Três.

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Pov, Thiago Fritz

Eu estava sentado em um café superfaturado, falando a verdade, não era a coisa que mais me agradava no mundo mas meus pais me obrigavam a tomar café com eles pra mostrar que somos uma boa família. Eu sabia das traições do coroa, mas ele ainda é meu pai, apesar de tudo.
Meus pais estavam conversando sobre algum assunto interessante que eu não queria saber o que era. Vontade de fumar do caralho, tô sentindo cheiro de perfume doce, não sei, não tô raciocinando direito.
Minha mãe se calou quando viu uma menina chegar com a sua mãe. Eu acho que era sua mãe, elas duas se pareciam tanto. Meu pai fica nervoso e tenta desviar o assunto.
A menina com longo cabelos lisos se vira e me olha, Elizabeth Webber, ela me solta um sorriso mas quando vê o anel com a inicial F, ela quase que rosna. Eu solto uma risada e volto a prestar atenção em meus pais
- Posso saber o por que do silencio de ambos? - Pergunto buscando saber qual era essa epifania, algo ali era estranho. Eu sinto um olhar diferente virado em minha direção. A menina de olhar agateado me lança uma olhada de canto quase como um julgamento, porém com um ar diferente
- Você não acha melhor irmos, querida?- Meu pai direcionava sua fala em direção a minha mãe, quase como uma forma de me ignorar. Ele não gosta de me responder as vezes. Minha mãe concorda com a cabeça e meu pai paga a conta. O silêncio foi um tique tac batendo na minha cabeça juntamente com a unha da garota da mesa do lado que me estressava, ela batucava a mesa enquanto tomava café
- Tem como você parar de batucar essa mesa, Elizabeth Webber? - Eu peço com um ar de estresse e ela aumenta a frequência das batidas. Eu bufo e reviro meus olhos. Garotinha irritante da porra.
Meu pai chega na mesa e minha mãe se levanta, nós fomos embora daquele café e o caminho para nossa casa parecia ser mortal. Minha família eh do tipo que  esconder segredos, disso eu sei; Minha família não era do tipo santa, porém, eu tinha tanto apreço por ter nascido ali, apesar de saber que minha mãe era desesperada de amor pelo meu pai e meu pai saia com outras mulheres, isso nunca conseguiram me esconder. Minha família é católica apostólica romana desde seus primórdios, eu rezava mas sem Deus, quem poderia ser Deus? Como irei saber dele se não o conheço? Sinto que nunca conheci ninguém na minha vida e eu me incluo nesse hall. Eu sou tipo um cachorro que não sabe que é cachorro.
Minha mãe, antes de viramos a última esquina para nossa casa, olha para o meu pai e lhe confessa:" Eu vi como você olhou para ela Arnaldo. Mesmo depois de 20 anos, você não superou?"
-" Ah, me faça o favor Arlete. Brigar na frente do Thiago? " Minha mãe olha para o meu pai furiosa. Eu nunca lhe vi assim e acredito que não irei gostar de ver novamente. -" O Thiago já tem 2o anos Arnaldo, ele não é uma criança e acho que ele gostará de saber que o pai dele manchou o nome dessa família tendo um caso com uma mulher da família Webber -" Não é defendendo meu pai, mas porra, se Elizabeth me permitisse, até eu mancharia o nome dessa família.
- " Para o carro ou me taco" - Falo pro meu pai que para o carro na hora, ele sabia que eu teria coragem de fazer. Eu desço do carro e sigo em linha reta, indo ao encontro de um barzinho mequetrefe que eu metia fuga quando era adolescente. O carro do meu pai continuava andando até eu perder eles de vista, espero que não se matem.
Quando eu chego ao bar, eu vejo a Elizabeth sentada conversando com um homem mais velho, não sei se isso é um date, não imagino que um cara chamaria uma mulher pra um lugar fuleiro desse. Ou chamaria? Sei não.
- Opa, seu Rogério, me vê uma dose e um cigarro por favor pae? Do malboro - Falo com um sorriso carismático no rosto enquanto o senhorzinho servia o whisky.
Elizabeth suspira quando me vê mas parecia ser de alívio. Ela me encara e olha pro homem que estava com ela, eu entendi.
- AMOR!!! - Eu me levanto e Elizabeth vem até a mesa que eu estava e me abraça calorosamente. Eu abraço sua cintura e vejo ela se arrepiar, dou um sorriso mais simpático que eu consigo pro cara enquanto ele nos encarava confuso.  - Amor? Como assim amor?- Ela solta uma risada sem graça. - Nós temos um relacionamento, zero ciúmes entre nós dois, né amor? - Eu concordo com a cabeça mesmo sem entender muito e escondo meu rosto no pescoço dela tentando controlar totalmente minha vontade de rir, ela me dá uma espécie de bica disfarçado com a perna, não sei que porra ela fez não. - Pois é..- Ela fala pegando minhas mãos e passando pela cintura curvilínea dela, eu deslizo minhas mãos sobre a cintura dela. - Acho melhor eu ir com o meu marido, nós temos coisas a resolver. - Que garota sonsa, caralho.
Ela sorri pro cara que estava confuso ainda mas permanecia calado, ainda bem, se não eu ia dar um de marido ciumento. Nós saímos no sapatinho, ficou um silêncio estranho entre nós dois.
- Você tá de carro?- Ela questiona, eu afirmo que não com a cabeça e ela bufa tirando os saltos dela. Gostaria de saber por que mulher usa esse instrumento de tortura. - Você quer que eu te carregue, quer trocar de sapato comigo? - Pergunto - Eu não toco em Fritz, Thiago. - Ela fala totalmente seca comigo.- Olha aqui minha querida, sua mãe não te deu educação não? Para de caô que tu tava toda arrepiada por que eu encostei na tua cintura.- Ela ri e balança a cabeça de um lado pro outro.-  Talvez eu tenha ficado. - Ela ri sem graça, acho que amoleci a onça. Eu reparei na roupa dela, ela vestia uma blusa social de manga até os cotovelos roxa, com uma saia preta lápis e um salto preto. Ela estava linda, parecia uma secretária, mas tava linda.
- Se a sugestão de você me carregar, ainda estiver de pé, eu aceito.- Ela me fala com a cara mais cara de pau o possível, descarada total com um sorriso travesso de criança que acabou de fazer merda.
- Minha casa é a um quarteirão, senhorita Webber. Eu pego meu carro e a gente dá uma volta.- Eu abaixo a saia dela na intenção de pegar a mesma no colo. Ela me olha desconfiada - Quem disse que eu vou dar uma volta com você?- Ela coloca as mãos na cintura e eu dou risada.- Eu disse.- Eu facilmente pego ela no colo e começo a caminhar. Elizabeth não era uma mulher de baixa estatura, era bem alta por sinal. Mas era magérrima e leve. Isso me ajudava a carregar ela.
Eu sentia ela passando as mãos pelas minhas costas lentamente, era uma sensação boa mas de repente ela parava, o que me fazia sentir uma grande vontade de pedir a ela pra continuar
- Olhe onde estou no colo de um Fritz em frente a casa dele - Ela fala com um tom debochado, eu entro em casa e percebo que meus pais não estão, então, eu convido ela para entrar.

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⏰ Última atualização: Nov 03 ⏰

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