Capítulo 6 - Através do Véu

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Pra algumas pessoas, a realidade é como um véu grosso, ou então transparente. Dizem que os sonhadores conseguem ver através desse véu, visualizando memórias, desejos, aspirações, histórias e vidas inteiras. Também dizem que pessoas perto do fim da vida veem esse véu dissipando e se revelaando como sendo o céu, algum tipo de paraíso, ou então o Limbo ou até mesmo o purgatório. Mas as vezes o véu racha, e a realidade colapsa. O que acontece então?

???'s POV

O céu escureceu por completo em Occultatem. O desespero, a carnificina, está tudo lentamente sendo instalado. O plano do véu colapsar caminha pra um acontecimento ‐ quando o véu quebrar, ele vai retornar e podemos espalhar o caos não só no plano subterrâneo nem no Limbo, mas na Terra também.

Escuto uma voz me chamar.

– Porquê está com essa cara, Irmie? Parece até um fantoche. – A voz bem familiar comenta. Erigard, minha parceira de serviços. Ou parceiro. Qual o gênero dessa pessoa mesmo? Ah, não importa.

– Nada, Gard. Estava só pensando no plano. - retruco, o que arranca um sorriso da pessoa com olhos amarelos feito ouro.
Erigard em seguida ajeita seus cabelos azuis numa trança longa, e puxa suas katanas gêmeas.

– As minhas duas belezuras estão loucas pra cortar umas gargantas! Quando a parte divertida do plano vai começar? - Ouvi Erigard perguntando.

– Assim que soubemos onde está a verdadeira Morte e acabarmos com ele. Mas tem uns empecilhos no caminho. Uma humana se juntou com uns de Occultatem, e com aquele traidor do Kerry. - respondo com um pouco de desdém do que o normal. Era de se esperar. Kerry me deixa borbulhando de raiva. Aquela criança estúpida.

– Vamos torcer que vai dar tudo certo. A Morte vai ser eliminada e o véu vai cair. Então ficaremos no topo de novo! - Erigard exclama alegremente, sorrindo e se dirigindo ao Salão dos Condenados para "brincar". O que quer que seja a definição de Erigard da palavra; não posso deixar de sentir que em certo ponto devo ouvir gritos desesperados ou algo relacionado a terror.

Se tudo der certo, o plano vai ser feito. Uma vingança digna e absolutamente deliciosa. Afinal, esperamos tanto tempo. Já posso sentir o gosto da vingança descendo pela minha boca. E é amargo.

Amelie's POV

As coisas na Terra estão indo melhor do que eu esperava. Estou conseguindo me concentrar melhor nas coisas, eu e minha mãe temos passado mais tempo juntas, e aquela minha cicatriz no braço tá parecendo bem menos aparente, mas ainda está lá.  Já as coisas em Occultatem eu não tenho certeza. Não custa nada conferir.

– Mãe, tô saindo pra passar um tempo com meus amigos. - eu falo pra ela enquanto vou em direção a porta.

– Certo Amelie, mas fique bem, ok? E é bom que esteja fazendo amigos novos. Eles são legais? - minha mãe pergunta.
– São sim. São bem diferentes, tipo..bem diferentes mesmo, mas são ótimos amigos.

Depois de dar um beijo na minha mãe, vou em direção ao poço e entro nele. Abro os olhos, mas ao invés de eu estar em Occultatem; eu estou em uma espécie de castelo bizarro que nunca vi na vida.

– Ué..? Eu errei o caminho?

Conforme caminhava, passei por várias salas, e haviam estátuas de gárgulas e outras criaturas. Era como se esse lugar fosse um tipo de fortaleza. Mas com que propósito? - enquanto isso, senti um arrepio na espinha. Parecia que alguém estava me observando. Era uma sensação desconhecida. Após contornar uns corredores e explorar esse castelo labirintino; vi alguém sentado numa poltrona no canto de uma sala escura e cheia de tranqueiras que eu não fazia ideia do que eram: quem quer que fosse, estava me encarando.

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⏰ Última atualização: a day ago ⏰

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