Prólogo

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A noite se estendia como um manto negro sobre a cidade, e uma brisa suave sussurrava segredos através das ruas desertas. As sombras dançavam sob o brilho tênue dos postes de luz, enquanto a lua cheia se erguia, imponente, como uma testemunha silenciosa de histórias não contadas. Era uma noite como tantas outras, mas na mansão Whittaker, o ar estava carregado de um peso diferente, como se as paredes antigas tivessem absorvido os lamentos de almas perdidas.

Eva sempre fora fascinada pelo mistério, pela essência de lugares esquecidos pelo tempo. Desde a infância, sonhara em desvendar segredos ocultos, e a mansão Whittaker, com sua arquitetura gótica e aura de desolação, chamava-a como um farol em meio à tempestade. Quando o convite para explorá-la chegou, seu coração disparou, e sua mente, repleta de perguntas, não conseguiu resistir à tentação de descobrir o que a casa guardava.

Na calada da noite, ela cruzou o portão de ferro forjado, o rangido ecoando como um aviso. Cada passo a levava mais fundo em um labirinto de lembranças, de ecos de risos infantis e sussurros de dor que pareciam emanar das paredes. À medida que se aproximava da entrada principal, uma sensação de déjà vu a envolvia, como se já tivesse estado ali antes, em um tempo que não conseguia recordar.

Adrian, o morador da mansão, apareceu nas sombras, seus olhos carregando a sabedoria de um passado que se recusa a ser esquecido. Ele a guiou através dos corredores, onde os retratos de antigos moradores observavam, com olhares penetrantes e expressões perturbadoras. Cada quadro, uma janela para uma vida perdida, contava uma história de amor, traição e desaparecimentos que pareciam desafiar o entendimento humano.

Mas a verdadeira essência da mansão Whittaker não era feita apenas de paredes e retratos; era um ser vivo, pulsante e consciente, que respirava com cada suspiro da brisa noturna. E, enquanto Eva explorava, uma conexão inexplicável a prendia ao lugar, como se a casa estivesse escolhendo-a, assim como havia feito com aqueles que a precederam.

Naquele momento, ela não sabia que sua vida estava prestes a mudar para sempre. A linha entre realidade e ilusão começaria a se desfazer, e os segredos que a mansão guardava revelariam não apenas o destino de seus antigos habitantes, mas também os mistérios que habitavam seu próprio coração.

Assim, com o eco de risos distantes e sussurros de advertência, Eva deu o primeiro passo em uma jornada que a levaria ao abismo da obsessão, onde cada revelação poderia ser sua salvação ou sua perdição.

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