O céu cinzento de Konoha

3. O despertar

Quando Akane desmaiou, seu corpo caiu pesadamente no chão da aldeia de Konoha. O burburinho das conversas e risadas ao redor rapidamente se silenciou, e a atenção dos
homens que a observavam se transformou em preocupação e alvoroço. Eles perceberam que a jovem estava em perigo e que algo precisava ser feito imediatamente.

Um dos ninjas, percebendo a gravidade da situação, correu até ela. "Chame um médico!" ele gritou, enquanto se agachava ao lado de Akane, tentando avaliar seu estado. Seu rosto estava pálido, e os hematomas e cortes em seu corpo eram evidentes. Ele rapidamente fez uma verificação no pulso dela, aliviado ao sentir um leve batimento, mas sabia que ela precisava de ajuda urgente.

Enquanto isso, outros moradores começaram a se reunir ao redor, preocupados. Entre eles estava Sakura, uma kunoichi conhecida por suas habilidades de cura. Ao ouvir o chamado por ajuda, ela se aproximou rapidamente, seus olhos se arregalando ao ver o estado de Akane.

"O que ocorreu com ela?" indagou Sakura, enquanto se agachava ao lado da jovem. O ninja, com um semblante preocupado, explicou de maneira rápida que não possuía informações sobre o que havia acontecido com aquela garota. "Precisamos conduzi-la à sala de emergência imediatamente!" ordenou Sakura, e alguns dos homens prontamente se mobilizaram para auxiliar no transporte de Akane.

Assim que chegaram à sala de emergência, Sakura começou a trabalhar. Ela usou suas habilidades de ninjutsu médico para estabilizar Akane, curando os ferimentos e controlando a hemorragia. O tempo parecia se arrastar enquanto todos esperavam ansiosamente do lado de fora, preocupados com a vida da jovem. .

Finalmente, após o que pareceu uma eternidade, Sakura emergiu da sala. "Ela está fora de perigo agora, mas necessitará de um tempo considerável para se recuperar," declarou ela, visivelmente aliviada, embora ainda com uma preocupação latente em seu semblante. "Infelizmente, não tenho ideia do que aconteceu com ela ou de onde ela veio. O que importa neste momento é que ela tenha um ambiente seguro e tranquilo para restabelecer-se."

Akane despertou em um modesto aposento dentro da sala de emergência de Konoha. O aroma penetrante das ervas medicinais envolvia o ambiente, enquanto a luz suave do sol filtrava-se timidamente pelas janelas. O cansaço ainda pesava sobre seus olhos, mas a sensação de segurança que a envolvia era como um abrigo acolhedor, embora não pudesse dissipar as memórias dolorosas de Akira e o sacrifício que ele fizera por ela.

Ao finalmente se erguer da cama, ela percebeu que não estava mais sozinha. Sakura, uma jovem kunoichi, estava a seu lado, organizando alguns suprimentos médicos. Ao notar que a paciente havia recobrado a consciência, um sorriso iluminou seu rosto. "Você está melhor! Isso é magnífico!" exclamou, sua voz transbordando alívio.

O coração da jovem se apertou ao vislumbrar a gentileza nos olhos de Sakura. "O que ocorreu comigo?" indagou, esforçando-se para ocultar a dor que ainda a consumia internamente.

Akane, aos prantos, não quis revelar o que havia ocorrido anteriormente. Recordar todos os abusos que havia sofrido a atormentava profundamente, como se cada lembrança a estivesse matando por dentro. A imagem de Akira, seu único amigo, que se sacrificou por ela, mexia intensamente com seu coração, intensificando a dor que já a consumia. Percebendo a angústia que envolvia a jovem, Sakura compreendeu que ela não tinha a intenção de compartilhar sua história naquele momento e, respeitando seu silêncio, decidiu deixar a sala. A saída de Sakura deixou Akane sozinha com suas emoções, cercada por um silêncio opressivo que apenas amplificava seu sofrimento.

Akane permaneceu sentada na cama, os olhos fixos no chão, enquanto as lágrimas escorriam por seu rosto, formando pequenas poças sobre o lençol. A dor em seu peito parecia um peso insuportável, e cada respiração se tornava mais difícil de suportar. As sombras de seu passado, repletas de abusos e traumas, dançavam diante de sua mente como espectros vingativos, lembrando-a de cada momento de sua vida que havia sido marcado pela dor.