Bebê chorão. SAKUATSU

OO| Único, assim como o amor deles.

Olá, nos vemos lá embaixo!
Boa leitura anjos! ♡

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Desde sempre Atsumu foi um grande bebê chorão. Quando estava estressado, cansado, esgotado, irritado e sobrecarregado, seus olhos logo começavam a encher de lágrimas e sua garganta travava em um choro crescente.

Era automático.

Quando mais novo, seu irmão costumava tirar muito sarro de sua cara por isso. Era normal vê-lo tentar lhe irritar pelos cantos da casa até desatar em choro e correr para os braços de sua mãe.

Conforme foi crescendo não era apenas Osamu a lhe zoar, agora tinha o namorado do irmão que o ajudava naquela tarefa infernal: Suna Rintarou.

Certo, Atsumu sabia que eles evitavam o colocar em brigas e situações chatas para que não se sentisse mal desde que o viram chorar por ambos estarem brigando como qualquer casal normal, era uma forma de proteção deles, apesar de que não assumiriam aquilo nem sob tortura, mas agora ele era um adulto e deveria saber lidar com suas emoções como um adulto, certo?

Errado.

Apesar de, na maioria das vezes, estar vestido com sua personalidade confiante, desafiadora e provocadora, não importava se era um homem formado de vinte e três anos e um metro e oitenta e sete de altura, que trabalhava jogando em um dos melhores times do Japão, namorava o cara mais incrível do mundo e tinha uma vida financeira estável, ele continuaria sendo um chorão.

E o que mais lhe deixava aflito estava na parte 'namorava o cara mais incrível do mundo'.

Sim, seu namorado era incrível, sempre estava ali por si, abria não de certos caprichos pelo relacionamento de ambos, mas Sakusa ainda era alguém muito imprevisível em certos assuntos. Não sabia que reação esperar dele no momento em que desatasse em um choro na sua frente.

E aí vem mais um problema, estavam juntos a quase um ano e mesmo assim nunca mostrara esse lado um tanto quanto sensível para Kiyoomi, mesmo que se conhecessem a anos.

E como se não bastasse apenas a imprevisibilidade do namorado e o fato de nunca ter demonstrado esse lado explicitamente, Atsumu tinha mais um problema: estava com o choro entalado na garganta a horas desde o último treino.

Treino esse em que o loiro se sentiu completamente inútil, errou tudo que podia. Saques, levantamentos, ataques, recepção. Ele se sentia de volta aos dez anos quando iniciou o clube de vôlei no fundamental junto à Osamu.

E para piorar, mesmo que já estivesse na mais profunda merda aquele dia, estava chovendo, seu carro estava na oficina e ele não tinha um guarda-chuva para caminhar até o ponto de ônibus mais próximo.

Suspirou tentando manter a calma. Droga, só queria um dia de paz, era tão difícil assim?

Sentado nos degraus da quadra onde a MSBY treinava de segunda a sexta ele olhava as gotas fortes da chuva torrencial caírem sobre o chão do estacionamento e consequentemente da saída do local, repassava todos os erros do treino na mente como um loop infinito. Ele ignorara o olhar nos olhos de Kiyoomi, provavelmente o moreno lhe lançara olhares arrogantes e decepcionados com tantos erros bobos.

Um pequeno bico se formou nos lábios do Miya enquanto encarava o céu escuro de nuvens carregadas.

— Que bico é esse, Miya? – Indagou uma voz grave atrás de si.

O loiro deu um pequeno pulo de susto e se virou para o homem de cabelos ondulados.

— Omi! – Sua voz saiu um pouco surpresa, logo tratou de virar para frente novamente fazendo-se de desentendido. — Que bico? Não tem ninguém fazendo bico aqui.