Atlas e Ethan, príncipes de reinos distintos, são unidos por um casamento arranjado que deveria fortalecer alianças e estabilizar as relações entre suas famílias. Contudo, logo descobrem que a união guarda segundas intenções muito além do poder ou d...
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Passeando pelos corredores em passos lentos, Ethan desfrutava do tempo livre que tinha.. talvez não tão livre assim, havia fugido mais uma vez de seus afazeres para esfriar a mente e manter seu conselheiro pessoal longe de si, não suportava mais o homem falando o tempo todo em seus ouvidos e ditando a cada segundo uma ordem diferente. Estava completamente alheio em seus pensamentos, até ouvir um barulho de choro vindo ao longe. Estranhando o som, o herdeiro se aproximou lentamente, até notar que estava chegando na ala 15, cujo a ala em que Atlas estava hospedado. Rapidamente, Gardner juntou as peças e percebeu quem era o dono de tamanho lamentar. Ao virar o corredor para chegar em seu destino, pode ver bem no fim da estrutura um pequeno corpo encolhido no chão com o rosto escondido entre os braços, lhe dando somente a visão dos fios dourados.
- Está chorando por saudades da borboleta? - Perguntou, fazendo uma pequena brincadeira para tentar anima-lo, mas falhou.
- E-Ethan? - Chamou pelo herdeiro antes mesmo de ve-lo ali, apenas ao escutar a sua voz. Atlas encarou o moreno, o vendo encostado na parede o observando. - D-desculpe, não estou apto para conversar no momento.
Falou logo se levantando, fez uma reverência em respeito e se preparou para sair, mas foi segurado por Gardner.
- Não vou te deixar sair antes que me conte o que aconteceu - Falou pacientemente, observando o rosto de Atlas que estava coberto por lágrimas. - Venha, me acompanhe.
Ethan agarrou a mão do garoto e passou a puxa-lo de forma delicada pelo castelo. Atlas observava cada detalhe por onde passavam, era uma parte por onde ainda não havia andado, completamente desconhecida. Seu olhos captaram uma grande porta de madeira diferente de todas as outras, possuía detalhes em dourado e gravuras pintadas a mão.
- É o meu escritório - Ethan falou ao perceber o olhar confuso do louro.
As portas foram abertas pelo herdeiro, que logo convidou Peterson a entrar, assim que o ato foi feito, o moreno se sentou em sua poltrona e as portas se fecharam novamente por conta própria. Atlas continuou ali em pé, parecia mais perdido do que já aparentava estar normalmente.
- Pode se sentar. - Disse tentando fazer o garoto se sentir a vontade.
Mas nada.
Apenas um som de choro foi escutado, as lágrimas escorriam freneticamente sobre o rosto pálido e caiam sobre o chão, molhando o tapete felpudo em tons de marfim. Ethan olhou sem entender, o loiro não falava nada, somente chorava como uma criança perdida. O herdeiro não fazia idéia do colapso que Peterson sentia dentro de si, estar um lugar completamente desconhecido, vulnerável a qualquer mínimo acontecimento e mostrando seu lado mais frágil a alguém que nem se quer conhecia direito, o assustava, se sentia a todo momento dentro de uma tempestade inacabável, lutando todos os dias para sair dela. Por mais que as palavras de seu pai não aparentasse atingi-lo, eram como pequenos pedaços de vidro cortando sua alma a cada dia, o pequeno príncipe se questionava se ainda havia restado algo em si que não estivesse machucado. O caos em sua mente e os pensamentos perversos foram cessados assim que sentiu um par de braços envolver seu corpo, um sentimento avassalador de conforto e calor tomou conta do garoto, era completamente estranho e desconhecido, um ato de carinho que nunca tivera a oportunidade de experimentar antes.. como se fosse uma pílula capaz de curar toda a dor que sentia naquele momento, como se os problemas desaparecessem como um simples vapor junto ao vento. De repente, a tempestade que tanto tentou fazer parar por anos, se acalmou durante os minutos que Ethan o abraçou.
