Prólogo

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Henry sentiu o frio metal das algemas em seus pulsos enquanto era empurrado para dentro da viatura policial. Seu coração batia acelerado, e a mente estava confusa. Como tudo havia dado errado?

Olhando pela janela, viu sua irmã  adotiva chorando na calçada, sua expressão desolada , seu outro irmão em pé ao lado dela, mantinha o rosto em completo choque, sussurrando um " Vamos te tirar dessa, eu prometo".

— Eu te amo Henry — sua irmã gritou  enquanto a viatura se afastava.

Henry sentiu um nó na garganta. Ele sabia que não veria sua família por muito tempo.

O policial ao volante olhou para ele pelo retrovisor.

— Você sabe para onde está indo, garoto?— indagou ainda encarando o alfa que engoliu em seco no banco de trás do carro.

— Reformatório Oliver Twst! — o garoto respondeu com o olhar perdido e a mente vaga.O policial assentiu, voltando sua atenção para a estrada.

— Lá, você vai aprender a endireitar sua vida. — essa foram as últimas palavras que o  menor ouviu dentro daquele carro.

Henry olhou para fora, assistindo à cidade desaparecer no horizonte. Ele sabia que sua vida estava prestes a mudar para sempre.

A viatura entrou no campus do Reformatório de Oliver Twst, e Henry sentiu um arrepio. O prédio de pedra cinzenta parecia uma prisão. Ele foi levado para dentro, onde o diretor  Mr. Finch, o aguardava.

— Bem-vindo, Henry. Aqui, você vai aprender disciplina e respeito. — o homem velho de estatura mediana e barriga grande, falou enquanto anotava algo em sua prancheta.

O garoto baixou a cabeça, sentindo-se derrotado. Mas, ao olhar em volta, viu um rapaz com olhos cores de mel, observando-o de longe. Um rapaz que parecia entender sua dor.

E, nesse momento, Henry soube que sua vida no Reformatório de Oliver Twst seria mais do que simplesmente cumprir pena.

Então  o garoto seguiu o guarda até sua cela, sentindo-se como um animal enjaulado. O ambiente era frio e impessoal, com paredes de pedra e uma cama de metal.

Quando entrou na cela, viu o rapaz dos olhos de mel novamente. Ele estava sentado na cama, lendo um livro.

— Eu sou Henry — disse o rapaz, sentando-se na cama oposta

— Eu sou Lucca.— respondeu, foleando a página de seu livro.Lucca fechou o livro quando ouviu um murmuro baixo vindo do outro garoto e olhou para ele. — Bem-vindo ao inferno.

Henry sorriu levemente

— Já parei aqui há algum tempo. — confessou entrelaçando as mãos uma na outra, sentindo os olhos de mel lhe encararem profundamente.Lucca levantou e se aproximou dele.

— E dessa vez, você está aqui por quê? — perguntou os de cabelo rosa sentando ao lado do mesmo.

Henry hesitou antes de responder, ele olhou nos olhos do ômega a sua frente, analisou o com cuidado antes de finalmente responder.

— Roubo. — falou quase inaudível, mas o suficiente para que a audição aguçada do rapaz a sua frente entendesse. Lucca assentiu tombando a cabeça para ao lado antes de lhe falar. — E você, porque está aqui? — perguntou curioso vendo a expressão do menor mudar rapidamente.

— Eu estou aqui por agressão.— respondeu simplista ignorando o olhar curioso do outro sobre si.

Henry percebeu que Lucca tinha uma cicatriz acima da sobrancelha.

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