Guerra em casa

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Ainda que seus olhos estivessem abertos, a sensação era de que continuava preso a algum canto perdido entre os sonhos. As cenas do que havia sonhado ainda ecoavam em sua mente, vívidas demais para serem apenas ilusões noturnas. Era como se, de alguma forma, os sonhos tivessem despertado junto comigo, sussurrando segredos que eu não consiga decifrar.

Me sentei na beira da cama, encarando o quarto que parecia mais estranho do que me lembrava. A luz que atravessava a janela carregava sombras de algo que não deveria estar aqui, como se o mundo dos sonhos houvesse se infiltrado naquele instante de vigília. E, em meio à incerteza, uma pergunta se impunha: até onde os sonhos podem ir antes de se tornarem reais?

Enquanto eu tentava processar a estranheza do momento, uma brisa suave entrou pelo janela, veio uma lembrança do local que eu havia visitado no sonho que tive recentemente, onde o local era escuro e só tinha um local com uma luz bem fraca.

Me levantei, ainda sentindo a gravidade das minhas visões noturnas, decidi ir no local proibido da casa e explorar por lá, meu pai nunca deixou eu pisar naquele lugar mas sera que lá tenha alguma resposta do sonho que tive? Eu tenho medo de contar pro meu pai e ele briga comigo já que ele odeia o assunto quando se trata desse "meu suposto irmão". Ao abri a porta, só senti um alguém segurando meu braço.

- Senhorita não pode entrar aí.

Fiquei em silêncio, a mente fervilhando com perguntas. O segurança, com um expressão séria, continuava a me observar, e eu me senti como um pássaro encurralado. A verdade é que eu não sabia se deveria a contar a ele sobre o que eu realmente queria descobrir atrás dessa porta.

- Eu escutei um batida aqui e fiquei curiosa - respondi com a voz firme mas tava óbvio que era mentira.

Ele arqueou uma sobrancelha, aliviando minha expressão.

- Sua curiosidade pode ser perigosa, senhorita. Principalmente em lugares como este, O que você procura aqui?

Nesse momento, uma ideia veio em minha mente mas ela era meio ousada. Se eu não pudesse entra por conta própria, talvez pudesse usar isso a meu favor.

- Eu só... queria saber mais sobre minha família - disse, fazendo uma pausa dramática. - Meu paizinho nunca fala sobre o passado para mim.

O segurança pareceu hesitar por um instante, e a expressão dele continuou seria.

- Olha, não sou eu quem decide o que você pode fazer ou não. - disse ele, com um tom rude e me levando para longe da porta - Então eu peço que saia de perto dessa porta e não venha aqui nunca mais pós não quero problemas para mim.

Nas isso só aumentou minha curiosidade, o que tinha atrás daquela porta que eu era proibida de entra? Eu precisava saber mais sobre aquele lugar proibido e os segredos que ele guardava.

- Por favor, Lucca, me deixa entra, nem que seja por 5 minutos.

- Giulia Caccini, o que você está fazendo aí, SAI DE PERTO DESSA PORTA AGORA

Senti um frio na barriga ao escutar a voz do meu pai logo atrás de mim. Falhei ao tentar descobrir o que tinha atrás dessa porta.

- O que você está fazendo aqui, Giulia?
- Eu só tava conversando com o Lucca, pai
- Lucca, está trabalhando agora, não está vendo?

Lucca ainda parando se mantendo firme, enquanto o meu pai se aproximava. A tensão no ar era palpável, e eu sabia que precisava agir rápido.

- Mas pai, eu só queria conversar com alguém, essa casa está um tédio - falei, tentando ignorar o tom autoritário da sua voz ‐ Eu não estou fazendo nada de errado
- Conversando com um segurança não é exatamente a melhor escolhas, Giulia. - Ele olhou para Lucca com desconfiança. - O que você estava dizendo para ela, Lucca?
- Apenas explicando as regras de segurança, senhor Caccini - Lucca respondeu, sua voz controlada, mas com uma pitada de desdém. - Ela sabe que não pode ficar aqui.
- Entao você nal vai deixa-la entra? - meu pai perguntou, com os olhos fixo em Lucca.
- Nao posso fazer isso. As regras são claras. E se ela insistir, vou ser obrigado a chamar o senhor.

Senti um nó na garganta. Não era apenas uma porta; era uma barreira entre mim e as respostas que tanto buscava. A curiosidade me consumia.

- Pai, você não entende! Eu preciso saber o que está acontecendo aqui! - minha voz saiu mais alta do que eu pretendia, mas a frustração era maior do que eu.

Ele olhou para mim com um olhar de fúria como fosse me bater ali mesmo por eu te aumentando a voz para ele. Lucca observava em silêncio e eu podia sentir seu olhar sobre nós.

- E se eu nunca souber? - retruquei, desafiadora. - E se isso me impedir de entender quem eu sou?

Meu pai franziu a testa, e sua expressão endureceu. Ele avançou um passo em minha direção, sua voz baixa e ameaçadora.

- Giulia, você não pode simplesmente levantar a voz para mim! Não é assim que as coisas funcionam na nossa família!

A irritação cresceu dentro de mim, e eu não consegui me segurar.

- Por que você sempre tem que controlar tudo? Eu sou mais velha do que você pensa! - gritei, a frustração transbordando. - Eu tenho o direito de saber o que está acontecendo!

Lucca olhou entre nós, claramente desconfortável com a situação. Meu pai respirou fundo, tentando se controlar.

- Você acha que sabe tudo, não é? Mas ainda é uma menina que não entende as consequências dos seus atos! - ele respondeu, a voz elevada agora. - Você está se metendo em problemas que não pode imaginar!

- Problemas? Ou será que você está apenas tentando me proteger de algo que nem mesmo tem coragem de enfrentar? - desafiei, sentindo meu coração acelerar.

O silêncio se instalou por um momento. Meu pai parecia surpreso com minha ousadia, mas logo recuperou a compostura.

- Não é sobre coragem! É sobre responsabilidade! Você precisa entender isso antes de sair gritando e fazendo perguntas sem pensar.

- E você precisa entender que esconder as coisas de mim só vai piorar a situação! - retorqui, sentindo uma mistura de raiva e medo. - Eu não sou uma criança!

A tensão entre nós era palpável. Lucca permaneceu em silêncio, observando a cena como um espectador nervoso.

- Você pode achar que é adulta, mas ainda tem muito a aprender! - meu pai respondeu, sua voz firme como uma rocha.
- E eu não vou deixar você entrar nessa porta até que você entenda isso!

Senti lágrimas se formando nos meus olhos, mas não queria mostrar fraqueza. Eu precisava lutar por isso.

- Então vou ficar aqui até entender! Porque eu preciso saber o que está do outro lado!

Ele balançou a cabeça em desaprovação e olhou para Lucca.

- Chamei você para proteger minha filha, não para alimentá-la com ideias rebeldes!

Lucca respirou fundo antes de responder.

- Senhor Caccini, talvez seja hora de deixar Giulia descobrir algumas verdades sobre o passado dela.

Meu pai hesitou novamente, claramente dividido entre seu instinto protetor e o desejo de ser justo comigo. E naquele momento, percebi que talvez essa batalha pudesse ser mais importante do que eu imaginava.

- Já disse que não e ponto final, se eu descobrir que você tentou entrar nessa porta, vai ficar de castigo por 1 ano

Continua...

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⏰ Última atualização: Oct 24 ⏰

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