Tão um do outro | Oneshot Kelmiro

Tão um do outro - Capítulo Único

Essa vai ser uma one bem simplezinha,
bem bobinha e sem complicações.
Espero que gostem e espero os comentários de você.

📖 Boa leitura 📖

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Era um fim de tarde de domingo e o meu melhor amigo dormia tranquilamente em meu colo, no sofá da minha casa.

Essa cena não era incomum, pelo contrário, era tão comum que até aquele instante eu não tinha me dado conta.

Eu conhecia Ramiro da faculdade, ele era irmão de um dos meus colegas de curso e quando nos conhecemos, imediatamente nos demos bem.

Nos tornamos melhores amigos, fazíamos quase tudo juntos e contávamos tudo um para o outro.

Tínhamos o ritual de nos reunir aos domingos para maratonar alguma série ou assistir alguns filmes na companhia de amigos, mas eu sempre preferia quando era só eu e ele.

Ramiro era muito bonito, mas muito mesmo. Eu nunca tinha olhado para ele com outros olhos. Bem, até aquele momento.

Eu o observei dormindo, todo angelical. Como pode um homem daquele tamanho parecer um bebê?

Ele dormia sereno, e por um instante o tempo parou como um passe de mágica. Parecia cena de filme.

Meu coração disparou e eu me dei conta que o amava, mas não como amigo, porque eu sempre soube que o amava como amigo, afinal de contas ele era o meu melhor amigo, meu porto seguro.

Percebi que ele era o amor que eu sempre procurei. Era ele! Estava diante dos meus olhos, estava literalmente deitado em mim.

Cenas sobre nossos momentos passaram diante dos meus olhos desde o dia que nos conhecemos, até aquele instante. 

Éramos um do outro, mas a certeza que eu tinha em mim, ele poderia não ter.

Voltei a consciência e percebi que eu estava um pouco trêmulo. Segurei a cabeça de Ramiro com cuidado para que ele não acordasse, coloquei uma almofada embaixo e fui até a cozinha beber uma água e segui para varanda para poder respirar um pouco de ar puro.

Eu estava feliz pela constatação, porém um pouco assustado. Afinal de contas, aquilo poderia dar muito certo ou dar muito errado. 

O grande dilema dos filmes de romance, onde os melhores amigos são apaixonados um pelo outro. Quando assistimos, é fácil opinar e dizer o quão fácil seria resolver aquela situação, mas agora eu estava na mesma situação e não parecia ser tão fácil assim.

Fiquei na varanda tentando processar os meus novos sentimentos quando de repente, senti um abraço por trás. Ramiro encostou a cabeça em meu ombro e falou:

— Senti falta do seu cafuné e acordei, pequetito.

Aquilo era uma cena de casal. Ele nunca tinha me abraçado daquela maneira. Tudo parecia estranho, mas um estranho bom.

— Sabia que eu adoro quando você me chama assim, Rams?

Eu nunca tinha parado pra pensar naquele apelido, começou como uma provocação ao meu tamanho e se tornou algo carinhoso entre nós. Aposto que se fosse qualquer outra pessoa me chamando assim, eu não aceitaria, mas Ramiro pode tudo, sempre pôde.

Agora aquele apelido parecia mais especial. Era bom ir percebendo as coisas com outros olhos.

— E eu adoro quando você me chama de Rams.

— Mas você é meu Rams Rams. — Levei uma de minha mão até a sua barba que estava bastante crescida.

— Sou sim, seu Rams.