eles se tornavam.
_O que você vai fazer? _ Felix perguntou, quebrando o silêncio que havia se instalado entre nós novamente.
Eu soltei um longo suspiro, passando a mão pelos cabelos. _ Não sei, cara. Não sei mesmo. Eu achava que tinha superado isso, mas só de ouvir o nome dele... é como se tudo voltasse à superfície.
Felix assentiu, como se entendesse perfeitamente. _ É complicado. Mas, seja o que for, você não precisa enfrentar isso sozinho.
Eu sabia que ele estava tentando me ajudar, mas, naquele momento, parecia impossível pensar em algo positivo. A volta de Han Jisung trazia consigo todos os fantasmas do meu passado. E eu não estava pronto pra lidar com nenhum deles.
_ Eu só... _ comecei, mas as palavras travaram na minha garganta. Não sabia o que queria dizer. Talvez não quisesse dizer nada. Eu estava preso em um ciclo de pensamentos confusos, e a última coisa que queria era falar sobre isso com alguém, mesmo com Felix, que sempre esteve lá.
_Tudo bem. _ Felix disse, como se lesse minha mente. _ Não precisa falar nada agora. Só saiba que, quando ele voltar, as coisas não precisam ser como antes. Vocês dois podem resolver isso de uma maneira diferente.
Diferente. Talvez fosse essa a única esperança que eu tinha.
