primeiro vez

32 2 2
                                    

Eu nunca pensei que minha vida mudaria tanto depois de abrir aquele aplicativo de relacionamento. Eu era só uma estudante, curiosa sobre o mundo e as pessoas.

Foi semanas antes do meu aniversário de 15 anos quando te conheci. Você tinha 21 na época. Encantador... talvez seja por isso que eu tenha respondido sua mensagem.

A conversa fluiu tão bem, algo que eu não esperava. Naquela mesma noite, eu estava desabafando e rindo com minha melhor amiga, Ana, sobre o Roni, meu antigo amor. E então, do nada, surgiu você... a pessoa que, sem eu saber, ia definir meu destino.

Eu menti sobre minha idade naquele aplicativo. Nunca achei que isso levaria a nada mais sério. Não pensei que ia te conhecer pessoalmente. Mas aí, aconteceu. Dias se passaram e, por mais que eu estivesse confusa, algo em mim se sentia presa àquela amizade que tínhamos.

Foi quando eu resolvi te ver pessoalmente. Era noite, eu estava saindo da escola, o coração batendo tão rápido que mal conseguia respirar. Eu tremia.

Quando te vi, você estava todo de preto. De estatura média, moreno, com olhos castanhos claros que eu não conseguia encarar diretamente. "Oi," eu disse, nervosa. Você sorriu, mas eu não conseguia olhar por muito tempo. Foi estranho, mas havia algo ali.

Na semana seguinte, era o meu interclasse na escola. Em vez de ir, decidi faltar para te ver de novo. Dessa vez, fomos para a praia perto da minha casa. O vento batia forte, e enquanto caminhávamos pela areia, eu sentia um misto de ansiedade e excitação.

"Você tá nervosa?" você perguntou, rindo.

"Um pouco," admiti, desviando o olhar.

Eu vi você sorrir pela primeira vez. E, enquanto eu ainda estava super nervosa, com medo de que minha mãe descobrisse, eu queria ficar perto de você. Não importava o risco. Em agosto, fugi da escola de novo. Dessa vez, fomos para uma praia mais distante. Aquele era o nosso lugar, longe de tudo e de todos. Foi lá, naquela praia isolada, que eu te beijei pela primeira vez. Meu coração parecia que ia explodir, mas, de algum jeito, parecia o certo a fazer.

Dias depois, minha mãe descobriu. O que eu temia aconteceu, mas não havia mais como esconder. Decidimos assumir um namoro de fachada. Você não me ama, e eu sei disso. Mas mesmo assim, aqui estamos. O namoro tá fluindo, seguimos em frente. Talvez seja o medo de estarmos sozinhos... ou talvez seja mais do que isso. Quem sabe?

Em setembro, a curiosidade e a vontade de estar com ele tomaram conta de mim. Resolvi fugir da escola de novo. Dessa vez, algo mudou. Eu sabia o que ia acontecer, mas ao mesmo tempo não sabia se estava pronta. Ele me esperava em uma praia mais afastada. O som das ondas era o único barulho ao redor.

"Você tem certeza?" ele perguntou, olhando para mim com aquela expressão séria que às vezes me dava calafrios.

Eu hesitei por um segundo, sentindo o coração bater mais rápido. "Tenho," respondi, tentando disfarçar o nervosismo. A verdade é que eu não sabia se tinha, mas naquele momento eu queria ele mais do que tudo.

Ele me beijou com mais intensidade do que antes, e aos poucos as coisas começaram a acontecer. A dor foi a primeira coisa que senti, uma dor que fez meu corpo todo se contrair. Mas junto com a dor veio algo diferente, uma sensação nova, uma mistura de prazer e desconforto. Eu estava dividida entre os dois, sem saber ao certo o que sentir.

"Tá tudo bem?" ele perguntou, me olhando com uma preocupação silenciosa.

"Sim..." sussurrei, tentando me concentrar em qualquer coisa além da dor.

A brisa suave do mar acariciava a pele de Evelyn enquanto ela olhava para João, os olhos dele brilhando sob a luz do sol poente. O som das ondas quebrando na areia criava uma trilha sonora perfeita para aquele momento íntimo. O calor do dia ainda se fazia sentir, e a expectativa pairava no ar.

Contos Onde histórias criam vida. Descubra agora