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Querida A,

Nunca pensei que escreveria para você, e sinceramente, nunca pensei que te chamaria de querida. Sempre quis te contar a minha parte da história, e meio que vou fazer isso, de um jeito diferente.

Eu fui criada por uma avó carinhosa, uma mãe trabalhadora e pelo amor da minha vida, o meu avô. Não tive um pai presente ou algum padrasto que ficasse, eu fui acostumada a acreditar que homens vão embora, que homens quebram.

Quando eu me aproximei dele, como uma amiga, eu estava tentando sair de um relacionamento conturbado, eu tinha um coração partido. E então o amor da minha vida morreu, eu teria afogado na dor se não fosse por ele.

Ele fazia com que respirar fosse mais fácil, ele me dava leveza e me permitia enxergar beleza em meio a dor, eu pude conhecer o lado bonito do amor, eu finalmente havia conhecido um homem que ficava, que conseguia consertar o meu coração, como meu avô fazia.

Sei que aquele período foi difícil para você, principalmente porque está acostumada com homens que cuidem de ti, como o seu pai, mas eu não sabia o que era isso e fui egoísta, porque quis ele para mim, mas não repetirei o mesmo erro.

Eu o amo, amo tanto, que amo até mesmo a dor que ele causou. Demorei tempos para entender que amo o todo, tanto as partes belas quanto as feias, e eu viveria o inferno desse ano se isso significasse vê-lo gargalhar mais uma vez.

Ele te escolheu, ele te consertou, ele voltou para ti. Ele me dispensou, ele me quebrou, ele partiu. O universo reencontrou seu curso normal. Obrigada por ter me deixado saber como é, mesmo que por poucos meses, eu sei como não tê-lo por 3 meses pode ser um inferno.

Então, o faça feliz, o inspire a escrever letra e melodia, o faça se sentir livre, dê todo o carinho que puder, o cobiçe como um tesouro perdido. Ele é seu, espero que se você ler isso um dia, possa me perdoar, como eu também perdoei vocês dois.