𝟮𝟭. | falar ou morrer?

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Mason.

Não estava sendo um bom dia. Acordei mais cedo do que o de costume. Brooke me acordou berrando pela casa que: "eu não sou sua escrava, Mason!". Assim, eu levantei em um sobressalto e lavei a louça. Estava enorme. Confesso que fui eu mesmo que a tinha deixado naquele jeito.

E também Brooke disse que eu desse um jeito naquele quarto, porque as coisas já estavam "saindo pra fora", — uma péssima expressão a ser usada —, não estava nesse estado.

Tenho que dizer...suas ordens tão cedo me deixaram com o mesmo mau humor que ela.

— Está tudo bem? Não quebrou nenhuma dente,né? — disse a professora de educação física.

Eu nunca, nunca mesmo participava de aulas de educação física. Muito movimento e competição em uma estúpida queimada.

Mas a professora ameaçou a todos que ficavam sem fazer nada na aula dela, com a simples frase "a nota de vocês caíra, talvez em um nível vergonhoso"

Vergonhoso mesmo foi eu ter me sujeitado a aquela situação.

Lana arremessou a bola na direção de Ruby. Mas pelo visto sua coordenação motora e atenção eram uma combinação perfeita de péssima. Digo isso, porque a bola me acertou o queixo. Talvez Ruby estivesse muito perto de mim ou talvez Lana só fosse desastrada mesmo.

Não importa. Eu já estava frustado com ela. Isso só fez a chama de ódio alcançar um nível maior.

— Tá cega? — eu disse a ruiva, quando a bola me acertou.

Ela olhou meio desconcertada. Eu sei que não foi a intenção dela, jamais faria algo assim por simplesmente querer. Mas quando se está com raiva, não há justificativa que seja verdadeira. Só sua raiva tem razão no momento.

— Thames. — a professora falou, com a mão sobre meu ombro. — Vá ver se a gengiva não está sangrando ou algo assim.

Ela olhou para Lana, e acrescentou:

— Vá com ele.

Sorte a minha que meus dentes não quebraram.

Vou até o banheiro, com a finalidade de usar o espelho. Quando Lana viu que aparentemente estava vazio, entrou com passos rápidos. Se encostou na pia.

— Tá sagrando muito? — questionou, sem me olhar por muito tempo. — Odeio ver sangue.

— Se não queria ver, não deveria ter me acertado. — eu respondi, ranzinza o bastante para que ela fizesse uma careta discretamente.

Não estava sangrando assim. Mas usar o drama de forma excessiva é algo que eu costumava fazer as vezes.

— Você sabe que eu não quiz te acertar. — rebateu, como óbvio.

Cuspi na pia.

— Mas acertou.

Abri a torneira, obtendo um pouco de água, afim de ajudar a tirar o resto de sangue da boca.

— Me desculpa! — disse ela, e sua voz quase ecoou no banheiro. — Agora sou um monstro terrível, merecedora de todo o mau, só porque te acertei sem querer. — Lana não deixaria passar uma sequer fala sarcástica e ironica.

— Pode voltar ao jogo. Não precisa ficar aqui só porque a professora mandou. — Eu disse, mas parte de mim queria que ela ficasse ali.

Essa foi a nossa primeira interação depois do ocorrido na noite da festa dos gêmeos. Fazia uns dias.

— Mason, para. Não estou aqui só porque a professora mandou. — ela respondeu, finalmente me olhando nos olhos. — Acha que eu iria acerta uma bola na sua cara e simplesmente não ligar?

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⏰ Última atualização: 5 days ago ⏰

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𝐅𝐔𝐍𝐍𝐘 𝐆𝐈𝐑𝐋 ; 𝗆𝖺𝗌𝗈𝗇 𝗍𝗁𝖺𝗆𝖾𝗌.Onde histórias criam vida. Descubra agora