III

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Hoje, dei um papo reto pro patrão, mano

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Hoje, dei um papo reto pro patrão, mano. O cara tava me fazendo de escravo, não dá não. Agora, tô de folga e vou passar o dia com a minha coroa. A velha já tá doida pra me dar uma panelada na cara! Deus me livre, essa mulher é toda bipolar. Ela mandou eu me picar pra casa do povo porque não tava me aguentando mais em casa.

Saí de casa com a cabeça cheia, mas pelo menos não vou ter que escutar as neuras dela por um tempo. Afinal, todo mundo sabe que quando ela começa a reclamar, não tem quem segure. Já vi gente ser expulsa de casa por menos, então é melhor eu ficar de boa e me afastar do fogo.

Peguei a moto e fui dando uma voltinha. Sentindo o vento na cara e pensando que eu mereço essa folga. Assim que cheguei na casa do povo, a galera já tava lá, se reunindo e fazendo um churrasco. Pelo menos vou ter um dia de paz e boas risadas.

- E aí, como vocês tão? - perguntei, já na expectativa de ver o que tinham aprontado. O clima já tava rolando e a música tocando, e eu só pensava em relaxar e aproveitar. Depois de tanto trampo, isso é tudo que eu precisava.

- Tamo de boa, pô! Só esperando você chegar. Achei que você tava lá enrolando com o patrão, por isso nem te mandei mensagem - Bia comentou, toda na tranquilidade.

- É, então! O cara tava me tratando feito escravo, mas agora tô de folga, é só alegria! - respondi, olhando em volta e sentindo a vibe da galera.

- E aí, cadê o Lucas? - DJ perguntou, mexendo no celular.

- Sei lá, tá mais sumido que sinal de internet na quebrada. Deve tá se recuperando das marcas que o namorado deixou. Já falei pra ele tomar cuidado, mas parece que não adianta, né? - comentei, pegando uma cerveja e dando um gole.

- Esse moleque é muito trouxa, mano! Como ele ainda tá com esse traficante? - Léo falou, balançando a cabeça.

- Pois é, não dá pra entender. Mas, fazer o quê? O jeito é apoiar o Lucas e torcer pra ele acordar pra vida - disse, puxando um beck que tinha na mão.

- A gente precisa bolar um plano. Não dá pra deixar o Lucas nessa situação. Se esse cara fizer alguma merda, a gente não pode ficar de braços cruzados - Katrina interveio, com a voz firme.

- Bora aproveitar, e depois a gente vê o que fazer - falei, já empolgado com a energia da galera.

A música tocava alto, e o clima tava leve. A gente começou a dançar, se divertindo e tentando esquecer as preocupações, mas a mente não saia do Lucas.

- E aí, quem vai pra pista? - gritou Bia, puxando a galera. - Vamo fazer isso aqui virar uma verdadeira balada!

- Tô dentro! - respondi, jogando a cerveja pro lado e me jogando na dança. DJ e Léo se juntaram, e logo a gente tava fazendo uma roda, chamando mais gente pra dançar.

No meio da festa, olhei pra Katrina e perguntei:

- E aí, você tá achando que dá pra tirar o Lucas dessa situação? Ele precisa de ajuda, mas não sei se ele tá pronto pra isso.

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