Dois✈️

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Não me atrasei para a reunião.

Desde aquele dia, há um ano e oito meses, eu nunca me atrasei.
Por quê?

Park Jimin.

Uma vez. Bastou um único atraso para Jimin jogar isso na minha cara sempre que podia.
Ele nunca relacionou isso ao fato de eu ser espanhol ou omega.
Ambos estereótipos injusticados no que diz respeito à falta de pontualidade.
Jimin não falava bobagem. Ele destacava fatos.

Declarava verdades verificáveis. Fora disciplinado para isso, como qualquer outro engenheiro na empresa de consultoria onde trabalhávamos, incluindo eu.

E, tecnicamente, eu tinha, sim, me atrasado. Naquela única vez meses antes. Era verdade que eu tinha perdido os primeiros quinze minutos de uma apresentação importante.

Também era verdade que Jimin era o responsável – aquela tinha sido a primeira semana dele na InTech –, e mais uma vez era verdade que minha entrada tinha sido um tanto escandalosa e envolvido uma garrafa de café derrubada sem querer.
Em cima da pilha de documentos que Jimin tinha preparado para a apresentação.

Ok, ok, e um pouco na calça dele também.
Não é a melhor maneira de causar uma boa impressão em um novo colega, mas fazer o quê? Coisas desse tipo acontecem o tempo todo. Acidentes ínfimos, não intencionais e inesperados como esse são coisas
comuns.

As pessoas superam e seguem em frente.
Mas Jimin, não.
Em vez disso, todas as semanas e todos os meses desde então, ele soltava provocações como:

"Tente não se atrasar para a reunião das dez. Já perdeu a graça."

Em vez disso, toda vez que ele entrava em uma sala de reuniões e me encontrava em meu assento, dolorosamente cedo, olhava para o relógio de pulso e erguia as sobrancelhas, surpreso.

Em vez disso, ele tirava jarras de café do meu raio de alcance, fazendo um gesto de cabeça de advertência na minha direção.
Era isso que Park Jimin fazia em vez de deixar o incidente para lá.

– Bom dia, Jungkook.
A voz suave de Namjoon veio da porta.
Eu sabia que ele estava sorrindo antes mesmo de olhar para seu rosto, como sempre.

– Buenos días, Namjoon – respondi na língua materna que compartilhávamos.

O homem que eu considerava um tio após ter sido recebido em seu círculo familiar próximo colocou a mão em meu ombro e apertou levemente.
– Tudo bem, mija?
– Não posso reclamar – falei, retribuindo o sorriso.
– Você vai no próximo churrasco? Vai ser no mês que vem e o Seokjin fica o tempo todo falando para lembrar você. Ele vai fazer ceviche dessa vez, e você é o único que vai comer.
Ele riu.

Era verdade; ninguém da família Kim era fã do prato peruano à base de peixe. O que eu não conseguia entender.

– Pare de fazer perguntas bobas, seu velho – falei, agitando a mão e sorrindo. – É claro que eu vou.
Namjoon ocupava o lugar de costume à minha direita quando os três outros colegas invadiram a sala, murmurando seus bons-dias.

Deixando o riso fácil de Namjoon, meu olhar foi até os homens que faziam a volta na mesa para se reunir na formação costumeira das dez horas.
Jimin logo surgiu à minha frente, as sobrancelhas erguidas e o olhar encontrando o meu brevemente.

Observei seus lábios virarem para baixo enquanto ele puxava uma cadeira.
Revirando os olhos, segui para Changmin, cuja cabeça careca reluzia sob a luz fluorescente enquanto ele acomodava o corpo um tanto rechonchudo no assento.

Por último, mas não menos importante, Minki, que tinha sido promovido recentemente à posição que todos na sala ocupavam – líder de equipe do Departamento de Soluções da empresa. O que englobava quase todas as disciplinas, exceto engenharia civil. O que era uma loucura à parte.

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⏰ Última atualização: Oct 31 ⏰

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Uma farsa de amor na Espanha. (Adaptação)Onde histórias criam vida. Descubra agora