Cansada do inferno, Billie Eilish O'connell decide dar uma chance a si mesma de experimentar o mundo humano pela primeira vez, confirmando pessoalmente o quão os humanos são podres, frágeis, fracos e... cativantes. Não estava em seus planos se senti...
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prólogo 📼!!!
— Não, não e não. — Neguei de imediato quando notei Eliza se aproximando, seus olhos brilhando em minha direção logo depois que a diretora anunciou um acampamento escolar programado para as férias de fim de ano.
— Por favor, Jaz! Nunca te pedi nada. — Implorou, me fazendo erguer uma sobrancelha ao escutar a mentira mais esfarrapada que já ouvi. — Pelo menos não algo tão importante. — Eliza corrigiu, com um sorriso nos lábios.
— Sabe que não gosto dessas coisas. — Fato. Talvez eu só fosse muito caseira, mas odiava pensar na ideia de perder trinta dias das minhas férias em um lugar que provavelmente estaria infestado de mosquitos me mordendo à noite toda. — Aliás, não é como se você fosse ficar sozinha, ainda tem seu namorado.
— Não é a mesma coisa! — Retrucou em seguida. Parei para olhar em volta, a sala de aula estava mais agitada que o normal, o motivo estava claro. — Vamos, Jaz. Só desta vez. Esse é o nosso último ano na escola, ao menos tente se divertir com algo diferente.
Fiquei em silêncio, pensando com mais calma enquanto a loira continuava implorando, sua voz igual um zumbido no meu ouvido. Eliza parecia realmente interessada com essa ideia, provavelmente ela só queria participar desse acampamento para passar suas férias longe de seus pais, que eram extremamente rígidos.
— Tudo bem, apenas dessa vez. — Suspirei ao perceber que realmente tinha cedido. Não pude conter um sorrisinho ao observar a felicidade da minha amiga com minha resposta.
— É por isso que eu te amo! — Eliza pulou em meus braços, abraçando-me em forma de gratidão.
— Só por isso? — Dei um empurrão em seu ombro, rimos juntas pouco antes de bater o sinal.
Ajeitei minhas coisas para finalmente ir embora 'pra casa. Enquanto descia as escadas, liguei meu celular na intenção de enviar algumas mensagens para minha mãe.
Comecei meu médio caminho até minha casa, com os fones bluetooth ligados ao meu celular, ao som de "Step On Me" - The Cardigans. Aproveitei para respirar fundo, sentindo o ar fresco sendo absorvido pelas minhas narinas. Avistei minha casa, ainda um pouco longe, meu olhar capturou a imagem de um gatinho cor preta deitado em frente o portão.
Seus olhos pareciam feitos de cristais com tons de azuis claros, quase que cinza, que se destacava entre a cor escura dos pelos do gato. Dizem que gatos pretos atraem azar, mas eu nunca acreditei nisso, talvez sua fofura me cativasse mais do que as crenças de outras pessoas.
Quanto mais encarava seus olhinhos mais me sentia atraída em acariciar o animal, perdi as esperanças quando o gato se afastou assim que dei um passo para frente.
— Sou tão feia assim? — Questionei o animal com um sorriso decepcionado, adentrando o portão e destrancando a porta principal da casa. — Mãe?
Chamei por Bruna, minha mãe, porém não ouvi nada além do meu próprio eco devido a casa vazia. Fechei a porta atrás de mim, caminhando até meu quarto e jogando minha mochila em cima da cadeira em frente a escrivaninha. Deitei na na cama com a barriga para cima e encarei o teto com o celular entre os dedos. E é assim que eu passaria o dia, mais uma vez mofando em cima do colchão.
