Único.

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Jungkook era vivido, tinha seus vinte e nove anos e era bem sucedido em seu emprego como artista plástico. Vendia muito de suas obras, era famoso ao ponto de conhecerem seu estilo de desenho e ainda assim não saberem exatamente quem é. Naquele momento de sua vida, Jungkook estava cansado de tantas produções, por mais que amasse o que fazia. Queria tirar um tempo de introspecção, aproveitar melhor a beleza do mundo e a companhia de seus amores.

Amores de amizades, porque os carnais e românticos pareciam fugir dele.

Aproveitou as férias para visitar um dos países que mais achava bonito: Itália. Ao invés de seguir para Roma, sua capital, o Jeon optou por Veneza, um lugar tão belo quanto às horas noturnas de Paris. Era um lugar quase celestial, cheio de espiritualidade, romântico — principalmente pelo Grande Canal —, e poético. Jungkook conseguia enxergar versos de poemas em cada traço das construções antigas daquela cidade inspiradora, vendo beleza em detalhes que poderiam passar despercebidos por alguém sem arte no coração.

Era tudo completamente belíssimo.

A ideia de ir para Veneza era antiga na mente de Jungkook, pois ele e seus amigos sentiam no cume de seu romantismo a beleza quase irreal daquele lugar, além dos pontos turísticos lindos e regado de religião, como a famosa Basílica di San Marco, ou a Ponte dos Suspiros, todos inegavelmente lindos e repletos de histórias e detalhes.

Jungkook e seus olhos apurados, não deixava de pensar no quão bela seria uma pintura realista daquelas paisagens, principalmente em um quadro enorme em cima de seu sofá de couro, onde poderia se deitar e observar por um longo tempo.

Uma única palavra poderia definir como Jeon estava era: encantado.

Seus quatro amigos que vieram juntos estavam formando casais, aproveitando ao máximo, principalmente o clima amoroso e completamente cheio de paixão. Jungkook se sentia feliz por eles, um verdadeiro cupido, pois sua pessoa serviu como uma boa junção deles. Namjoon e Seokjin já eram casados há dois anos, ambos se conheceram em uma das suas exposições, Hoseok e Yoongi eram conhecidos do Jeon, e como o artista não perdia nada de seus radares, acabou chegando à conclusão de que os dois combinariam juntos.

Dito e feito, eram namorados há sete meses.

E Jungkook? Bem, ele era o amigo que bebia e a única coisa que beijava era a colher que levava até a boca para comer. O famoso candelabro.

Não diria que estava insatisfeito com isso, mas às vezes se pegava pensando em passar o tempo com alguém, ou apenas tendo o prazer de beijar ou transar com alguma pessoa. Um parceiro de foda já seria o suficiente. Não era como se ele quisesse embarcar em um relacionamento, muito menos algo sério, apenas uma pessoa para suprir suas necessidades carnais e compartilhar alguns momentos juntos.

Quase um amigo colorido.

Percebendo a solidão romântica de seu amigo cupido, os outros dois casais que viajavam decidiram mudar a programação do turismo que fariam, aproveitando-se de uma palestra que aconteceria em um teatro próximo ao hotel em que estavam. A ideia inicialmente foi do Seokjin, um homem antenado em assuntos mais "indecentes" e que admirava muito Kim Taehyung, um sexólogo muito famoso nos últimos tempos.

Como era ginecologista, assuntos sexuais sempre esteve na vida de Seokjin, seja de forma científica, seja no literal — como lidar com adolescentes que fazem perguntas sexuais antes de perder a virgindade, algo muito importante —, logo, para ele, esses assuntos eram de suma importância, seja para ser discutida em casa, com um médico profissional na área ou em um teatro cheio de gente que ao menos conhece.

Quem logo achou a ideia genial foi Hoseok, que mais do que nunca queria retribuir o favor que Jungkook o fez apresentando o Yoongi, uma atitude generosa que nos tempos atuais o torna muito feliz em sua relação. Disse que providenciará as entradas, assim como um bom assento na primeira fileira.

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