𝗗𝗘𝗣𝗢𝗜𝗦 de enfrentarem grandes obstáculos em seu casamento, Gustavo e Ana Flávia tentam equilibrar o relacionamento, carreira e vida social enquanto estão á espera de seus filhos após uma gravidez não planejada. Entre risos, mamadeiras, fralda...
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alguns dias depois:
Sim, eu nasci para ser mãe.
Mas não, eu não nasci pronta.
Fazem quase duas semanas em que os meus bebês estão em casa, e eu me sinto em uma bolha que não sei se vou conseguir sair.
Estou em uma realidade totalmente diferente do que eu idealizei desde a minha primeira gestação, antes de perder o primeiro bebê. Me lembro de olhar para aqueles testes de gravidez positivos, e pensar de como seria gostoso ter um recém nascido em casa.
E quando eu aceitei a gravidez dos gêmeos, o mesmo pensamento tomou conta de mim. Se eu já me idealizava com apenas um bebê, imagine com dois? Principalmente depois de todo o caos que eu e o Gustavo enfrentamos.
Mas eu estava enganada.
A primeira noite foi um caos. Um caos que eu nem ao menos conseguiria explicar, achei que nos acostumaríamos com essa rotina ainda no segundo dia. Mas se passaram dois, três, quatro dias e tudo parecia piorar ainda mais.
Durante todos esses dias até aqui, tive pensamentos que eu não queria admitir, fiz coisas que eu jurei que não faria e eles são apenas bebês.
Estou em uma mistura de amor, exaustão, confusão e as vezes um desespero que parece que vai sufocar. Eu não tenho tempo para tomar banho, não tenho tempo para escovar os dentes, não consigo fazer nada dentro de casa e as vezes nem ao menos pentear o cabelo.
É surreal.
Eu não sei mais o que sentir, e honestamente, não sei mais o que fazer.
— Filha, por favor... —sussurrei.— Colabora com a mamãe.
Eu balançava a Aurora freneticamente em meu colo, enquanto ela chorava aos prantos. O motivo? Nenhum. Ela só queria chorar.
Eu já havia dado banho, trocado a fralda, já amamentei e fiz tudo o que vocês podem imaginar e a garota simplesmente não parava de chorar.
