𝗜𝘁 𝗵𝗮𝘀 𝗮𝗹𝘄𝗮𝘆𝘀 𝗯𝗲𝗲𝗻 𝘆𝗼𝘂 *𝑊𝑒𝑛𝑐𝑙𝑎𝑖𝑟

20: Happiness

{Wednesday's point of view}

Acordei nos braços de Enid, analisei o lugar e percebi que estávamos na casinha da árvore, Enid estava cochilando de uma forma adorável, mas tive que acordá-la pois estava ficando tarde e frio.

─ Amor? ─ Me inclinei e dei um selinho em sua bochecha, a fazendo despertar.

─ Wed? Que horas são? ─ Ela falou com uma voz sonolenta.

─ Acho que já está tarde... Vamos voltar?

─ Sim... Acho que minha avó já foi embora. ─ Ela falou com uma mínima tristeza.

A verdade é que Enid nunca foi feliz em sua casa. Ela começou a conviver com sua avó materna aos 9 anos, quando ela veio da França, eu me lembro do entusiasmo dela ao dizer que a avó viria morar com ela. Mas toda a animação foi embora quando percebeu que sua avó não seria como a minha. No começo, ela escondeu tudo, mas em um dia quando estava na minha casa, ela trocou de roupa na minha frente e eu percebi os roxos no corpo dela, ela me fez prometer que eu nunca falaria para ninguém, e assim eu fiz. Na primeira oportunidade, deixamos Jericó e fomos morar em Los Angeles.

─ Você sabia que eu te amo? ─ Olhei nos olhos de Enid.

─ Eu também me amo. ─ Ela riu. ─ Estou brincando, Eu também te amo, mais do que você imagina.

Analisei o lugar novamente, os pôsteres, o baú, os livros e jogos, costumava ser meu lugar favorito. Olhei para o baú, que tinham diversas coisas que fizeram parte da minha adolescência e da de Enid.

─ Vai levar o baú? Tem muitas recordações. ─ Eu continuei olhando para o baú.

─ Só algumas coisas. ─ Ela se ajeitou no puff e prendeu os cabelos. ─ Vou deixar do jeito que está, só quero as fotos, o violão, o gatinho que você me deu e as câmeras.

─ Então, iremos levar! ─ Olhei para ela e saí do seu colo. ─ Parece que Mavie vai adorar esse lugar quando crescer.

─ Ela e nossos filhos vão poder se divertir aqui como fizemos muitas vezes. ─ Enid falou com naturalidade.

─ Nossos filhos? ─ Eu arqueei a sobrancelha e dei um sorriso de canto.

─ Sim, bobona. ─ Ela riu e o som era como música para meus ouvidos.

─ O que você vai fazer com os diários? ─ Perguntei com cuidado.

─ Eles não tem um pingo de felicidade. Eu já sei o que eu vou fazer. ─ Ela se levantou e pegou a pilha com três diários.

...

─ Você é louca, Sinclair. ─ Eu disse de braços cruzados.

─ Queimar faz bem! ─ Ela disse jogando álcool no balde de metal que estava com os diários.

─ Acho que a minha namorada é louca. ─ Coloquei uma das mãos na bochecha.

─ Louca por você, amor! ─ Ela acendeu três fósforos de uma vez e jogou no balde, fazendo o fogo crescer dentro do balde.

Ela observou o fogo crescer lentamente, mas não demonstrou remorso algum, apenas assistiu ao meu lado.

Ela me abraçou calmamente, me fazendo sentir um sorriso nascendo nos meus lábios.