Capítulo 1

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Depois de cerca de meio dia naquele avião, com comida horrível e pessoas fazendo imenso barulho finalmente estou na Austrália. Estou indo para casa, se é que eu posso chamar a esse lugar de casa.

Meu pai está dirigindo até Wolvesville, já que, de Sydney até Wolvesville não tem ônibus, trem, avião, uber ou táxi, temos de ir de carro mesmo. Consigo notar que ele está cansado, muito cansado, mas eu não tenho posso conduzir, já que não tenho carteira de motorista.

Quanto mais a gente avança mais eu acho que estamos em um lugar selvagem, sem pessoas, e, pelo que sei, a gente vai morar literalmente no meio do mato. Se a gente estivesse aqui de férias não ia ser ruim, iriamos morar na floresta, podiamos explorar ela e estar lá sem absolutamente ninguém para nos irritar. Infelizmente eu e o meu pai viemos para ficar, por isso vou odiar. Nem sei onde é o meu novo colégio, mas tenho quase a certeza de que é longe da floresta.

Nesse momento aquela floresta está me dando medo. Estamos em um caminho de terra, muito estreito e escuro, com as árvores a cobrir o céu e com os seus ramos abanando por causa do vento. Começo a reparar que quanto mais o meu pai conduz, mais o caminho vai ficando estreito e mais as árvores parecem cobrir o céu.

De repente o meu pai trava de forma brusca e só depois eu reparo que foi porque um animal estava passando a correr na nossa frente. De seguida escuto um uivo, provavelmente foi o animal que passou na nossa frente e isso me dá um arrepio e me faz ficar nervoso, já que desde muito jovem tenho medo de lobos.

— Filho, você está bem? — o meu pai pergunta.

— Sim, não precisa de se preocupar... — falo suspirando.

— Tem certeza? É que eu sei que você tem medo de lobos. — ele fala parecendo preocupado.

— Tenho certeza. Continue a conduzir, sei que tanto você como eu estamos mortinhos para chegar em casa e dormir.

Ele assente e a gente continua aquele caminho, até chegar em casa. A casa parece bastante grande para só duas pessoas.

No jardim, mesmo estando escuro, dá para reparar que tem balanços, tipo aqueles das crianças, e também tem algumas árvores e flores, não sei de qual tipo, mas sei que o meu pai vai amar, já que ele adora cuidar de plantas. Não consigo perceber bem a cor da casa, mas consigo reparar que tem dois andares e no de baixo tem uma garagem. Entrando lá dentro, reparo que a casa tem um estilo bem rústico, mas nesse momento eu só quero ir dormir.

— Finalmente em casa! — o meu pai exclama depois de trancar a porta.

Essa frase dele suou estranha. Chamar de "casa" a um lugar que a gente acabou de conhecer, a um lugar que a gente ainda não se acostumou, a um lugar onde não conhecemos absolutamente ninguém soa estranho. Para mim casa era Seul, não aqui.

Os dois vamos até o andar de cima, subir escadas com uma mala em cada mão é complicado.

— Seung, meu filho. Seu quarto vai ser aquele. — o meu pai fala apontando para uma porta de madeira à nossa direita — Está vendo a porta do lado do seu quarto? É o banheiro. E porta a seguir a essa é a do meu quarto.

— Então, se não se importar, eu vou já dormir. Estou cansado da viagem.

— Bons sonhos! — ele responde sorrindo.

Me dirijo até a porta do meu quarto e, antes de a abrir, suspiro. Entrando no quarto ligo a luz e olho em volta, as paredes são brancas e cama é de metal, com um colchão que parece desconfortável.

As nossas coisas só chegam amanhã, então vou te que esperar até amanhã para ter um quarto mínimamente acolhedor. Fecho a porta atrás de mim e acendo o pequeno abajur que está do lado da minha cama. Desligo a luz e fico apenas com a luz acomodadora do abajur.

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⏰ Última atualização: Oct 31 ⏰

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