Void - Murder Drones

Cap 4 - Começo e Fim

Lizzy decidiu que queria fugir de casa. Ela sentia saudades de sua mãe, mas ela voltou completamente alterada, ela deixou Lizzy de castigo após descobrir que ela fazia bullying com seus colegas, e bateu no Thad por ele estar andando de skate dentro de casa. E o pai deles não fazia nada, nem ligava pra eles. Lizzy chegou na escola, dessa vez sem arraso.

Rebecca – Amiga, o que aconteceu?

Lizzy – Como assim "o que aconteceu"? NÃO ACONTECEU NADA.

Rebecca – Nossa, pra que gritar? E aí, vamos zoar as esquisitonas? Elas tão lá fora olhando um inseto nojento, que horror.

Lizzy – Foda-se.

Sem paciência para as provocações de Rebecca, Lizzy apenas saiu e foi direto para a sala. Estava de péssimo humor. Quando entrou, percebeu uma mulher sentada numa mesa encostada à da Doll, alguém que ela não reconhecia.

Lizzy – Quem é tu?

Professora – Bom dia. Eu sou a professora de inclusão.

Lizzy – E o que é isso?

Professora – Eu ajudo os alunos com deficiência.

Lizzy – Ah.

Lizzy pegou o celular e mandou uma mensagem para Rebecca.

Lizzy – "Miga, a Doll tem uma professora particular, não sei se vai dar pra fazer bullying com ela com essa mulher no pé."

Rebecca – "Tô nem aí."

Lizzy ficou incomodada com a resposta seca de Rebecca, e seu humor piorou ainda mais.

Lizzy (pensamento) – Que seca... Será que eu fiz alguma coisa pra ela?

O sinal tocou e, num piscar de olhos, a sala se encheu de alunos. O professor, com cara de desânimo, anunciou:

Professor – Façam qualquer coisa, tô com preguiça de passar lição.

Toda a sala explodiu em gritos de alegria.

Todos – EEEEEEEEEEEE!

A bagunça começou, e Lizzy, ainda irritada, olhou para a mesa de Rebecca com a intenção de conversar, mas sua amiga estava ocupada falando com outras garotas. Sem outra opção, Lizzy apenas ficou na dela, cada vez mais se sentindo isolada.

No recreio, ela pegou o celular e viu uma série de mensagens de sua mãe.

Ashley – "Quando você chegar em casa, vai se ver comigo."

Ashley – "Recebi seu boletim, que pouca vergonha é essa?"

Essas mensagens foram a gota d'água. Lizzy, que já estava emocionalmente esgotada, não aguenta e começa a chorar, se senta num canto do recreio, tentando se esconder, até Doll aparecer, ela estava no canto que ela costumava se esconder. Lizzy não percebeu, até Doll se agachar e cutucar o ombro da Lizzy, como um aviso pra sair.

Lizzy- O que você quer?

Só quando Lizzy olha pra Doll, que Doll percebe que Lizzy estava chorando, e a olha com um olhar curioso, e muito fofo. Lizzy fica perdida no olhar dela por um tempo, até acordar pra vida.

Lizzy – Ah, eh... Já tô saindo, desculpa.

Doll, confusa com aquele "desculpa" inesperado, ficou parada por um momento. Aquela era a Lizzy que ela conhecia? A mesma Lizzy que costumava implicar com ela? Algo estava diferente. Em vez de insistir para que Lizzy saísse, Doll apenas  se sentou ao lado dela, começando a desenhar calmamente. Lizzy, intrigada, observou de longe. Por algum motivo, aquela garota que ela costumava desprezar parecia, de repente, tão interessante.

Lizzy (pensamento)- Não tô entendendo nada, essa esquisitinha estranhamente fofa tá querendo o que?

Lizzy só deixa pra lá e se vira de costas também, no meio do recreio, Lizzy espiona por cima do ombro da Doll e tem a visão de um desenho lindo: Era ela mesma sentada encostada na parede abraçando seus joelhos com uma expressão triste e Doll sentada de joelhos de frente pra ela com uma expressão preocupada.

Lizzy – É... a gente?

Doll se virou e assentiu, finalizando o desenho e entregando para Lizzy.

Lizzy – Ah, valeu. É muito bonito.

Lizzy (pensamento) – Como ela conseguiu desenhar algo tão lindo em tão pouco tempo? E eu achando que ela era incapacitada... Mas, na verdade, ela é super talentosa.

Antes que Lizzy pudesse dizer mais alguma coisa, a professora de inclusão apareceu de repente, assustando as duas.

Professora – Ah, então é aqui que você se escondeu, Doll? E parece que fez uma amiga nova?

Doll deu de ombros e se levantou, acenando timidamente para Lizzy antes de sair com a professora. Lizzy sentiu seu rosto esquentar e percebeu que estava corando.

Lizzy (pensamento) – Mas que diabos tá acontecendo comigo?

O sinal toca e quando Lizzy se levanta para voltar pra sala, dá de cara com Rebecca.

Rebecca – Você tava com a retardada?

Lizzy – Rebecca, eu posso explic-

Rebecca- Sem explicações, Lizzy, você acha que eu não percebi? Desde que essa garota chegou na escola, você vem amolecendo. Você tá ficando esquisita igual ela.

Lizzy – Amolecendo?? Eu não tô amolecendo! Eu nunca vou virar amiga dela, ela só apareceu!

Rebecca – Suas ações tão falando mais que suas palavras Lizzy, enquanto você não fazer algo tão ruim com aquela garota ao ponto dela sair da escola, eu não vou mais andar com você.

Lizzy – Mas-

Rebecca entra na sala, sem deixar Lizzy falar mais algo.