Antes de o mundo ser moldado pela luz, havia apenas um silêncio profundo e infinito. Entre as estrelas, as hostes celestiais cantavam em harmonia com a criação. Eles eram os mensageiros da ordem divina, seres feitos de pureza e esplendor, cujas asas brilhavam como aurora e cujas vozes mantinham o equilíbrio entre os reinos.
Entre eles estavam seis dos mais magníficos, guerreiros e guardiões, cada um com um propósito singular. Gunil, o líder de sua companhia, refletia a perfeição da criação com um orgulho imbatível. Jungsu, sábio e calculista, mantinha o tesouro do conhecimento e do discernimento. Gaon, o impetuoso, era a espada flamejante da justiça, enquanto Jooyeon, o observador silencioso, mantinha a ordem entre os seres inferiores. O.de, o mais belo entre eles, dançava nas correntes de energia criativa do universo, a expressão viva do prazer na criação, e Jun Han, de mente calma e pacífica, guiava os corações ao descanso.
Mas mesmo no reino da perfeição, havia sombras. Pequenas fissuras, quase invisíveis, começaram a aparecer nas almas desses anjos. Gunil começou a acreditar que seu brilho era maior que o de seus irmãos. Jungsu se viu tentando acumular todo o conhecimento que podia, insatisfeito com o que já sabia. Gaon deixou sua raiva crescer além da justiça, transformando-se em uma fúria incontrolável. Jooyeon começou a invejar as formas mais simples de vida, que pareciam livres de responsabilidades. O.de se perdeu em seu desejo por sensações e prazeres que nenhum anjo deveria buscar, enquanto Jun Han se tornou indiferente ao propósito celestial, desejando apenas o descanso eterno.
Foi então que o primeiro grito ecoou pelo cosmos. Um grito que não era de alegria, mas de dor. Um grito que veio do abismo, onde aqueles que se desviavam da luz caíam sem esperança de retorno. Esse grito marcou o início da corrupção.
Gunil foi o primeiro a cair, arrastando seus irmãos consigo. Um a um, eles foram consumidos pelos pecados que antes haviam rejeitado. A queda não foi um evento instantâneo, mas um longo deslizar para a escuridão, uma descida lenta e agonizante que corroeu suas almas divinas. E quando finalmente tocaram o solo da Terra, já não eram mais os mesmos.
Suas asas, outrora radiantes, estavam agora quebradas e manchadas. Suas formas, que antes refletiam a perfeição celestial, haviam se distorcido. Eles haviam se tornado anjos caídos, condenados a viver entre os humanos, espalhando os pecados que haviam destruído suas essências.
A Terra, um mundo jovem e vulnerável, sentiu o impacto de sua chegada. Com eles, os pecados capitais ganharam força, infiltrando-se nas mentes e corações dos homens. O orgulho, a avareza, a ira, a inveja, a preguiça e a luxúria agora tinham formas vivas, caminhando entre os mortais, invisíveis a olho nu, mas sempre presentes, sempre corrompendo.
Os anjos caídos encontraram prazer em seu novo papel. A humanidade era frágil, fácil de manipular, sempre ansiosa para ceder às suas tentações. Gunil se deleitava em fazer reis e líderes acreditarem que eram deuses. Jungsu observava os humanos se devorarem em sua busca incessante por poder e riqueza. Gaon inspirava guerras e conflitos em cada canto da Terra. Jooyeon plantava a semente da inveja, levando irmãos a se odiarem. O.de seduzia corações e destruía lares com sua beleza enfeitiçante, enquanto Jun Han transformava sonhos em apatia.
Mas, mesmo na escuridão de suas novas vidas, havia algo que eles não podiam esquecer: o brilho da luz que haviam perdido. Por mais que se entregassem ao caos, uma sombra de arrependimento pairava sobre eles, uma lembrança do que uma vez foram e do que poderiam ter sido.
E assim, enquanto o mundo girava, os anjos caídos vagavam entre os humanos, espalhando sua influência. Invisíveis, mas sempre presentes, seus sussurros moldavam o destino de reis e mendigos, fazendo a humanidade seguir o caminho da decadência. Cada um, à sua maneira, havia encontrado seu lugar na escuridão.
Mas o abismo em que caíram era mais profundo do que imaginavam. Pois, no horizonte de seu tormento, algo ainda maior os aguardava. A queda era apenas o começo.
No silêncio da Terra, seus passos deixavam rastros invisíveis, e no coração dos homens, a batalha pelos pecados continuava.
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Fallen Angels
FanfictionSeis anjos caídos, condenados por sua própria corrupção, caminham entre os humanos, espalhando os pecados capitais que personificam: orgulho, avareza, ira, inveja, preguiça e luxúria. Invisíveis aos olhos mortais, eles manipulam líderes, destroem ci...