A noite estava pesada, o silêncio interrompido apenas pelas ondas batendo contra as pedras do lado de fora do quarto. A cidade adormecia lá fora, mas ali dentro, o ambiente estava carregado de tensão. Lyan e Dulce estavam diante um do outro, os olhares inflamados, como se as palavras não fossem suficientes para traduzir a raiva contida que crescia entre eles.
Lyan, com seus olhos penetrantes e escuros como a noite, observava Dulce com uma intensidade que poucos podiam sustentar. Ele era alto e forte, com uma presença imponente que sempre fazia com que as pessoas ao seu redor soubessem quem estava no comando. Os cabelos escuros, ligeiramente bagunçados, e a barba por fazer lhe davam um ar selvagem, quase indomável, como se ele fosse uma tempestade prestes a explodir.
Dulce, em contraste, era delicada e graciosa, mas havia uma determinação em seu olhar que revelava que ela não se dobrava com facilidade. Seu cabelo castanho-claro caía em ondas suaves pelos ombros, e seus olhos castanhos refletiam uma mistura de fúria e vulnerabilidade. Ela estava exausta de tantas brigas, mas essa… essa era diferente. Lyan queria levá-la para longe, arrastá-la para um lugar desconhecido, sem sequer se importar com o que ela sentia a respeito.
— Você não tem o direito de decidir por mim, Lyan! — disse Dulce, a voz firme, embora suas mãos tremessem. Ela sabia que desafiar Lyan não era algo que muitos ousavam fazer, mas ela não podia simplesmente se calar.
Ele a encarou, impassível, mas com uma raiva contida que faiscava por trás de seu olhar. O tom dele era baixo, mas carregado de autoridade.
— Dulce, você é minha. Não vou permitir que fique em um lugar onde posso perdê-la. Amanhã à noite, nós vamos embora, e ponto final.
Dulce respirou fundo, tentando controlar as emoções, mas o orgulho dela falou mais alto. Ela deu um passo para trás, cruzando os braços, o olhar desafiador.
— Eu não sou sua posse, Lyan. E você não pode me obrigar a fazer nada que eu não queira.
Lyan soltou uma risada seca, dando um passo à frente, a pouca distância entre eles tornando o ar ainda mais denso. Ele estendeu a mão, pegando-a pelo pulso com firmeza, mas sem machucá-la. Havia uma mistura de raiva e desejo no toque dele, como se ele estivesse tentando controlar um impulso avassalador.
— Você está negando algo que já é inevitável. Eu te protejo, Dulce. E é exatamente isso que vou fazer.
Ela se soltou com um movimento brusco, girando sobre os calcanhares e se afastando, mas ele a puxou de volta. Em meio à raiva, algo nela tremeu, uma centelha de emoção que ela não queria admitir.
Ambos respiravam pesadamente, encarando-se, e Dulce sentia o coração acelerado no peito.
Dulce, de pé, olhava para o chão tentando controlar a respiração, enquanto Lyan mantinha o olhar fixo nela. O silêncio entre eles era cortante, cada segundo carregado de emoções conflitantes. A verdade era que, por mais que ela quisesse odiá-lo naquele momento, não podia negar o impacto que ele tinha sobre ela.
Lyan, com um movimento lento, cruzou os braços, os músculos tensos denunciando que ele estava no limite. A sombra de um sorriso frio apareceu no canto dos lábios dele, enquanto ele observava cada expressão no rosto de Dulce.
— Está com medo de mim, Dulce? — ele murmurou, o tom de voz provocador.
Ela ergueu o rosto com determinação, deixando claro que o desdém dele só alimentava sua raiva.
— Medo? — Ela riu, mas o som era cheio de sarcasmo. — Eu só estou com nojo da sua arrogância, Lyan. Você acha que pode me manipular, me fazer agir conforme a sua vontade. Mas eu não sou uma boneca nas suas mãos!
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Contos
FanfictionDebaixo da lã macia, um lobo espreita. Histórias de sedução e sexo que desvendam a dualidade humana, onde o bem e o mal se confundem em um dança de prazer e desejo.