Void - Murder Drones

Cap 5 - Escolhas

Rebecca não falou com Lizzy o dia inteiro, e Lizzy saiu da escola com a cabeça cheia, já se preparando para o drama que a esperava em casa.

Thad - Sério que você trocou a Rebecca pela retardada?

Lizzy - O quê? Quem foi que te contou isso?

Thad - A escola inteira tá falando.

Lizzy - Aff, isso é mentira, seu idiota.

Depois de aguentar uma bronca da mãe, Lizzy se trancou no quarto e se sentou à janela, com os pensamentos a mil. Tinha que tomar uma decisão: conhecia melhor a Doll e orgulhava a mãe, ou fazia bullying com ela para ficar bem com o pessoal da escola? Por que tudo tinha que ser tão difícil?

Lizzy suspirou. Nesse momento, Thad entrou sem bater.

Thad - Tá no seu momento deprê?

Lizzy deu um pulo, caindo dentro do quarto.

Lizzy - PUTA MERDA, PIRRALHO!

Thad - Aff, eu só entrei. Você se assusta com tudo.

Lizzy - Tá, tá, agora cai fora do meu quarto!

Thad saiu e Lizzy tomou sua decisão.

Lizzy - Quer saber? Tô nem ai pra Rebecca, tô nem ai pra escola. Eu não quero ser preconceituosa.

No dia seguinte, Uzi e Doll estavam a caminho da escola. Uzi tinha conhecido um garoto e estava a fim de matar aula para encontrá-lo, mas seu pai insistia que ela cuidasse da Doll.

Uzi - Ei, Doll, que tal a gente faltar hoje?

Doll lançou um olhar confuso. As regras eram claras: ela deveria ir para a escola de segunda a sexta, exceto se estivesse doente.

Uzi - Aff, quer saber? Foda-se, a gente vai matar aula sim.

Doll (pensamento) - Matar aula? Como assim? A aula não é viva para matar... Será que ela quer dizer que vamos matar alguém durante a aula? Mas... isso é errado! O que tá acontecendo?

Uzi desviou o caminho para um restaurante, segurando a mão da Doll.

Uzi - Olha, vou encontrar um amigo, então não atrapalha, tá?

Assim que entraram, Uzi foi até uma mesa onde um garoto estava sentado.

N - Oi! Achei que não vinha. Não tem aula?

Uzi - Tenho, mas matei aula.

N - Nossa, Uzi, não precisava. Podíamos nos ver outro dia. E quem é essa?

Uzi - Minha prima, Doll. Tá mais pra uma filha; tenho que cuidar dela o tempo todo. Por isso trouxe ela.

N - Ah, prazer, Doll. Eu sou o N!

N estendeu a mão para cumprimentá-la, mas Doll apenas o olhou, deixando N meio sem jeito.

Uzi - Ela é especial.

N - Ah, desculpa, eu não sabia.

Uzi - Relaxa. Ela gosta de interagir, mas do jeito dela.

Eles se sentaram.

N - E seus pais? Não vão brigar com você?

Uzi - Minha mãe faleceu e meu pai é ausente. Ele nem nota o que eu faço. Eu praticamente vivo na casa da minha tia.

N - Sinto muito.

Uzi - Obrigada. Já me acostumei.

N - A gente vai a algum outro lugar?

Uzi - Não sei... o que você sugere?

N - Que tal o shopping? Mas é só uma ideia.

Uzi - Nah, com a Doll não vai rolar. Ela não se daria bem lá.

N - Entendi. Desculpa a curiosidade, mas o que ela tem?

Uzi - Autismo nível 2 de suporte.

N - Ah, claro. Então, vamos ficar por aqui mesmo? Não tenho outros planos.

Uzi - Também não to afim de ficar no restaurante. Vamos sair e ver onde a gente vai parar.

N - Combinado.

Enquanto isso, na escola, Lizzy estava na aula, até sentir algo no seu cabelo, era uma bolinha de papel. Ela abre e vê uma cartinha de Rebecca: "Já pensou no que vai fazer com a Doll?" No recreio, Lizzy vai até Rebecca.

Lizzy - Eu cansei.

Rebecca - Do que você tá falando?

Lizzy - Eu não vou fazer bullying com a Doll, e com mais ninguém.

Rebecca - Haha... Espera, sério?

Lizzy - Sim, sério. Se você não quer mais ser minha amiga, então vá em frente, eu não preciso de amigos escrotos igual você e nem do apoio dessa escola de merda que não faz o mínimo como respeitar alguém.

Rebecca - Hoje não é primeiro de abril?

Lizzy - Não, engraçadinha.

Lizzy sai.

Rebecca - Lizzy! Espera-! Meu Deus, não acredito que ela fez isso, ela vai mesmo ficar no lado da esquisita muda e da uva emo?

Thad - O que aconteceu, Rebecca?

Rebecca - Sua irmã. Ela terminou a amizade comigo pra proteger a Doll, vulgo caralhinha autista.

Thad - Tá brincando, né?

Rebecca - Acredite se quiser. Desde que essa menina chegou aqui, ela mexeu com a Lizzy, vai ver ela pegou a doença dela.