Butterfly

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A chuva caía intensamente sobre o telhado do reformatório, batendo contra as janelas  criando um som suave. Lucca, o ômega, estava sozinho na sala de dança, movendo-se ao ritmo da água que caía do céu.

Seus passos leves e fluidos pareciam dançar com a chuva, enquanto suas mãos deslizavam pelo ar, como se estivessem tocando gotas invisíveis. Seus olhos fechados, perdidos na melodia da tempestade.

Naquela manhã, o ômega decidiu que colocaria em prática, tudo que havia aprendido em seus dois anos preso no reformatório. Segundo ele, a dança era a forma mais pura de se concentrar em si próprio, esquecendo dos problemas lá fora.

Os braços do ômega se ergueram novamente como asas de um pássaro prestes a voar, enquanto ele girava perdido em seu próprio ritmo.

O som da chuva, juntamente com a melodia que o menor escutava, fundidos criando um ritmo hipnótico.

Depois de mais alguns giros e pulos, Lucca findou a coreografia deitando-se no chão com sua perna direita erguida e seus braços acima da cabeça.

Suspirando cansado, o ômega desabou por completo no chão, sentindo sua respiração começar a se regularizar.

— Uau— ouviu um chiado seguido de palmas, rapidamente o ômega endireitou-se, se pondo de pé em sinal de alerta. — E-eu não queria te assustar, continua por favor!.

Só então Lucca viu a silhueta de Henrry, e no mesmo instante o ômega corou, corou porque foi pego no flagra, corou porque havia gostado de ser elogiado pelo alfa, corou porque estranhamente adorava aquela sensação de ser observado por Henrry.

— O que faz aqui grandão? — o rosado indagou indo até sua garrafinha d'água pegando-a levando até seus lábios. — Pensei que hoje você iria para o campo, colher algumas cenouras , batatas e afins.—  o rosado balbuciou virando-se para encarar o alfa a sua frente.

— O diretor pediu para voltarmos já que está chovendo, segundo o professor Jamie ele não quer ninguém doente,já que estamos ficando sem espaço na enfermaria devido aos huts dos ômegas e betas!. — Henry respondeu colocando as mãos no bolso sorrindo tímido em seguida.— Eu não queria ter te atrapalhado sabe, mas você estava dançando tão bem, que fora impossível eu não aplaudir você lu — o alfa confessou coçando a nuca soltando uma risada baixa ao ver a expressão envergonhada do mais baixo.

— Que seja! — Lucca resmungou sentindo as orelhas ficarem da cor de seus fios rosados.

— Não vai continuar a dança ? — Henry perguntou curioso, ele realmente queria ver o mais baixo dançar.

— Eu preciso de um banho, por hoje é só. — Lucca respondeu timidamente mudando de assunto. — me espera para irmos almoçar juntos. — pediu ao outro antes de sumir das vistas de Henry.

O ruivo suspirou baixinho sentindo mil borboletas em seu estômago, já estava ali há pouco mais de três meses. Tempo suficiente para se deixar abalar por um ômega bocudo de cabelos rosas, que amava pirulito e cigarros de cereja, aos olhos do alfa , Lucca era adorável.

Passava pouco mais do meio dia, Lucca havia demorado mais que o normal em seu banho. Segundo ele, precisava lavar e hidratar e retocar seu cabelo, já que a raiz estava começando a crescer e seu cabelo castanho dourado aparecer.

O ômega caminhava ao lado de Henry, seus passos eram leves, ecoando pelos corredores do reformatório.

— Estou tão faminto, poderia comer duas vezes que ainda sim, não saciaria minha fome.— o ruivo falou arrancando risadas do ômega.

— Espero que hoje tenhamos algo descente para comer. — o ômega comentou se aproximando do refeitório. — Embora eu duvide muito, eles não ligam se a comida é boa ou ruim, desde que eles continuem recebendo doações das outras instituições, o resto que se fodam!.

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⏰ Última atualização: Oct 29 ⏰

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